terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

A Instituição do Casamento

Gênesis 2.18-24“Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora que lhe seja idônea. Da terra formou, pois, o Senhor Deus todos os animais o campo e todas as aves do céu, e os trouxe ao homem, para ver como lhes chamaria; e tudo o que o homem chamou a todo ser vivente, isso foi o seu nome. Assim o homem deu nomes a todos os animais domésticos, às aves do céu e a todos os animais do campo; mas para o homem não se achava ajudadora idônea. Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre o homem, e este adormeceu; tomou-lhe, então, uma das costelas, e fechou a carne em seu lugar; e da costela que o senhor Deus lhe tomara, formou a mulher e a trouxe ao homem. Então disse o homem: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; ela será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada. Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão uma só carne.”

Introdução
No ano de 2.007 foi realizada uma pesquisa pelo jornal Data Folha acerca de qual instituição era a mais importante na opinião dos paulistanos. A pesquisa contemplava instituições educacionais, profissionais, religiosas, de lazer e financeiras. Cerca de 69% dos entrevistados responderam ser a família. Numa época em que o que mais vemos é a desvalorização da família, urge a necessidade não apenas de comentar sobre o assunto, mas de analisar profundamente à luz da Bíblia a instituição mais importante que existe.

1. Aspectos Fundamentais
Conforme veremos a seguir, a própria Bíblia já traz consigo os segredos fundamentais para que um casamento possa ter êxito, haja vista o grande desafio da atualidade no qual pessoas têm procurado soluções desnecessárias na área terapêutica e entre gurus supostamente sábios.

1.1 Não é bom estar só
O homem não foi criado para ser um eremita, isto é, alguém que anda isolado e só ao ermo. Pelo contrário, o propósito de Deus é que sejamos uma comunidade. Sendo assim, o Criador foi quem viu a necessidade do homem não andar só, mas que possuísse uma companheira. Salomão percebeu esse princípio e registrou que é melhor serem dois ao invés de um, pois se um cair o outro pode ajudar a levantar (Ec 4.9-12).

1.2 Largar pai e mãe
Há até mesmo um ditado popular em que se diz: “quem casa quer casa”. Muitos casamentos têm sofrido danos por falta de seguirem esse preceito. Não é bom que um casal more junto com os sogros, deve-se ter em foco que eles agora passam a ser familiares ao passo que o cônjuge e filhos são a família.  Diz um sábio pastor que a sogra não deve morar muito perto para que não venha de chinelos e nem muito longe para que venha de malas. O que ele está pregando não é a síndrome das sogras e sim o equilíbrio, pois quando o casal não compreende que precisa se desligar dos pais perde a privacidade, mas sumir do mapa também não é saudável, por isso, deve haver um relacionamento equilibrado com o devido espaço para que todos gozem da paz e harmonia que merece a família.

1.3 Unir-se-á a sua mulher
Embora pareça óbvio dizer que o casamento é entre homem e mulher, precisamos combater as falsas ideologias e até mesmo discursos disfarçados de “teologia”. Fica claro pelo Texto Sagrado que, a união estabelecida por Deus é entre homem e mulher. Paulo já combateu tais desvios quando escreveu aos romanos que tanto homens quanto mulheres deixaram o uso natural da criação de Deus, cometendo torpeza (Rm 1.24-32).

1.4 Uma só carne
Um dos maiores dilemas da sociedade moderna é o de fazer do casal, viventes de uma relação interdependente. A tentação de viver um “cada um por si” toma conta das pessoas. A mídia propulsiona um estilo de vida que vai de encontro com o padrão bíblico. Filmes e novelas têm ditado a regra para um comportamento cada vez mais relapso mascarado por detrás de uma aparência de moda. Precisamos quebrar o paradigma da independência familiar. O marido precisa da esposa e vice-versa. Um complementa o outro.

1.5 Durabilidade
Jesus foi questionado por alguns fariseus acerca do divórcio. Sua resposta se deu em cima da citação de Gn 2.24 e ainda complementou: “o que Deus uniu, não separe o homem” (Mt 19.6).  O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que em 1.984 a taxa de divórcio era de 11%. No censo de 2.000 esse número saltou para 25%. Isso significa dizer que a cada 4 casamentos, 1 termina em divórcio.  São números que assustam e refletem a falta de temor no Senhor que vive a sociedade. Versículos como Ml 2.16, o qual revela a insatisfação de Deus para com o divórcio, nem mesmo são mais falados em nossos dias. A facilidade para tal ato está cada vez maior e se não abrirmos os olhos colheremos duras conseqüências para a família do futuro. A Igreja não pode fechar os olhos para tamanha irresponsabilidade e deve se posicionar de forma contundente em favor da família.

2. Conselhos Práticos
Como disse o profeta Oséias, o povo é destruído porque falta conhecimento (Os 4.6). Portanto, mostraremos a seguir alguns conselhos bíblicos para que o casamento possa ser bem sucedido.

2.1 A escolha do cônjuge
A melhor maneira (pelo menos de um cristão) evitar transtornos em sua vida conjugal é fazendo uma escolha sábia. Muitos são os jovens que pela desculpa de não encontrarem a pessoa amada na igreja, vão em busca da mesma no mundo. Sabemos de alguns casos onde deu certo o casamento e a pessoa acabou aceitando a Jesus e o casal vai junto para a igreja. Porém, na maioria dos casos o final não é como nos contos infantis, onde “viveram felizes para sempre”. Muitas mulheres enfrentam dificuldades com os maridos que não professam a mesma fé. Isso quando o jovem aventureiro não acaba se desviando dos caminhos do Senhor. A Bíblia traz um excelente conselho ao cristão: “Não vos prendais a um jugo desigual com os incrédulos” (2 Co 6.14a). O jugo é o aparelho que prende ou que une os bois de uma junta. É também conhecido como canga. Imagine você dois bois unidos por esse aparelho: um novo e outro mais velho. Um está no auge de sua forma física, força e vigor enquanto o outro está cansado e com um ritmo inferior ao do companheiro. Obviamente que o resultado esperado do trabalho deles será afetado pela desigualdade de ambos. O jugo desigual a que Paulo se refere é isso: um professa a fé em Cristo e o outro não. Um desejará freqüentar as programações de sua congregação e o outro convidará para as programações seculares. Haverá embates desnecessários, contendas e dissensões.

2.2 Conversão depois do casamento
Em outros casos, o casal vem do mundo, um dos cônjuges conhece a Cristo e pode enfrentar alguma resistência ao Evangelho. Nestes casos, a Bíblia também aconselha de forma sábia. Não deve haver separação, pois o homem convertido santifica a mulher incrédula e vice-versa (1 Co 7.14). A Bíblia ensina, ainda, que a mulher sábia ganha o marido através de sua conduta (1 Pe 3.1). Já tive o desprazer de aconselhar casais quase em fase de divórcio em função de a pessoa cristã dar mal testemunho. A mulher vivia num hiper ativismo religioso e esquecia-se dos afazeres domésticos, e o marido, é claro, não se agradava de tal situação.

2.3 Não é bom se abrasar
Esse é o conselho de Paulo aos solteiros de Corinto (1 Co 7.9). Contudo, não podemos confundir seu discurso com pressa para o casamento. O que Paulo ensinava naquela ocasião era que o solteiro tinha mais tempo para trabalhar na obra de Deus. Assim sendo, quem tivesse tal condição, por amor a Cristo e às vidas que podiam ser alcançadas, ele aconselha a não se casar. Obviamente, Paulo sabia que isso não era algo comum e que nem todos tinham essa condição. A esses, era melhor então se casarem do que viverem se abrasando.

2.4 O tempo do cônjuge
Conforme vimos, o solteiro tem mais tempo para o trabalho na Obra de Deus, pois o casado precisa dividi-lo com a esposa e os filhos. Assim sendo, é de suma importância que o casal entenda que não vivem mais como solteiros. Não dá mais para sair com os amigos e se esquecer dos compromissos familiares. Nessa empreitada, precisam ser muito bem administrados o tempo, o dinheiro e as responsabilidades. Muitos casais imaturos gastam dinheiro com coisas supérfluas e se afundam e dívidas. Quando não, um dos cônjuges compra produtos pensando em si próprios, enquanto deveriam pensar em cada um dos membros. Quantas famílias conhecemos onde o pai anda bem arrumado e a mãe desarrumada? Ou um dos filhos anda mais bem vestido do que os outros? Não obstante, o tempo precisa ser melhor administrado. Conheço muitos homens casados que querem continuar com suas rotinas de solteirice e enquanto isso, a esposa e os filhos perdem a comunhão familiar.

3. O Papel de cada Membro

3.1 O homem
O homem é o responsável pela provisão. É ele quem simboliza a segurança familiar. É dele a responsabilidade de dar a direção e bater o martelo nas decisões. Isso não quer dizer que decidirá arbitrariamente, mas que dá a última palavra. Ele precisa amar a esposa e ambos devem ensinar os filhos em amor.

3.2 A mulher
Conforme os comentários rabínicos do Talmude, ela foi retirada não de cima, para não ser superior ao homem, não debaixo para não ser humilhada, mas do lado para ajudar o marido em sua chamada e perto do coração por ser o vaso mais frágil. Além disso, precisa ser submissa e agir com respeito e dedicação no lar. Quando age de forma sábia edifica sua família. No último provérbio da Bíblia, temos um exemplo de uma mulher virtuosa.

Conclusão
A família é a instituição mais importante que Deus constituiu. Precisamos preservá-la e cumprir com o nosso papel. Dessa forma, seremos bem-sucedidos.

Questionário
1.      O que é interdependência?
2.      O que é jugo desigual?
3.      Qual o papel do homem?
4.      Qual o papel da mulher?

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