segunda-feira, 4 de julho de 2011

Relembrando nossa missão

Lucas 10.27-37 – “Respondeu-lhe ele: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. Tornou-lhe Jesus: Respondeste bem; faze isso, e viverás. Ele, porém, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: E quem é o meu próximo? Jesus, prosseguindo, disse: Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos de salteadores, os quais o despojaram e espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto. Casualmente, descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e vendo-o, passou de largo. De igual modo também um levita chegou àquele lugar, viu-o, e passou de largo. Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou perto dele e, vendo-o, encheu-se de compaixão; e aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; e pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele. No dia seguinte tirou dois denários, deu-os ao hospedeiro e disse-lhe: Cuida dele; e tudo o que gastares a mais, eu to pagarei quando voltar. Qual, pois, destes três te parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? Respondeu o doutor da lei: Aquele que usou de misericórdia para com ele. Disse-lhe, pois, Jesus: Vai, e faze tu o mesmo.

Participei neste final de semana de uma reunião de obreiros na cidade de Perdões, no interior de MG. Tive a oportunidade de conhecer os pastores e presbíteros das cidades circunvizinhas afiliadas ao ministério de Madureira além de retornar para casa com experiências muito boas. A Palavra que foi pregada estava baseada no livro “A síndrome de lúcifer” de autoria do Rev. Caio Fábio. Assim, o pastor Ricardo da cidade de Lavras, fez uma excelente abordagem acerca de um tema sobretudo atual e pertinente a líderes evangélicos. Ele se preocupou em mostrar os sintomas dessa patologia a qual vem atingindo vários homens de Deus em nosso sistema eclesiástico. Todavia, o que desejo abordar neste tópico não diz respeito a esse assunto e sim à preocupação que precisamos ter em relação à missão que nos foi confiada.

Na mensagem proferida pelo pastor Ricardo, ele contou um “tristemunho” de uma experiência que vivenciou em um culto há alguns anos. Segundo ele, fora convidado para pregar em um culto de missões e a pessoa que efetuou o convite pediu que ele fosse vestido como um mendigo para essa ocasião. Quando chegou ao local, as pessoas corriam dele (pois estava maltrapilho, sujo, tinha barba por fazer, cabelo grande e não cheirava bem). Ele tentava se aproximar das pessoas, mas elas corriam dele e nenhum membro sequer daquela igreja teve a coragem de dizer a ele que era bem vindo ou mesmo que Jesus o amava, exceto uma criança que tinha próximo de seus seis anos a qual se aproximou do mendigo (pois não sabiam quem ele era), abraçou-o e disse: “Jesus te ama e eu também”. Alguns minutos depois dessa cena que já nos ensina uma grande lição, ele fora chamado pelo dirigente do culto para ser apresentado como o pregador daquela noite. Após ser apresentado e os fatos serem expostos, os membros daquela denominação ficaram abalados e entristecidos por terem tratado o homem com desprezo e pediram perdão incessantemente.

Amados leitores, esse relato mexeu comigo e se você é um crente genuíno, precisa mexer com você também. Observe atentamente o que Jesus disse em determinada ocasião: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me; pois, quem quiser salvar a sua vida por amor de mim perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á. Pois que aproveita ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida? ou que dará o homem em troca da sua vida?” (Mt 16.24-26). Muitas pessoas têm morrido para as coisas do mundo e abandonado práticas danosas para a nossa espiritualidade e comunhão com o Altíssimo. Entretanto, a maioria de nós não morre para si mesmo. O trabalho, o dinheiro, o ter e o materialismo estão afastando a muitos da missão de pregar as Boas Novas.

Repare que na parábola do bom samaritano, primeiramente passou um sacerdote, homem religioso e de grande posição, mas nada fez em favor daquele homem que fora assaltado, espancado e que estava como que morto. Logo em seguida, um levita passou pelo mesmo local e assim como o sacerdote, ele também não fez absolutamente nada. Ambos representavam a ortodoxia e a respeitabilidade judaica ao passo que o samaritano uma raça desprezada. Fica claro que não podemos escolher a pessoa para a qual aplicaremos a prática do amor. O ensino de Jesus nessa parábola é claro: o próximo, isto é, a pessoa a quem devemos amar em conformidade com a Lei de Lv 19.18, não pode ser em função da aparência, da condição social ou de qualquer outro critério. Deve ser até mesmo o mendigo, a prostituta, o homossexual, ou seja, qualquer pessoa que a sociedade despreza, pois Jesus disse que “o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora” (Jo 6.37).

Agora, pelo amor do nosso Senhor, caríssimo leitor, não confunda ser amoroso para com recebê-la na congregação com a libertinagem que temos visto em nossos dias. Claro que precisamos receber de braços abertos a quem quer que seja, sem fazer acepção. O que estamos saturados de ver são pessoas com tratamento V.I.P. quando estas possuem cargos importantes na sociedade. Para exemplificar, não é atitude cristã babar em cima de um prefeito e desprezar o mendigo, ou vice-versa. Quando digo sobre libertinagem, é confundir aceitar a pessoa como ela chega com dar cargos na igreja para os que ainda não demonstraram o devido fruto. Não são poucos os exemplos de pessoas que têm cargos porque dão um dízimo alto. Casos de líderes que estão vivendo em conformidade com o mundo, bebendo, prostituindo-se (amasiados, adúlteros, etc) ou ainda viciados. Precisamos seguir o conselho de Paulo aos gálatas: “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Mas não useis da liberdade para dar ocasião à carne, antes pelo amor servi-vos uns aos outros” (Gl 5:13). Enquanto alguns queriam trazer doutrinas do judaísmo para os gálatas, Paulo mostrava-lhes que tinham a liberdade do Espírito Santo. Todavia, essa liberdade não podia ser confundida ao ponto de darem lugar à carne.

Para encerrar este artigo, gostaria de enfatizar a importância de cumprirmos o IDE que Jesus nos ordenou, através das Palavras de Paulo aos romanos, pois todo aquele que invocar o Nome do Senhor será salvo, mas “como pois invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram falar? e como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? assim como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam coisas boas! Mas nem todos deram ouvidos ao evangelho; pois Isaías diz: Senhor, quem deu crédito à nossa mensagem? Logo a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo” (Rm 10.14-17)

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