Nm 13.31-33 – “Disseram, porém, os homens que subiram com ele: Não poderemos subir contra aquele povo, porque é mais forte do que nos. Assim, perante os filhos de Israel infamaram a terra que haviam espiado, dizendo: A terra, pela qual passamos para espiá-la, é terra que devora os seus habitantes; e todo o povo que vimos nela são homens de grande estatura. Também vimos ali os nefilins, isto é, os filhos de Anaque, que são descendentes dos nefilins; éramos aos nossos olhos como gafanhotos; e assim também éramos aos seus olhos.”
O Senhor havia prometido a Abraão uma descendência que estaria alojada em uma terra abençoada, a qual manaria leite e mel. Da mesma forma, Ele tem promessas para Seus filhos. Entretanto, o tempo em que estas são liberadas é definido primeiramente por Ele, que não chega adiantado e nem atrasado, mas cumpre tudo em Seu Kairós. Além dEle, o homem pode influenciar nesta conquista. Deus criou-nos com a capacidade de escolha e dotou-nos com livre arbítrio. Embora Ele tenha a chave de Davi que abre portas onde ninguém abre e fecha onde ninguém pode fechar, o homem através de suas escolhas pode decidir não receber a bênção divina. Foi o que aconteceu com o povo de Israel após alguns anos de liberdade da escravidão do Egito. Eles poderiam ter adentrado a terra, mas optaram pela covardia. Em todo o desenrolar dessa história, podemos destacar pelo menos quatro elementos chave para a conquista da promessa. Vejamos a seguir e apliquemos em nossas vidas.
1. Ter a Promessa: Duas coisas precisam ser levadas em consideração: 1) Ter a promessa é fundamental. Muitas pessoas não sabem onde Deus as quer levar ou não possuem nenhuma espécie de sonho. Quando alguém não possui uma rota bem definida, não sai do lugar e anda em círculos; 2) Muitas pessoas são incentivadas a sonhar projetos que brotam do próprio coração, mas Deus tem compromisso com a Sua Palavra e não com os nossos desejos. O coração do homem é enganoso, por isso, nem todo sonho humano é aprovado por Deus (Jr 17.9). A exemplo disso, podemos citar um dos patriarcas de Jacó. O sonho que José teve foi imputado pelo próprio Deus em seu coração, não foi José quem escolheu sonhar. Uma vez compreendidos ambos os pontos, sabemos que Deus gerou a promessa da terra de Canaã a Abraão, que por sua vez repassou a seus descendentes. Esta promessa estava prestes a ser cumprida se não fosse a visão negativa de 10 espias.
2. Ter estratégia: Moisés disse aos espias que observassem como era a terra, se era boa ou má, que observassem como era o povo, se forte ou fraco, se numeroso ou pouco e ainda, que observassem onde moravam, se em tendas ou se em cidades fortificadas. Os espias trouxeram todas essas informações e fica claro para nós que Moisés buscava tais informações para conquistar a promessa de forma estratégica. Semelhantemente, precisamos buscar estratégias para conquistar a promessa divina. Coisas que são possíveis ao homem cabe ao homem fazer. Todavia, as coisas impossíveis estão nas mãos do Senhor (Mt 19.26).
3. Ter atitude: Muitas pessoas ficam como que esperando um anjo descer do céu e fazer o que é de sua responsabilidade. Jesus disse que os filhos das trevas são mais astutos que os filhos da luz, e isso por quê? Justamente em função da ousadia e atitude que muitos ímpios possuem em maior intensidade que os cristãos. Se quisermos conquistar a promessa é importante que sejamos pessoas de atitude! Não podemos ficar sentados olhando as coisas acontecerem. Precisamos mediante a autorização divina fazer acontecer. Muitos estão desanimados e parados na Obra do Senhor, como se estivessem cansados, mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças, subirão com asas como águias, correrão e não se cansarão, andarão e não se fadigarão (Is 40.31). Amado leitor, tenha atitude. Não seja apático, parado, morno, desanimado ou insípido. Foi pelas palavras desanimadoras dos 10 espias que os três milhões de israelitas desejaram voltar ao invés de enfrentar seus adversários.
4. Ter Fé: O elemento mais importante que faltou àqueles homens (exceto Josué e Calebe) foi a fé, isto é, a certeza das coisas que não se vêem e a convicção das coisas que se esperam. Por intermédio dessa certeza eles podiam crer que a conquista ainda não consolidada já estava aprovada por Deus. Ainda em função dessa convicção poderiam crer que a promessa que esperavam o cumprimento estava garantida, pois a Palavra de Deus não voltaria vazia para si, antes cumpriria o que disse. Além do mais, os israelitas tiveram vitórias muito maiores antes de chegarem até ali: eles vislumbraram as pragas do Egito e a acepção que Deus fez entre o povo escolhido e os egípcios; viram o mar se abrir e seus pés atravessarem a seco; viram o mesmo mar se fechando para os egípcios; viram Deus se manifestar em coluna de nuvem e coluna de fogo; viram cair maná do céu e o envio de codornizes no deserto; viram o maná ter validade apenas na porção diária determinada por Deus, mas viram o mesmo maná que estragava quando excedido a porção correta perdurar em um recipiente que serviria de testemunho às futuras gerações; viram sair água da rocha; viram milagres e mais milagres e para surpresa de todos quando viram gigantes desanimaram da promessa e desejaram voltar à escravidão. Sentiram-se como gafanhotos. Se eles tivessem executado a fé, diriam uns aos outros: “somos como gafanhotos, mas somos uma nuvem de três milhões de gafanhotos que destruirá o povo que vive na nossa terra”. Se quisermos conquistar a promessa, precisamos crer que Deus é fiel para cumprir toda Palavra que sai de sua boca, afinal, Ele “não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele dito, não o fará? ou, havendo falado, não o cumprirá?” (Nm 23.19).
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