quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A Igreja perseguida

Ap 2.8-11Ao anjo da igreja em Esmirna escreve: Isto diz o primeiro e o último, que foi morto e reviveu: Conheço a tua tribulação e a tua pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que dizem ser judeus, e não o são, porém são sinagoga de Satanás. Não temas o que hás de padecer. Eis que o Diabo está para lançar alguns de vós na prisão, para que sejais provados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. O que vencer, de modo algum sofrerá o dado da segunda morte.”

Esmirna hoje é conhecida como Izmir, a terceira maior cidade da Turquia, onde encontra-se o segundo porto mais importante do país. A antiga cidade foi destruída pelos lídios em 600 a.C. e reconstruída pelos gregos no final do século IV a.C. podendo ser descrita como uma cidade que morreu e tornou a viver. Durante o domínio romano, Esmirna se tornou um centro de idolatria oficial, conhecida como Guardião do Templo (grego, neokoros). Foi a primeira cidade da Ásia a construir um templo para a adoração da cidade (deusa) de Roma (195 a.C.) e escolhida em 26 d.C. como local do templo ao imperador Tibério. A arqueologia descobriu imagens, na praça principal da cidade, de Posêidon (deus grego do mar) e de Deméter (deusa grega da ceifa e da terra).

A Apresentação de Jesus

Como em cada carta, Jesus se apresenta de uma maneira ímpar e de acordo com a necessidade daquela congregação local. Para Esmirna Ele se apresenta como o Primeiro e o último, que foi morto e reviveu. Um dos atributos incomunicáveis de Deus é a Eternidade. Ele não possui princípio de dias, não foi criado, mas é o Criador. O fato de se apresentar como o primeiro e o último, mostra sua existência eterna tanto para o passado quanto para o porvir. Em outra ocasião, Jesus se apresenta a João como o alfa e o ômega, aquele que era, que é e que há de vir (cf Ap 1.8). Alfa é a primeira letra do alfabeto grego e ômega a última letra. É como se Ele dissesse: “Eu sou o a e o z” para nós brasileiros. Além disso, Sua eternidade é exposta mostrando que antes que alguém fosse alguma coisa, antes de toda criação, Ele já era. Não apenas existiu, mas continua existindo, porque Ele é o verdadeiro caminho. Sempre será e há de voltar.  Para terminar Sua apresentação a João, Ele ainda mostra mais um de Seus atributos incomunicáveis: Sua onipotência, Ele é o Deus Todo-Poderoso. Como a Igreja em Esmirna estava sofrendo fortes perseguições, Jesus termina Sua apresentação dizendo que é o que foi morto e reviveu, destacando a vitória sobre a morte na ressurreição. Eles, sendo fiéis, poderiam nutrir a mesma esperança: a de vencer a morte e ressuscitarem.

Características de Esmirna

Esmirna é uma das igrejas que estavam aprovadas. Somente ela e Filadélfia não sofreram críticas. Uma de suas características positivas, elogiadas pelo Mestre era a Pobreza Material x Riqueza Espiritual. Enquanto o vírus da Teologia da Pro$peridade contamina a Igreja do século XXI, Esmirna não possuía grandes posses e é reconhecida por Jesus como pobre materialmente. Todavia, embora fossem materialmente desprovidos, possuíam a verdadeira riqueza, a espiritual. Jesus disse que devemos ajuntar tesouros em um lugar onde a traça não pode consumi-la, onde a ferrugem não pode corroê-la e onde ladrões não podem roubar (Mt 6.19,20). Não que seja proibido ao cristão possuir bens materiais e até mesmo a riqueza, mas o discurso de Jesus é que essas coisas são passageiras, não podem ser trasladadas para a vida eterna e não possuem, portanto, nenhum valor eterno. O paradoxo “sois pobres, mas sois ricos”, reflete apenas a necessidade de compreendermos a inversão de valores. Enquanto a humanidade busca riquezas materiais, Jesus diz que aquela Igreja era rica, mas não de bens terrenos e sim de perseverança, fé e outras preciosidades espirituais.

Jesus dizia conhecer a blasfêmia dos que se diziam judeus e não eram. O Apóstolo Paulo disse que “não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. Mas é judeu aquele que o é interiormente, e circuncisão é a do coração, no espírito, e não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus” (Rm 2.28,29). Na Nova Aliança, Israel não é mais uma nação privilegiada, a Graça se estende a todos, não havendo “grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, escravo ou livre, mas Cristo é tudo em todos” (Cl 3.11). Embora a adoção, a glória, os pactos, a promulgação da lei, o culto, as promessas, os patriarcas, a descendência de Cristo sejam provenientes de Israel, Paulo diz que “nem todos os que são de Israel são israelitas” (Rm 9.6b). A Igreja agora é “a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido” (1 Pe 2.9 – grifos meus). Para ser um verdadeiro escolhido de Deus não se dá por um sinal externo e sim por um sinal interno. Não é a circuncisão exterior que marca um verdadeiro adorador, mas a circuncisão do coração, a marca do novo nascimento. Jesus sabia que os pseudo-judeus perseguiam e blasfemavam contra os irmãos em Esmirna, mas quem tinha a marca da salvação eram os irmãos perseguidos.

Não apenas a riqueza espiritual e a blasfêmia dos judeus era conhecida, mas também a tribulação que eles passavam. Esta, era demarcada por três aspectos: Prisão, Provação e Morte. É mister comentar que, temos total liberdade para professar nossa fé na nação brasileira, pelo menos por enquanto. Assim sendo, devemos aproveitar ao máximo desse benefício. Em várias nações da chamada “cortina de ferro”, Bíblias são proibidas e elas entram contrabandeadas. Os cristãos que lá residem têm muitas das vezes, algumas páginas e alguns trechos das Escrituras e se alegram bastante com isso, ao passo que em nações livres, o povo de Deus nem sequer a lê. Se lermos, em média, três capítulos e meio por dia, finalizamos toda a Bíblia em uma ano. E nem assim, os cristãos lêem a bendita Palavra do Deus Vivo. Em algumas nações, dizer que é cristão é motivo de prisão, vergonha para a família e em muitos casos de morte. Aqui, podemos pregar o Evangelho em praças públicas, para nossos colegas de trabalho, vizinhos e para quem quer que seja, correndo o único risco de nos chamarem de quadrados. Os irmãos de Esmirna estavam para serem lançados na prisão por simplesmente seguirem e servirem àquele que nos amou primeiro. O segundo aspecto da tribulação era marcado pela provação. Aqueles irmãos provavelmente foram submetidos a tortura, com o intuito de levarem a fé genuína à prova. Se a pessoa negasse a Cristo, seria também negada diante de Deus, mas se fosse fiel e afirmasse sua fé, confessando o Messias diante dos homens e das circunstâncias, Ele também confessaria essa pessoa diante do Pai e dos anjos (Mt 10.32,33; Ap 3.5). Quanto estaríamos dispostos a morrer ou sofrer tortura por amor a Cristo? O terceiro aspecto era a morte. O conselho de Cristo era que eles fossem fiéis até a morte, ou seja, ainda que a perseguição e torturas fossem seguidas de martírio, que eles não desanimassem, mas perseverassem e fossem fiéis até a morte.

Promessas

O conselho de Jesus era que eles não temessem aqueles que poderiam matar o corpo, pois eles não tinham condições de tocar no espírito (cf Mt 10.27,28). Se fossem fiéis até o fim, ainda que custasse a vida, receberiam a coroa da salvação. O que vencesse não sofreria o dano da segunda morte em nenhuma hipótese. Fica para nós o entendimento de que vale a pena sermos fiéis a Deus, trabalhando “não para agradar aos homens, mas a Deus, que prova os nossos corações” (1 Ts 2.4b).

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A Igreja Que Deixou o Primeiro Amor

Ap 2.1-7“Ao anjo da igreja em Éfeso escreve: Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete candeeiros de ouro: Conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua perseverança; sei que não podes suportar os maus, e que puseste à prova os que se dizem apóstolos e não o são, e os achaste mentirosos; e tens perseverança e por amor do meu nome sofreste, e não desfaleceste. Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, donde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; e se não, brevemente virei a ti, e removerei do seu lugar o teu candeeiro, se não te arrependeres. Tens, porém, isto, que aborreces as obras dos nicolaítas, as quais eu também aborreço. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus.”

Nas próximas semanas investirei meu tempo em estudar as cartas de Jesus enviadas às igrejas da Ásia. Como estamos estudando em série esse assunto na nossa congregação, acho interessante aproveitá-lo aqui e dissecar ao máximo para nossa compreensão. Essas cartas estão registradas nos capítulos 2 e 3 do livro das Revelações, o Apocalipse. O livro em questão, tem sofrido vários pontos de vista de interpretação, tais como o preterista, histórico, futurista, simbólico e eclético. Entretanto, não há como desconsiderar a aplicação contemporânea dessas cartas, escritas por João e ditadas por Jesus (Ap 1:10,11). Que o Senhor nos abençoe nessas 7 próximas meditações.

Podemos observar que, todas elas embora possuam suas particularidades, possuem também similaridades. a) Todas elas são dirigidas “ao anjo da igreja” (o pastor). b) possuem uma descrição abreviada dAquele que as envia, a saber, o Cristo. c) Jesus afirma a todas “Sei” (2.2,9,13,19; 3.1,8,15). d) possuem ou uma palavra de louvor ou de censura. e) O Messias lembra de Sua vinda e o que há de acontecer conforme a conduta de cada pessoa. f) A cada igreja é repetido “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”. g) Há ainda promessas aos vencedores do bom combate da fé, dizendo “ao que vencer...”.

A primeira carta é dedicada a Éfeso, cidade mais importante da província romana da Ásia. Foi situada perto do mar Egeu. Duas estradas importantes cruzaram essa cidade, uma seguindo a costa e a outra continuando para o interior, passando por Laodicéia. Assim, Éfeso teve uma localização importantíssima de contato entre os dois lados do império romano (a Europa e a Ásia). Historiadores geralmente calculam a população da cidade no primeiro século entre 250.000 e 500.000. Éfeso era conhecida, também, como o foco de adoração da deusa da fertilidade, Ártemis ou Diana.

No final de sua segunda viagem, Paulo deixou Áqüila e Priscila em Éfeso, onde corrigiram o entendimento incompleto de Apolo sobre o caminho do Senhor (Atos 18:18-26). Na terceira viagem, Paulo voltou para Éfeso, onde pregou a palavra de Deus por três anos (Atos 19:1-41; 20:31). Na volta da mesma viagem, passou em Mileto e encontrou-se com os presbíteros de Éfeso (Atos 20:17-38). Durante os anos na prisão, Paulo escreveu a epístola aos efésios. Também deixou Timóteo em Éfeso para edificar os irmãos (1 Timóteo 1:3).

Desde o início, houve a necessidade de examinar doutrinas e aceitar somente o que Deus havia revelado. Assim, Áqüila e Priscila ajudaram Apolo (Atos 18:26); Paulo advertiu os presbíteros do perigo de falsos mestres entre eles (Atos 20:29-31), e orientou Timóteo a admoestar os irmãos a não ensinarem outra doutrina (1 Timóteo 1:3-7). A carta de Paulo aos efésios destacou a importância do amor (5:2), um tema frisado, também, nesta carta no livro do Apocalipse.

1.      Pontos positivos

1.1.   Boas obras: Embora saibamos que as obras não possuem poder salvífico e que não são um fim em si mesmas, fazem parte da vida de todo cristão. O contraste Fé x Obras ainda hoje é discutido e muitas pessoas interpretam de forma equivocada. De fato, a salvação não vem por obras, para que ninguém se glorie e sim mediante a Graça, o favor imerecido de Deus. Se fosse por obras, as pessoas diriam que mereceriam gozar da vida eterna porque ajudaram isso, aquilo, esse ou aquele. Se fosse mediante obras, teríamos que conviver eternamente com ateus ou até mesmo adeptos de ocultismo no mesmo céu, somente porque fizeram obras filantrópicas. Se fosse mediante obras, muitas pessoas se achariam com mais direito que outros por terem auxiliado mais em suas condições (Ef 2.8,9). A salvação vem através do sacrifício vicário de Cristo na cruz do calvário, onde Ele levou sobre si os nossos pecados. Acreditar que obras podem fazer algo em nosso favor descarta o sacrifício de Jesus e dá poder ao homem para auto salvar-se. Apesar de obras não salvarem, devem fazer parte do nosso cotidiano cristão. É um fruto do Espírito (Gl 5.22) e é uma amostra conseqüente daquele que nasceu de novo. Nossa nova natureza em Cristo leva-nos a praticar um de Seus atributos a bondade. Por isso é que Tiago diz que a fé sem obras é morta, pois todo salvo naturalmente precisa ser bom (Tg 2.14-26). Aquela Igreja é elogiada por Jesus em função de suas boas obras, um grande contraste com a Igreja do século XXI que é egoísta e amante da prosperidade.

1.2.   Trabalhadora: Se por um lado alguns ministérios exageram no ativismo religioso e acabam enchendo seus fiéis de tarefas locais, Éfeso trabalhava na Seara do Senhor. O verdadeiro papel da Igreja é missionário, a tarefa genuinamente bíblica para o Corpo de Cristo é anunciar as Boas Novas. Foi para isso que Jesus prometeu derramar poder sobre a Igreja, para sermos testemunhas locais, regionais, nacionais e mundiais (At 1.8).

1.3.   Perseverantes: Mesmo sendo perseguida não negou o Nome de Jesus e não desfaleceu. Podemos ler na carta de Paulo aos efésios que nossa luta não é contra carne ou sangue, ou seja, contra as pessoas que tentavam paralisar a obra missionária, contra governantes, autoridades e outros grupos religiosos. A batalha é espiritual, contra principados e potestades que cegam o entendimento dos incrédulos (Ef 6.12; 2 Co 4.4). Anunciar o Evangelho não é fácil, mas precisamos ser perseverantes e não entregar os pontos jamais, afinal, as portas do inferno não prevalecem contra a Igreja (Mt 16.18).

1.4.   Sede de Justiça: Eles não suportavam os maus. É incrível como muitas pessoas se zangam quando analisamos falsas doutrinas. Ensinos anti-bíblicos quando analisados são levados para o lado pessoal e muitos chegam a descer o nível para defender cegamente uma seita ou uma heresia. Quando percebemos que alguns falsos mestres têm introduzido ensinos totalmente distorcidos, seus seguidores deixam de lado a Bíblia e preferem ficar com o que o “doutor da Lei” diz. Não podemos achar graça nos falsos ensinos e falsos mestres que têm feito da fé de ovelhas indefesas um negócio, não podemos suportar os maus (Mt 5.6; 1 Co 13.6). A Igreja deve tomar cuidado com os falsos mestres e rejeitar seus ensinos (Rm 16.17,18; Tt 3.10,11).

1.5.   Apologética: No meio dos pontos positivos, Jesus levanta dois elogios pela batalha doutrinária. Ele comenta sobre os falsos apóstolos (ver artigo “Existem Ainda Apóstolos nos dias de hoje?” postado em Agosto de 2011 aqui no blog) e um grupo herético chamado de nicolaítas. O primeiro grupo era colocado à prova através de seus ensinos e foram achados mentirosos e o último tinha suas obras repudiadas e aborrecidas. Não queremos com isso dizer que estamos com a temporada de caça às bruxas aberta, mas que é mister que todo crente analise os ensinos que são propagados no arraial evangélico. Precisamos ser como os bereanos que analisavam cautelosamente os ensinos de nada menos que o Apóstolo Paulo (At 17.10,11). Aliás, o mesmo Apóstolo Paulo nunca se chateou por isso, ele mesmo ensinou aos gálatas que se ele mesmo, outro pregador ou até mesmo algum anjo ensinasse outro Evangelho, que este deveria ser anatematizado (Gl 1.8). O mesmo Paulo disse aos anciãos de Éfeso que cuidassem do rebanho de Deus, pois entrariam lobos cruéis com doutrinas perversas (At 20.28-30). Enfim, é importante que a Igreja tenha em mente a importância do crescimento sadio e qualitativo, e para isso, precisamos batalhar pela fé que uma vez nos foi dada (Jd 3).

2.      Pontos negativos

2.1.   Deixou o primeiro amor: Não foi repreendida por problemas doutrinários, mas porque deixou para trás o primeiro amor. Talvez na ânsia pelo conhecimento, permitiram que a soberba adentrasse em seus corações (Ec 1.16; 1 Tm 1.3-7) e passaram a ser insensíveis. O primeiro amor é aquele em que o cristão tem prazer em estar no culto, recebe as coisas com alegria, ora com entusiasmo, exercita e exerce a fé com total convicção e plena certeza, caminha milhas para alcançar um perdido, trabalha com carinho na Obra de Deus, dentre varias outras coisas, a lista é grande. Muitos quando perdem o primeiro amor vão para as reuniões de sua igreja para cumprir um mero formalismo, quando não, por obrigação ou religiosidade. Eles haviam deixado o primeiro amor para trás e precisavam recuperá-lo.

3.      Conselhos
3.1.   Lembra-te de onde caíste: O que fez o filho pródigo voltar para a casa do Pai? Não foi a comida ruim que estava se alimentando e nem mesmo a tristeza por ter perdido tudo. Foi a lembrança da casa de seu Pai. Semelhantemente, Jesus exorta a Igreja a se lembrar de como era a vida espiritual antes, durante o primeiro amor.

3.2.   Arrepende-te: Quando Jesus mostra-nos a verdade nunca é com o intuito de ferir ou de meramente apontar nossos erros. Seu objetivo é conduzirmos ao verdadeiro arrependimento. Há diferença entre arrependimento e remorso. Basta compararmos a atitude de Pedro e a de Judas Iscariotes. Este, simplesmente se entristeceu pelo o que havia feito, devolveu as moedas, mas decidiu se matar. Aquele, deu a volta por cima, recebeu o perdão de Deus e tornou-se um grande missionário. A tristeza de Deus gera em nós o verdadeiro arrependimento, já a tristeza do mundo gera morte (2 Co 7.10); O conselho divino é que não pequemos, devemos fugir e evitar o mal ao máximo, todavia, se por acidente errarmos o alvo, temos um advogado junto ao Pai, Jesus Cristo o Justo, o qual lhe dirá: “vá e não peques mais” (Pv 28.13).

3.3.   Volta às primeiras obras: Lembrando daqueles momentos, os irmãos efésios poderiam ter o parâmetro de qual era o desejo de Deus para suas vidas e assim voltar às primeiras obras. Caso você amado leitor esteja longe do primeiro amor, lembre-se de onde caiu, arrependa-se, volte às primeiras obras e deixe Deus te usar!!!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Quatro elementos para a conquista da Promessa

Nm 13.31-33 – “Disseram, porém, os homens que subiram com ele: Não poderemos subir contra aquele povo, porque é mais forte do que nos. Assim, perante os filhos de Israel infamaram a terra que haviam espiado, dizendo: A terra, pela qual passamos para espiá-la, é terra que devora os seus habitantes; e todo o povo que vimos nela são homens de grande estatura. Também vimos ali os nefilins, isto é, os filhos de Anaque, que são descendentes dos nefilins; éramos aos nossos olhos como gafanhotos; e assim também éramos aos seus olhos.”

O Senhor havia prometido a Abraão uma descendência que estaria alojada em uma terra abençoada, a qual manaria leite e mel. Da mesma forma, Ele tem promessas para Seus filhos. Entretanto, o tempo em que estas são liberadas é definido primeiramente por Ele, que não chega adiantado e nem atrasado, mas cumpre tudo em Seu Kairós. Além dEle, o homem pode influenciar nesta conquista. Deus criou-nos com a capacidade de escolha e dotou-nos com livre arbítrio. Embora Ele tenha a chave de Davi que abre portas onde ninguém abre e fecha onde ninguém pode fechar, o homem através de suas escolhas pode decidir não receber a bênção divina. Foi o que aconteceu com o povo de Israel após alguns anos de liberdade da escravidão do Egito. Eles poderiam ter adentrado a terra, mas optaram pela covardia. Em todo o desenrolar dessa história, podemos destacar pelo menos quatro elementos chave para a conquista da promessa. Vejamos a seguir e apliquemos em nossas vidas.

1.      Ter a Promessa: Duas coisas precisam ser levadas em consideração: 1) Ter a promessa é fundamental. Muitas pessoas não sabem onde Deus as quer levar ou não possuem nenhuma espécie de sonho. Quando alguém não possui uma rota bem definida, não sai do lugar e anda em círculos; 2) Muitas pessoas são incentivadas a sonhar projetos que brotam do próprio coração, mas Deus tem compromisso com a Sua Palavra e não com os nossos desejos. O coração do homem é enganoso, por isso, nem todo sonho humano é aprovado por Deus (Jr 17.9). A exemplo disso, podemos citar um dos patriarcas de Jacó. O sonho que José teve foi imputado pelo próprio Deus em seu coração, não foi José quem escolheu sonhar. Uma vez compreendidos ambos os pontos, sabemos que Deus gerou a promessa da terra de Canaã a Abraão, que por sua vez repassou a seus descendentes. Esta promessa estava prestes a ser cumprida se não fosse a visão negativa de 10 espias.

2.      Ter estratégia: Moisés disse aos espias que observassem como era a terra, se era boa ou má, que observassem como era o povo, se forte ou fraco, se numeroso ou pouco e ainda, que observassem onde moravam, se em tendas ou se em cidades fortificadas. Os espias trouxeram todas essas informações e fica claro para nós que Moisés buscava tais informações para conquistar a promessa de forma estratégica. Semelhantemente, precisamos buscar estratégias para conquistar a promessa divina. Coisas que são possíveis ao homem cabe ao homem fazer. Todavia, as coisas impossíveis estão nas mãos do Senhor (Mt 19.26).

3.      Ter atitude: Muitas pessoas ficam como que esperando um anjo descer do céu e fazer o que é de sua responsabilidade. Jesus disse que os filhos das trevas são mais astutos que os filhos da luz, e isso por quê? Justamente em função da ousadia e atitude que muitos ímpios possuem em maior intensidade que os cristãos. Se quisermos conquistar a promessa é importante que sejamos pessoas de atitude! Não podemos ficar sentados olhando as coisas acontecerem. Precisamos mediante a autorização divina fazer acontecer. Muitos estão desanimados e parados na Obra do Senhor, como se estivessem cansados, mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças, subirão com asas como águias, correrão e não se cansarão, andarão e não se fadigarão (Is 40.31). Amado leitor, tenha atitude. Não seja apático, parado, morno, desanimado ou insípido. Foi pelas palavras desanimadoras dos 10 espias que os três milhões de israelitas desejaram voltar ao invés de enfrentar seus adversários.

4.      Ter Fé: O elemento mais importante que faltou àqueles homens (exceto Josué e Calebe) foi a fé, isto é, a certeza das coisas que não se vêem e a convicção das coisas que se esperam. Por intermédio dessa certeza eles podiam crer que a conquista ainda não consolidada já estava aprovada por Deus. Ainda em função dessa convicção poderiam crer que a promessa que esperavam o cumprimento estava garantida, pois a Palavra de Deus não voltaria vazia para si, antes cumpriria o que disse. Além do mais, os israelitas tiveram vitórias muito maiores antes de chegarem até ali: eles vislumbraram as pragas do Egito e a acepção que Deus fez entre o povo escolhido e os egípcios; viram o mar se abrir e seus pés atravessarem a seco; viram o mesmo mar se fechando para os egípcios; viram Deus se manifestar em coluna de nuvem e coluna de fogo; viram cair maná do céu e o envio de codornizes no deserto; viram o maná ter validade apenas na porção diária determinada por Deus, mas viram o mesmo maná que estragava quando excedido a porção correta perdurar em um recipiente que serviria de testemunho às futuras gerações; viram sair água da rocha; viram milagres e mais milagres e para surpresa de todos quando viram gigantes desanimaram da promessa e desejaram voltar à escravidão. Sentiram-se como gafanhotos. Se eles tivessem executado a fé, diriam uns aos outros: “somos como gafanhotos, mas somos uma nuvem de três milhões de gafanhotos que destruirá o povo que vive na nossa terra”. Se quisermos conquistar a promessa, precisamos crer que Deus é fiel para cumprir toda Palavra que sai de sua boca, afinal, Ele “não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele dito, não o fará? ou, havendo falado, não o cumprirá?” (Nm 23.19).

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Teologia gay

Intimidade entre iguais desafia a Igreja Evangélica no Brasil
Por João Luiz Santolin, Sergio Viula e Júlio Severo

Rm 1.21-32 – “porquanto, tendo conhecido a Deus, contudo não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes nas suas especulações se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se estultos, e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso Deus os entregou, nas concupiscências de seus corações, à imundícia, para serem os seus corpos desonrados entre si; pois trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram à criatura antes que ao Criador, que é bendito eternamente. Amém. Pelo que Deus os entregou a paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural no que é contrário à natureza; semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para como os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a devida recompensa do seu erro. E assim como eles rejeitaram o conhecimento de Deus, Deus, por sua vez, os entregou a um sentimento depravado, para fazerem coisas que não convêm; estando cheios de toda a injustiça, malícia, cobiça, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, dolo, malignidade; sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes ao pais; néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, sem misericórdia; os quais, conhecendo bem o decreto de Deus, que declara dignos de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que as praticam.”


Quem vê as recentes conquistas do movimento gay (palavra inglesa que significa alegre, como adjetivo, e homossexual, como substantivo) na mídia e na sociedade nem imagina que até a década de 1950 não havia nenhum movimento organizado por homossexuais em prol de seus “direitos”. Em apenas 50 anos, os homossexuais saíram do aparente anonimato para o status de defensores dos direitos humanos. O fenômeno, ao contrário de muitos outros movimentos sociais, não foi espontâneo. O plano foi cuidadosamente engendrado e paulatinamente executado, visando à homossexualização da sociedade, objetivo bem expresso na frase “o mundo é gay”, cunhada pelos próprios militantes. E para neutralizar a oposição da Igreja, intelectuais e teólogos envolvidos na militância lançaram as bases do que hoje se chama “Teologia Cristã Gay”. Preocupado com a influência dessa Teologia, o ICP convidou o Movimento pela Sexualidade Sadia (MOSES) para refletir e produzir a matéria que ora chega até você. Boa leitura!

Contradições teológicas

Para validar seu comportamento, os militantes homossexuais recorrem a todo tipo de argumentação. À primeira vista, as pessoas menos informadas podem achar que as declarações dos ícones do movimento gay fazem sentido e se baseiam em fatos incontestáveis. Puro engano. Na verdade, esses argumentos não resistem a uma análise mais acurada e desprovida das motivações que estão por trás da maio ria das afirmações dos mentores do movimento gay, incluindo sua teologia. Luiz Mott, doutor em Antropologia e presidente do “Grupo Gay da Bahia”, considerado o maior mentor intelectual do movimento gay no Brasil, utiliza argumentos teológica, histórica e cientificamente inconsistentes. Esses argumentos são, na verdade, importados dos Estados Unidos e da Europa, onde nasceu e se desenvolveu a chamada “Teologia Gay”. Portanto, vamos nos ater a seus argumentos, tendo em vista que, analisando a Teologia de Mott, estaremos focando os principais postulados da “Teologia Gay” mundial. Por exemplo, em artigo publicado na revista SuiGeneris (periódico gay), Mott lança o seguinte desafio: “Jesus era gay?” Absurda em si mesma, a pergunta norteia toda a tendenciosidade do artigo. E como todas as seitas costumam fazer, Mott ataca diretamente a pessoa, o caráter e a missão de Jesus, esvaziando os conteúdos da fé cristã para tentar demonstrar que Jesus era gay.

Mott começa seu ataque levantando dúvidas quanto à existência histórica de Jesus de Nazaré. Causa estranheza que um doutor em Antropologia, supostamente familiarizado com a História, alegue a inexistência da maior personalidade de todos os tempos. Até mesmo os inimigos de Jesus deram testemunho dele. Isso para não falar que a própria História foi dividida entre antes e depois de Cristo. Se a existência de Jesus foi uma fraude, César, Nero, Napoleão e Hitler são meras projeções da mente humana, pois a mesma História registra a existência e os atos de cada um. Entre os testemunhos históricos extrabíblicos acerca de Jesus estão os de Flávio Josefo (historiador judeu 37-95 d.C.), do Talmude (coleção de doutrinas e comentários rabínicos acerca da Lei, elaborada a partir do primeiro século da Era Cristã), os Anais de Cornélio Tácito (historiador romano, morto em 120 d.C.), Caio Suetônio Tranqüilo (escritor e senador romano que viveu entre 69-141 d.C.), Plínio, o Moço (governador romano entre 62-113 d.C.), Adriano (imperador de Roma entre 117-138 d.C.), Luciano de Samosata (poeta grego do começo do segundo século), Júlio Africano (cronologista, comentando os escritos de um historiador samaritano chamado Talo, datados do ano 52 d.C.), Mar Bar-Serápio (prisioneiro sírio escrevendo uma carta a seu ilho por volta do ano 73 d.C.). Corroborando os registros anteriores, Joseph Klausner, ex-professor de Literatura Judaica em Jerusalém, afirma em seu livro Jesus of Nazareth: “Se apenas possuíssemos estes testemunhos, saberíamos efetivamente que na Judéia viveu um judeu chamado Jesus, a quem chamaram o Messias, o qual fez milagres e ensinou o povo; que foi morto, por ordem de Pôncio Pilatos, por denúncia dos judeus...” Portanto, Luiz Mott precipita-se quando afirma que “a fé é sempre um passo no escuro”. Os cristãos, além do resplendor da infalível e inerrante Palavra de Deus, possuem as luzes da História. É como disse Jesus: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, pelo contrário terá a luz da vida” (João 8.12). Além das contradições no campo da História, Mott não perde a oportunidade de pecar contra a verdade bíblica no campo da Teologia. Em seu panfleto “O que todo cristão deve saber sobre homossexualidade”, o “Grupo Gay da Bahia”, instituição presidida por Luiz Mott, apresenta dez motivos por que a Bíblia supostamente não reprova o homossexualismo. Seu primeiro equívoco foi dizer que “a palavra homossexual só foi inventada em 1869... Portanto, como a Bíblia foi escrita entre dois e quatro mil anos atrás, não poderiam os escritores sagrados ter usado uma palavra inventada só no século passado”. Isso demonstra total falta de compreensão sobre o que significam terminologia e conceito. A palavra homossexual, ou homossexualismo, é termo recente, mas o conceito é antigo. É o próprio Mott quem diz que “a prática do amor entre pessoas do mesmo sexo, porém, é muito mais antiga que a própria Bíblia”. Portanto, a Bíblia fala sobre a prática homossexual mesmo sem utilizar a terminologia moderna, uma vez que o homossexualismo sempre foi contemporâneo dos escritores bíblicos. Mott vai além da guerra de palavras e ataca o Levítico afirmando que “do imenso número de leis do Pentateuco apenas duas vezes há referência ao homossexualismo (...) que inúmeras outras abominações do Levítico – como comer carne de porco ou o tabu em relação ao esperma ou ao sangue menstrual (...) foram completamente abandonadas”. O que o antropólogo ignora é que se há duas referências ao homossexualismo no Pentateuco (Lv 18.22; 20.13), e ambas são proibitivas e punitivas, já se vê que Deus reprova a prática do homossexualismo sem necessidade de qualquer outro argumento. Além deste erro grosseiro, confundir preceito moral com cerimonial – ou seja, rituais – é um equívoco imperdoável mesmo para um iniciante em hermenêutica. Cerimônias foram removidas mediante o sacrifício de Cristo na cruz (Col. 2:14-17) Mo ralidade, não. Copiando na íntegra o desgastado argumento da homossexualidade entre Davi e Jônatas, Mott pergunta retoricamente: “Se o homossexualismo fosse prática tão condenável, como justiicar a indiscutível relação homossexual existente entre o rei Davi e Jônatas?” Indiscutível sobre que bases? Na verdade, quando Davi disse que o amor que sentia por Jônatas ultrapassava o de mulheres, icou claro que este amor não tinha qualquer conotação erótica. Vale destacar o comentário exegético do rabino Henry I. Sobel à revista Ultimato, de setembro/outubro de 1998: “... a palavra hebraica ahavá não significa apenas amor no sentido conjugal/sexual, mas também no sentido paternal (‘Isaque gostava de Esaú’, Gn 25.28), no sentido de amizade (‘Saul afeiçoou-se a Davi’, em 1 Sm 16.21), no sentido de amor a Deus (‘Amarás o Senhor, teu Deus’, em Dt 6.5) e no sentido de amor ao próximo (‘Amarás o próximo como a ti mesmo’, Lv 19.18). Em todos estes exemplos, o verbo usado na Torá (a Bíblia hebraica) é ahavá. É por razão lingüística – e não por falso pudor – que a maioria das traduções bíblicas cita 1 Samuel 1.26 assim: ‘Tua amizade me era mais preciosa que o amor das mulheres’.” Amor das mulheres era algo que Davi conhecia muito bem. Sua poligamia com Mical, Abigail, Ainoã, Maaca, Agita, Abital, Eglá e seu adultério com Bate-Seba mostram que a maior diiculdade de Davi era a atração pelo sexo oposto (1 Sm 18.27; 25.42-43; 2 Sm 3.2-5; 11.1-27). Os “intelectuais” da militância gay teimam em ignorar os fatos. Além do problema com a História e a Teologia, revelam total desconhecimento da geograia da Terra Santa. Argumentando sobre o texto de Eclesiastes 4.11 (“Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se aquentará?”), tentam demonstrar que num clima quente como o da Judéia dormir juntos só pode ter conotação erótica. Ignoram, porém, que em Israel também neva. Exemplo disso é o rigoroso inverno que em janeiro deste ano atingiu a Terra Santa, espalhando neve por toda parte. Além de acusarem Davi de homossexualidade, os militantes sugerem que Salomão – mulherengo como era! – teria escrito a favor do homossexualismo, o que não encontra respaldo hermenêutico no contexto do versículo que, na verdade, fala de cooperação mútua. Falando sobre Sodoma e Gomorra, a militância gay afirma que quando os homens daquelas cidades pediram a Ló para conhecer os visitantes (os dois anjos com aparência humana) eles não pretendiam manter relações sexuais com eles: “...maliciosamente se interpretou o verbo ‘conhecer’ como sinônimo de ‘ato sexual’.” É verdade, porém, que o verbo que aparece neste contexto é o hebraico yada, que tem vários significados e, segundo, especialistas, aparece mais de 900 vezes no Antigo Testamento, por exemplo: Saber – Gn 15.8; dar-se conta – Gn 3.9; reconhecer – Gn 12.11; conhecer pessoas – Gn 29.5; ser esperto em algo – 1 Rs 9.27; ter relações sexuais – Gn 4.1; 19.5; 19.8; Jz 19.22. Na história de Sodoma e Gomorra, esse verbo tem conotação sexual (Gn 19.5 – a ameaça dos homens o demonstra claramente), pois a resposta de Ló oferecendo suas duas ilhas virgens tem conotação sexual. Mas eles não queriam as mulheres. Seu desejo era homossexual. Uma das melhores traduções da Bíblia foi feita pelo judeu André Chouraqui e chama-se A Bíblia – No Princípio. A tradução literal em sua Bíblia é: “Faze-os sair até nós, vamos penetrá-los” (Gn 19.5). E: “Tenho duas ilhas que homem algum jamais penetrou “(Gn 19.8). Isso está em completa harmonia com o ensino do Novo Testamento em Judas 7, que confirma que a intenção dos homens de Sodoma era realmente de violação homossexual, assim como o demonstram 2 Pedro 2.7-10 e 1 Timóteo 1.8-10 que lista diversas violações da lei colocando os sodomitas lado a lado com os parricidas, matricidas e roubadores de homens. “Não há evidência histórica ou arqueológica confirmando a real existência de Sodoma e Gomorra”, dizem os militantes. Por que, então, eles perdem tanto tempo com toda a argumentação discutida até aqui? Entretanto, erram por não levar em consideração os últimos achados arqueológicos. Bryan Wood, diretor da Associates for Biblical Research (Associados para a Pesquisa Bíblica), afirma: “Quando empregamos as informações disponíveis das escavações e o emparelhamento geográfico destas cidades, podemos identificar Bab edh-Dhra como Sodoma, Numeria como Gomorra, es-Sai como Zoar, Feifa como Admá e Khanazir como Zeboim. Ele acredita que a evidência é imperiosa e por isso conclui: ‘Estas cidades da Era do Bronze Antigo, descobertas no país da Jordânia logo ao sudeste do Mar Morto, formam uma linha norte-sul ao longo da bacia sul do Mar Morto. Elas todas datam do tempo de Abraão e parece que são verdadeiramente as cinco cidades da planície mencionadas no Antigo Testamento’.” (Stones cry out, livro a ser lançado pela CPAD sob o título “As pedras clamam”). Tentando neutralizar os escritos paulinos contra o comportamento homossexual, os militantes argumentam que as palavras afeminados e sodomitas empregadas em 1 Coríntios 6.9-11 foram mal traduzidas. Entretanto, as palavras gregas malakoi e arsenokoitai têm significados específicos. Malakoi significa “macio ao tato”. Arsenokoitai é composta de duas outras palavras arsen (macho) e koitai (cama). Em outras palavras, esse termo se refere aos homens que vão para a cama com outros homens. Mas homossexualismo não é o único pecado sexual condenado na passagem em questão. Pornoi (fornicadores) e moichoi (adúlteros) mostram que não é só o homossexualismo que exclui pessoas do reino de Deus. Em contrapartida, o texto deixa claro que ninguém precisa permanecer excluído do reino, pois na igreja que estava em Corinto (cidade extremamente libertina onde o homossexualismo e a pedofilia eram considerados normais) havia alguns que deixaram o homossexualismo, bem como os outros pecados. “Jesus Cristo nunca falou nenhuma palavra contra os homossexuais!”, bradam os militantes. Mais uma tentativa frustrada para perverter a simplicidade do Evangelho. O fato de Jesus nunca ter mencionado especificamente o homossexuais mo não significa sua aprovação. Ele também não se pronunciou claramente sobre muitos outros problemas sociais, tais como: seqüestros, abuso sexual, prostituição infantil, tráfico de drogas. Entretanto, a Palavra apresenta direta e indiretamente os princípios inegociáveis de Deus para a moralidade e dignidade humanas. Na verdade, ao se referir ao plano de Deus para a sexualidade, Jesus reafirmou o ensino vetero-testamentário sobre o casamento heterossexual e monogâmico (Mt 19.4-6). A única alternativa ao casamento nestes termos é o celibato voluntário, concessão que Ele abriu ao ensinar que é melhor ser eunuco pelo Reino de Deus do que se divorciar e casar-se de novo (Mt 19.9-12). Quanto à alegação de que Jesus era gay porque “conviveu predominantemente com os apóstolos (todos homens), que ele era muito sensível falando de lírios do campo, que era amigo de muitas mulheres, que tinha muita sensibilidade com as crianças ou, ainda, que nutria uma predileção por João”, só revela a falta de bom senso que patologiza as relações mais simples e puras entre um homem e seus semelhantes. Certamente, uma compreensão correta da natureza divino-humana de Jesus jamais permitiria sequer uma suposição destas. O Deus Eterno que se fez homem jamais nutriria por suas criaturas qualquer tipo de amor que não fosse puramente ágape (amor de Deus pelos homens). E foi exatamente isso que Jesus demonstrou por todos. Mas Luís Mott prefere extrair sua cristologia deturpada de conceitos mitológicos sobre deuses como Zeus e Oxalá, “andróginos e praticantes do homo erotismo” (atração física entre seres do mesmo sexo) como seus idealiza dores. Por isso, ele não consegue perceber nos relacionamentos de Jesus nada maior do que a interação entre iguais. Ele perde a oportunidade de ver a beleza do relacionamento Criador-criatura, Salvador-pecador, Senhor-servo, Mestre-discípulo e, especialmente, Pai-filho. É intrigante o fato de que o “Grupo Gay da Bahia”, presidido por Luiz Mott, autor da maioria dos argumentos refutados acima, seja o idealizador da chamada “Ação Cristã Homossexual”. Esse grupo que passa horas de pesquisa para tentar provar que Jesus é um mito, e que se fosse um personagem histórico seria homossexual, e que questiona os relatos bíblicos rejeitando sua interpretação literal pretende convencer-nos de que é ação, instituição ou movimento cristão. Como é possível tal contradição? É óbvio que o objetivo não é o de aproximar os homossexuais do Evangelho do Reino de Deus. É, antes, uma estratégia para impedir que eles cheguem ao pleno conhecimento da verdade. São como os intérpretes da lei a quem Jesus denunciou, dizendo: “Ai de vós, intérpretes da lei! Porque tomastes a chave da ciência; contudo, vós mesmos não entrastes e impedistes os que estavam entrando” (Lc 11.52).

Apelação “Científica”

Todavia, a obstinação dos militantes não se confina apenas a deturpar a História e a lei de Deus, mas também a ciência – do ponto de vista experimental. É por isso que o Dr. Vern L. Bullough, defensor do movimento homossexual e da pedofilia, afirma: “A política e a ciência andam de mãos dadas. No final é o ativismo gay que determina o que os pesquisadores dizem sobre os gays.”1 Porém, ainda que conseguissem provar algum dia que o homossexualismo é causado por algum fator na natureza, isso não quer dizer que somos obrigados a aceitá-lo. Sinclair Rogers, que foi homossexual por muitos anos até entregar sua vida a Jesus Cristo, diz: “Certamente, as pessoas não escolhem desenvolver sentimentos homossexuais. Mas isso não significa que quando alguém nasce, já está pré-programado para ser homossexual para sempre. Não somos robôs biológicos. E não podemos ignorar as influências ambientais e nossa reação a essas influências (...) A natureza produz muitas condições por influência biológica, tais como depressão, desordens obsessivas, diabetes... Mas não consideramos esses problemas ‘normais’ só porque ocorrem ‘naturalmente’ (...) A Biologia pode influenciar, mas não justifica automaticamente a possível conseqüência de todo comportamento. E também não elimina nossa responsabilidade pessoal, vontade, consciência ou nossa capacidade de escolher controlarmos ou ser controlados por nossas fraquezas.”2 Pesquisas tentando mostrar causas-efeitos biológicos ou genéticos para a homossexualidade existem há quase um século. Mas o fato é que, ao longo dos anos, nenhuma pesquisa jamais provou uma base orgânica para a homossexualidade. O ativista homossexual Dennis Altman faz uma observação acerca de um estudo do Instituto Kinsey: “Eles estão impressionados com os consideráveis esforços de biólogos, endocrinologistas, e fisiologistas em provar esse fundamento; estou mais impressionado com a incapacidade de tantos anos de pesquisa resultarem em nada além de meras ‘sugestões’.”3 Os ativistas homossexuais declaram que a homossexualidade é natural. Os grupos gays e todas as pesquisas modernas que defendem a conduta homossexual se baseiam direta ou indiretamente no Relatório Kinsey de 1948, o qual afirma que 10% da população são exclusivamente homossexuais. No entanto, dois excelentes livros escritos pela Dra. Judith Reisman revelam não só a metodologia fraudulenta de Kinsey, mas também o envolvimento dele com estupradores de crianças.4 Wardell Pomeroy, co-autor do Relatório Kinsey, conta a reação de Kinsey à preocupação (que Kinsey chamava de histeria) da sociedade com o grave problema de adultos que têm relações sexuais com crianças da família: “Kinsey zombava da idéia... [Kinsey] afirmou, com relação ao abuso sexual de crianças, que a criança sofre mais danos com a histeria dos adultos [do que com o próprio estupro]”.5 Os grupos de ativistas homossexuais no mundo inteiro estão trabalhando para abaixar ou abolir as leis de idade de consentimento sexual a fim de “liberar” as crianças das restrições sociais. Isso, na verdade, passa a inocentar o criminoso. Infelizmente essa conspiração resultou, em 1992 na Holanda, na legalização do relacionamento hetero (entre sexos diferentes) e homossexual de adultos com crianças a partir dos 12 anos. Nos EUA, a maior responsável por esta luta é a Associação Norte-Americana de Amor entre Homens e Meninos (NAMBLA).6

Homossexualismo e Candomblé

Apesar de nem todo homossexual ser endemoninhado como diriam ingenuamente alguns, é óbvio que Satanás está por trás deste comportamento, como de qualquer outro comportamento pecaminoso e autodestrutivo. Foi Jesus mesmo quem disse que o diabo veio para matar, roubar e destruir. Edison Carneiro (irmão do político Nelson Carneiro), afirma, no seu livro Candomblés da Bahia (p. 140) que o candomblé arrasta muitos homens ao homossexualismo, confirmando assim o que já havia sido observado por outro estudioso desse assunto, o sociólogo Roger Bastid. Segundo Edison Carneiro, é difícil esses efeminados não serem “cavalos de Yansã, orixá que geralmente se manifesta em mulheres inquietas, de grande vida sexual, que se entregam a todos os homens que encontram...”.7 Os casos de crianças desaparecidas que são estupradas e sacriicadas em rituais de pais-de-santo parecem ser um problema envolvendo os cultos afro-brasileiros. Assim, além de levarem os indivíduos ao homossexualismo, os demônios também os levam a abusar sexualmente das crianças e até a matá-las. Talvez o pior assassino em série do mundo seja o homossexual Gilles de Rais, que matou brutalmente 800 meninos. Cada garoto era atraído à sua casa, onde recebia banho e comida. Então, quando o pobre menino pensava que era seu dia de sorte, Gilles o estuprava e queimava, ou o cortava e comia.8 Em seu livro The Devil’s web (A teia do Diabo), Pat Pulling revela o envolvimento do satanismo com o estupro e o sacrifício ritual de crianças. Ele cita o caso de Gilles: “Gilles de Rais era um nobre europeu do século 15 que estava totalmente envolvido na alquimia e outras ciências ocultas. Ele era também um pervertido sexual e sadista que matava crianças antes de ser preso, julgado e condenado à morte. Outras evidências mostram que, no passado, os praticantes de adoração de demônios realmente sacrificavam criancinhas durante suas cerimônias rituais.”9

Causas Psicológicas da Homossexualidade

Uma vez que as causas não são genéticas, passam a figurar no campo da Psicologia. O Dr. Gerard van den Aardweg, psicólogo holandês, estabelece as seguintes causas do desejo homossexual nas pessoas: experiência homossexual na infância, anormalidade familiar, experiência sexual fora do normal incluindo sexo grupal ou com animais, e as influências culturais. Corroborando as afirmações do Dr. Gerard van den Aardweg que homossexualidade não é genética, a psicanalista e escritora Sheiva Sherman declarou, em 27 de março de 1998, no programa de TV Madalena Manchete Verdade que “uma coisa tem de ficar claro: homossexualismo não é genético. Está provado”. É bom frisar que as causas da homossexualidade não são genéticas, porque a maior vitória do movimento gay na década passada foi mudar a direção do debate. Em vez de se discutir sobre a conduta, fala-se sobre identidade. Qualquer um que se oponha ao homossexualismo passou a ser visto como agressor dos direitos civis dos cidadãos homossexuais. Isso é o que constatam o teólogo John Ankerberg e o sociólogo John Weldon, autores do livro Os fatos sobre a homossexualidade (Editora Chamada da Meia-Noite): “Nossa cultura está se tornando tão tolerante que muitos dão ouvidos a qualquer grupo de autodenominadas ‘vítimas’.”10 Denunciar a tolerância demasiadamente aética de nossa sociedade para com as minorias, não significa promover ou praticar a violência contra elas. É muito importante esclarecer que somos absolutamente avessos a toda demonstração de violência contra qualquer pessoa, inclusive os homossexuais. Deve provocar a indignação de qualquer cidadão o que aconteceu recentemente ao adestrador de cachorros Edson Neris da Silva, homossexual, de 35 anos, que foi cercado por um grupo de “Carecas” e assassinado a socos e pontapés na praça da República, na região ABC paulista. Essa é, sem dúvida, uma atitude doentia, homofóbica (aversão a homossexuais), sem qualquer justificativa. Precisamos ser equilibrados, repudiando o discurso e a prática gays, mas acolhendo e conduzindo os homossexuais a Cristo. Mesmo aqueles que são mais recalcitrantes devem ser objeto da compaixão e amor cristãos. Uma coisa que precisa ficar muito clara é que toda a argumentação aqui apresentada visa a combater os falsos ensinos que a militância gay vem divulgando. Todavia, a maioria dos homossexuais não faz a mínima idéia de grande parte dos argumentos dos grupos gays nem quer se envolver em sua luta; deseja apenas viver em paz. A maioria dos homossexuais, homens ou mulheres, deseja, na verdade, abandonar esse comportamento, mas não sabem como. Por isso, precisam ser acolhidos, respeitados como pessoas e conduzidos ao conhecimento de Cristo.

A Igreja e os Homossexuais

Joe Dallas, em seu livro A operação do erro, publicado pela Editora Cultura Cristã, leva-nos a uma interessante reflexão sobre o papel da Igreja para com os que desejam deixar o homossexualismo: “Entretanto, quando eles são trazidos para fora da ilusão, quem está esperando por eles? A Igreja está sendo como o pai do ilho pródigo, correndo para encontrá-lo no meio do caminho e celebrar o seu retorno? Ou será que o Corpo de Cristo está sendo melhor representado pelo irmão mais velho, justo em si mesmo, distante e frio, que não quer se envolver? Ao abordar o problema do homossexualismo, talvez essas sejam as perguntas mais importantes a serem feitas.” Infelizmente, porque uma grande parte da Igreja não está cumprindo seu papel neste sentido, precisamos ouvir coisas como as que Troy Perry, líder da maior igreja gay cristã do mundo, disse e que Joe Dallas registra: “Se a Igreja tivesse realmente feito seu trabalho missionário, não creio que a MCC (Metropolitan Community Church) jamais tivesse vindo a existir.”11 Graças a Deus, a Igreja começa a despertar! A Igreja Presbiteriana Independente de Londrina, por meio do Ministério Paz com Deus, começou a agir de maneira planejada para conscientizar pastores e membros da igreja, e ajudar os que se encontram em dificuldades com sentimentos ou práticas homossexuais. Ela promoveu o I Encontro Paz com Deus, realizado de 4 a 7 de março, em Londrina, Paraná. O evento contou com 130 pessoas (participantes e obreiros) e incluiu muitos pastores. Dentre as muitas bênçãos recebidas e testemunhadas pelos participantes, destacam-se as confissões que muitos pastores, outrora intolerantes no que diz respeito aos homossexuais, fizeram aos líderes de ministérios que atuam entre eles. Depois de uma das mensagens do preletor oficial Bob Reagan, ligado à Exodus e ao Regeneration Ministry, nos EUA, os pastores e líderes evangélicos foram convidados ao altar para uma oração de arrependimento e confissão de pecados como os de omissão ou rejeição de homossexuais durante seus ministérios. Quase todos foram à frente. Mas os pastores não foram os únicos a pedir perdão. Os participantes que haviam vivido o homossexualismo ou ainda estavam envolvidos neste comportamento também pediram perdão por terem guardado mágoas contra pastores ou igrejas. Muitas lágrimas foram derramadas por ambos.


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Referências Bibliográficas

1. dra. Judith Reisman, Kinsey, sex & fraud ( Hungtington House Publishers: Lafayette-EUA, 1990) p. 212.
2. Questions I´m asked most about homosexuality, An Interview with sinclair Rogers (Choices: singapura, 1993), p. 4.
3. John Ankerberg e John Weldon, Os fatos sobre a homossexualidade (Editora Chamada da Meia-noite, 1997) pp. 22-23.
4. dra. Judith Reisman, Kinsey, sex & fraud, (Hungtington House Publishers: Lafayette-EUA, 1990) e Kinsey: crimes & consequences (the Institute for Media Education, Arlington-1998).
5. dra. Judith Reisman, Kinsey: crimes & consequences (the Institute for Media Education, Arlington-1998) p. 234.
6. Julio severo (O movimento homossexual, Editora Betânia, Venda nova – Mg, 1998) p. 20.
7. Jefferson Magno Costa, Porque Deus condena o espiritismo (CPAd, Rio de Janeiro, 1987), p. 81.
8. dr. Paul Cameron, The gay 90s (Adroit Press: Franklin – EUA, 1993), p. 46.
9. Pat Pulling, The Devil’s web (Huntington House, Inc.: Lafayeitte – EUA, 1989), p. 148.
10. John Ankerberg e John Weldon, Os fatos sobre a homossexualidade (Editora Chamada da Meia-noite, Porto Alegre, Rs, 1997), p. 8.
11. Joe dallas, A operação do erro (Editora Cultura Cristã, são Paulo, 1998) p. 237. a João Luiz Santolin,presbiteriano, presidente-fundador do Moses, bacharel em teologia e pós-graduando em terapia da Família. b Sergio Viula, ministro batista, editor do jornal Desaio das Seitas, co-fundador do Moses e Mestrando em Ministério globais. c Júlio Severo, obreiro da Comunidade Evangélica sara nossa terra e autor do livro O movimento homossexual – Editora Betânia.


Fonte: Edição Especial Defesa da Fé – ICP, CD-Rom, 26/07/10.