sexta-feira, 6 de maio de 2011

Maldições hereditárias e Cura interior

Maldições hereditárias

A primeira coisa que é preciso fala acerca desse ensinamento, é que é uma derivação do movimento da batalha espiritual. A batalha espiritual é bíblica, em Efésios 6:10-17 o Apóstolo Paulo ensina sobre isso. Entretanto, a sede pelo oculto que o ser humano traz consigo, inverteu os valores bíblicos e o que vemos hoje é um exagero da batalha espiritual. Jesus não nos ensinou a entrevistar demônios, até porque Ele mesmo afirmou que o diabo é o pai da mentira (Jo 8:44). Por parte deste exagero, vemos líderes perguntando a demônios o seu nome e existem até apostilas com nomes desses seres que líderes pegaram durante essas entrevistas. Será que não estamos vivendo o que Paulo falou? “Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios” (1 Tm 4:1). Que crédito tem uma pessoa mentirosa? Mas algumas pessoas estão ouvindo o que eles dizem. Outro exagero por parte do movimento da batalha espiritual, é que se fala demais nos demônios. Tudo tem demônio. Acharam demônio do Banco Itaú, da VolksWagen, da FIAT, da Chevrolet, enfim, esse movimento enxerga demônio até debaixo do tapete. Com isso, se a corda do violão arrebentar, é demônio; se tropeçar na rua, é demônio, se o microfone quebrar, é demônio... Tem até um caso de uns irmãos que foram no monte orar. Chegando lá, um deles parou de orar e foi comer algo que havia levado consigo. Ele acabou se engasgando e começou a grunhir por causa da comida entalada na garganta, quando os demais impuseram as mãos e começaram a expulsar os demônios, dizendo: “SAI CAPETA, SAI SATANÁS, EM NOME DE JESUS”. Nisso o irmão entalado, tentou avisar, dizendo: “Pa-ne-to-ne”. Um dos que impunham as mãos disse: “NÃO PERGUNTEI SEU NOME DIABO!”. São casos hilários, mas isso apenas mostra que precisamos ter mais critério. Com isso, a maldição hereditária ganhou espaço. Neste ensinamento, as pessoas confessam pecado de antepassados. É como se o que o meu avô, bisavô ou tataravô fizeram de errado, foi dando seqüência até chegar em mim e a maldição se tornou hereditária. O que meu tataravô fazia de pecado, fazia porque não conhecia a Deus e nem Sua Palavra. Assim criou meu bisavô, que aprendeu errado e como não valorizava a Palavra de Deus, deu seqüência. Meu avô viveu da mesma forma, não porque as maldições são hereditárias, mas “porque todos pecaram e destituídos estão da Glória de Deus” (Rm 3:23). Sendo eles incrédulos, ainda estavam cegos pelo deus deste século, para que “lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus” (2 Co 4:3,4). Mas um dia meu pai conheceu o Evangelho e em Cristo se tornou Nova criatura, não houve necessidade de pedir perdão pelos pecados de seu pai, de seu avô e assim sucessivamente, pois “se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5:17). Em Israel já houve ensinamento semelhante a este, mas o próprio Deus repudiou: “De novo veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Que quereis vós dizer, citando na terra de Israel este provérbio: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram? Vivo eu, diz e Senhor Deus, não se vos permite mais usar deste provérbio em Israel” (Ez 18:1-4). O próprio Deus explica que, o pecado é individual. Eu não sofro as conseqüências dos pecados do meu pai, avô, bisavô, etc. Sofro as minhas conseqüências em termo de maldição. Paulo mesmo diz que “Não vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque quem semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas quem semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna” (Gl 6:7,8). Quando aceitamos Jesus, tornamo-nos nova criatura. Acontece a regeneração, isto é, nascemos de novo. Acreditar que eu hoje, depois de quase 8 anos de convertido ainda sofro por pecados que meu pai ou meu avô ou bisavô cometeu, é desconsiderar o que o próprio Deus diz em Ez 18:1-4. Alguns gastam dinheiro para fazer mapeamento espiritual, isto é, tentar descobrir o que algum antepassado cometeu, a fim de confessar aquele pecado e confessá-lo a Deus. O sacrifício na cruz foi suficiente, por isso “nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte” (Rm 8:1,2).


Cura Interior

A cura interior, é a cura da alma ou cura das lembranças. O objetivo primário e espiritual é estender o senhorio e poder de cura de Cristo ao nosso passado, afetando mesmo a nossa experiência antes da conversão. O objetivo secundário e psicológico é portanto nos libertar de qualquer cativeiro emocional e psicológico que a nossa experiência passada possa ter produzido. Nossa vida interior é uma parte crítica de nossa identidade pessoal, e portanto a necessidade para a cura das emoções e memórias sempre fez parte da nossa condição humana. O ensinamento e ministério de Jesus reconheceram implicitamente esta necessidade. Ele mesmo falou freqüentemente sobre “o coração” (isto é, “a sede oculta da vida emocional”) como fonte de pensamento e ação. Ele também citou a profecia messiânica de Isaías 61, declarando seu propósito de “restaurar o coração partido” (Lc. 4:18). O apóstolo Paulo falou repetidamente sobre a renovação da mente no Espírito Santo (Rm. 12:2; Ef. 4:23). O encontro na estrada de Emaús (Lc. 24) pode ser visto (entre outras coisas) como uma forma de “cura das memórias”. O Cristo ressurreto encontrou dois de seus desapontados discípulos e começou a conversar com eles, colocando suas recentes memórias de falha e frustração, sob uma nova e positiva luz. À medida em que lhes expunha as Escrituras, Jesus reinterpretou lembranças negativas e mudou-as completamente, de forma que elas se tornaram fundamentalmente significativas - uma fonte de poder e esperança. Se nós tomarmos este incidente como um protótipo para o exercício válido desta forma de ministério, vários critérios podem ser vistos. Se esta forma de cura tem sustentação bíblica, ela não se referirá primariamente às cicatrizes emocionais e traumas psicológicos da infância. Muito mais, ela tomará uma perspectiva mais ampla, lidando radicalmente com todas as forças da ansiedade, medo e incredulidade que produzem pensamento e comportamento anti-bíblico. O ponto central da cura interior nesta perspectiva mais ampla é a morte sacrificial de Jesus e sua vitória através da ressurreição sobre o pecado e a morte, exatamente como aconteceu na estrada de Emaús. Deste ponto-de-vista, a cura interior é muito menos um fim em si mesma e muito mais um passo preliminar que capacita o cristão a conseguir a libertação (Gl. 5:1) e a maturidade espiritual, deixando de lado a forma egoísta e infantil de viver (I Co. 13:11-12). Sabe-se que a mente nunca esquece uma experiência, mas arquiva-a na memória. Se uma experiência é suficientemente desagradável, assustadora, terrível, etc., sua memória será reprimida, embora não perdida. A acumulação destas memórias reprimidas podem ter uma influência deformadora e constritiva no desenvolvimento do caráter e personalidade. Pode também ter um efeito de dificultar a capacidade de se relacionar com Deus, com os outros e consigo mesmo (portanto, sabotando a tentativa da pessoa em cumprir os dois primeiros mandamentos). O fruto destas cicatrizes emocionais e memórias reprimidas é percebido através de uma vasta gama de sintomas: depressão crônica, perfeccionismo neurótico, uma inabilidade de se entregar completamente a Deus ou uma incapacidade de aceitar o amor de Cristo que perdoa e redime. John Bunyan descreveu precisamente muitas destas condições miseráveis em seu “Graça abundante para o chefe dos pecadores”. Em resumo, a cura interior deve ser apregoada em conformidade com a doutrina da santificação: “E o próprio Deus de paz vos santifique completamente; e o vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5:23). Para que isso aconteça, o homem deve entender que, como crentes no Senhor Jesus não devemos carregar mágoas passadas e que o perdão deve fazer parte do nosso cotidiano. A prática errada que a cura interior apresenta é que algumas pessoas utilizam da regressão, isto é, levar a pessoa a imaginar-se desde o ventre materno, manipulando a memória. Psiquiatras examinaram a veracidade do método utilizado. Realizaram o mesmo procedimento com a filha de um diretor de uma faculdade, que segundo os pais e ela mesma, nunca havia se perdido em um shopping center. Ela foi convidada ao consultório, (tinha 22 anos de idade e perfeitamente sadia mental e fisicamente) para participar de uma série de regressões, o que aceitou por curiosidade. O psiquiatra sugeriu que eles poderiam pesquisar o quanto ela se lembraria do dia em que se perdera no shopping center, fato que seus pais o haviam informado e que fora muito traumatizante para ela (é claro que isso era uma mentira). Ela levou um susto, e disse que nem se lembrava de ter se perdido em um shopping, que isso nunca acontecera. O médico disse que achava isso perfeito, pois se sua mente estava usando "auto-defesa" para ocultar dela mesmo esse fato, era porque ele era realmente um trauma e que devia ser tratado, e que isso seria ótimo para ela. Após a terceira "regressão" a moça se lembrava perfeitamente do dia, do shopping, do anúncio no auto falante, até da roupa de quem a achou e conduziu ao departamento de crianças perdidas, e de várias vitrines. Tudo voltou perfeitamente a sua memória, chorou copiosamente e se "livrou do trauma". Quando informada que tudo era criação de sua própria mente, e de que na realidade nunca havia se perdido, custou a crer e as lembranças... Ficaram muito vivas em sua mente. Este método era até mesmo utilizado em interrogatórios nos EUA, mas depois de verificarem o perigo de alguém confessar algo que não havia cometido, foi abolido e proibido por lá. Certa vez um pastor foi acusado de estuprar a filha. Esta se lembrava perfeitamente e a família acabou totalmente destruída. Anos depois quando foi fazer exame pré-nupcial descobriu que era virgem. Analisados os fatos da época do crime, descobriu-se que as lembranças começaram em um acampamento evangélico onde uma pastora fizera regressão com as crianças e a sugestão da violência partira da própria pastora (estes casos foram de uma série de reportagens da GNT). A regressão é feita mais ou menos assim, de acordo com o manual do Encontro: “você agora é o esperma do seu pai, agora você encontrou o óvulo da sua mãe, ocorre a concepção...”. Inclusive na primeira edição do manual, havia uma direção de que a pessoa deveria perdoar a Deus. O caso é que a cura interior é bíblica em acordo a santificação, mas não precisamos utilizar de regressão para que isso aconteça (não são todas as igrejas que usam, mas o manual ensina a fazer), pois o que cura o homem internamente, o que separa alma e espírito é a Palavra de Deus (Hb 4:12).

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