terça-feira, 17 de maio de 2011

A História e os benefícios da EBD – Escola Bíblica Dominical

1.      História

A criação, por assim dizer, da Escola Dominical, tem sido reclamada para diversas pessoas.  John Wesley iniciou estudos bíblicos dominicais em Savannah, Geórgia (EUA), em 1737.  Entre 1763 e 1769, Hannah Ball Moore, uma senhora metodista começou estudos bíblicos dominicais em sua própria casa e, a partir de 1769, nas dependências da Igreja Anglicana High Wycombe. Na década de 1770, o Ministro Theophilus Lindsey proveu lições bíblicas dominicais em sua igreja, na Capela da Rua Essex, em Londres. O Rev. J. M. Moffatt, Ministro Independente de Nailsworth, passou a lecionar estudos bíblicos dominicais já em 1774.  Em Ephata, Pennsylvania, em Washington, no Estado de Connecticut, no início de 1780 já se realizavam estudos bíblicos dominicais nas igrejas presbiterianas.  Howard J. Harris declarou que, em 1780, estudos bíblicos dominicais eram feitos em cidades de Gloucester e em vilas da Inglaterra, como Painswick e Dursley.  E um ministro metodista de Charleston, Carolina do Sul, em 1787, chamado George Daughaday, administrou estudos bíblicos dominicais a crianças negras americanas.

Robert Raikes

A criação da Escola Dominical é normalmente atribuída ao jornalista Robert Raikes, com o nascimento de uma visão de um homem que, compadecido com as crianças de sua cidade, quis dar-lhes um novo e promissor horizonte. Como ficar insensível ante a situação daqueles meninos e meninas que, sem rumo, perambulavam pelas ruas de Gloucester? Nesta cidade, localizada no sul da Inglaterra, a delinquência infantil era um problema que parecia sem solução. Aqueles menores roubavam, viciavam e eram viciados; achavam-se sempre envolvidos nos piores delitos. É nesse momento tão difícil que o jornalista episcopal Robert Raikes entra em ação. Tinha então 44 anos quando saiu pelas ruas a convidar os pequenos transgressores a que se reunissem todos os domingos para aprender a Palavra de Deus.
Juntamente com o ensino religioso, ministrava-lhes, Raikes, várias matérias seculares: matemática, história e a língua materna - o inglês. Não demorou muito e a escola de Raikes já era bem popular. Embora tenha começado a trabalhar em 1780, foi somente em 1783, após três anos de oração, observações e experimentos, que Robert Raikes resolveu divulgar os resultados de sua obra pioneira. No dia 3 de novembro de 1783 (data que se comemora o dia da fundação da EBD), Raikes publica, em seu jornal, o que Deus operara e continuava a operar na vida daqueles meninos, em Gloucester. Eis porque a data foi escolhida como o dia da fundação da Escola Dominical.

2.      Objetivos

A princípio, as igrejas utilizavam a EBD para a evanglização, angariando desta forma, novos adeptos ao cristianismo reformado. Atualmente, vemos propósitos mais voltados ao treinamento e santificação dos membros do corpo de Cristo.

3.      O que a Bíblia fala sobre ensino?
3.1  Deus ensina

Sl 32.8Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; aconselhar-te-ei, tendo-te sob a minha vista.


Isaías 48.17Assim diz o Senhor, o teu Redentor, o Santo de Israel: Eu sou o Senhor, o teu Deus, que te ensina o que é útil, e te guia pelo caminho em que deves andar.
3.2  Jesus Ensina

Marcos 10.1Levantando-se Jesus, partiu dali para os termos da Judéia, e para além do Jordão; e do novo as multidões se reuniram em torno dele; e tornou a ensiná-las, como tinha por costume.

Mateus 4.23 – E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino, e curando todas as doenças e enfermidades entre o povo.

3.3  O Espírito Santo ensina

1 Co 2.13 – as quais também falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com palavras ensinadas pelo Espírito Santo, comparando coisas espirituais com espirituais.

João 14.26 – Mas o Ajudador, o Espírito Santo a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito.

3.4  Os sacerdotes ensinavam

Lv 10.11 – mas também para ensinar aos filhos de Israel todos os estatutos que o Senhor lhes tem dado por intermédio de Moisés.

2 Cr 15.3 – Ora, por muito tempo Israel esteve sem o verdadeiro Deus, sem sacerdote que o ensinasse e sem lei.

Ed 7.10 – Porque Esdras tinha preparado o seu coração para buscar e cumprir a lei do Senhor, e para ensinar em Israel os seus estatutos e as suas ordenanças.

3.5  Paulo ensinava

1 Co 4.17 – Por isso mesmo vos enviei Timóteo, que é meu filho amado, e fiel no Senhor; o qual vos lembrará os meus caminhos em Cristo, como por toda parte eu ensino em cada igreja.

2 Ts 2.15 – Assim, pois, irmãos, estai firmes e conservai as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa.

3.6  A Bíblia nos ensina

2 Tm 3.16 – Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça;

Rm 15.4 – Porquanto, tudo que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que, pela constância e pela consolação provenientes das Escrituras, tenhamos esperança.

4.      Benefícios

O maior benefício que a EBD proporciona é o conhecimento, enquanto os maiores beneficiados são alunos e professores. Ensinar na verdade, faz parte da Grande Comissão (Mt 28:19,20a). Na EBD, temos a oportunidade de renovar e reciclar nossos conhecimentos. Precisamos resgatar os valores do Evangelho, encontramo-nos num período em que as inversões de valores estão cada vez mais acentuadas. É triste ver líderes preterindo o ensinamento e supervalorizando o pedido de ofertas em suas denominações. O liberalismo teológico atingiu muitas igrejas, líderes têm perdido o compromisso com a Verdade e dessa forma manipulam a mente e a crendice dos frequentadores de seus ministérios. Um dos pontos que mais ganhamos com a Reforma Protestante foi justamente o livre acesso às Escrituras, mas pastores em demasia têm negligenciado esse benefício. Já ouvi várias pessoas dizerem que se o pastor ensinar errado, este é quem pagará por isso. Sim, quem ensinou tem sua responsabilidade, entretanto, cada um de nós temos a responsabilidade de analisar as Escrituras (Jo 5.39). Jesus exortou-nos a examinar a Palavra escrita, pois esta é que testifica dEle, além de nos proporcionar o conhecimento para a vida eterna. Examinar consiste em atentar para os detalhes. Uma pessoa, por exemplo, ao realizar um exame de sangue, obterá detalhes que a olho nú não consegue detectar. Da mesma forma, a Palavra de Deus deve ser examinada, isto é, lida com atenção, com cuidado, com amor, com zelo, não a olho nú, mas com os olhos do Espírito, pois são nos detalhes que as maiores heresias têm se levantado. Vejamos o exemplo do Arianismo, heresia que a Igreja enfrentou no século III e que se estendeu pelos séculos IV e V.  Ário distorceu conceitos acerca da natureza do Filho e seu relacionamento com a pessoa do Pai. Tinha suas raízes nas controvérsias cristológicas precedentes, mas por ter surgido em um período de oficialização da Igreja, foi a que mais agitou o cristianismo nos tempos primitivos e que, de certo modo, deu origem à dogmatização da fé e à tradição conciliar da Igreja para resolver questões teológicas.

Baseando-se em um texto isolado de Provérbios 8.22, onde diz que Deus "criou" a sabedoria desde o princípio (a tradução mais aceita, seria "possuiu") e identificando a sabedoria com o Logos (o Verbo), Ário classificou o Filho como sendo uma mera criatura, ainda que fosse a maior das criações de Deus. Desejando evitar uma posição que parecesse um politeísmo, acabou negando a divindade do Filho de Deus. Até hoje vemos resquícios desse ensinamento pela Sociedade Torre de Vigia, as Testemunhas de Jeová. A EBD traz benefícios para todos: tanto os alunos quanto os professores. Amado leitor, seja um participante assíduo e divulgue em sua congregação a importância de aprendermos juntos a Palavra do Senhor. Não podemos ser desleixados para com o ensino na Igreja. No movimento Neo-Pentecostal a coisa ainda é pior, grande parte das denominações abriram mão desse braço, da instituição teológica, das classes da EBD. Muitos dizem que é bobeira, desperdício de tempo e estão perdendo a oportunidade de discipular com eficácia. Em nossos dias são várias as metodologias de discipulado que são inventadas, mas nenhuma é mais eficaz do que a Palavra do Senhor, pois ela é “viva e eficaz, mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4.12). Segundo pesquisa do Istitute for applied behavorial Sciences os níveis de retenção da informação chegam a 5% em aulas, palestras, pregações ou conferências; Cerca de 10% é absorvido na leitura; Aproximadamente 20% quando utilizamos de recursos audio-visuais (muito utilizados em treinamentos nas empresas); Em torno de 30% durante a utilização de demonstrações, exemplos e analogias (parábolas, como fazia o Mestre); Quando em grupos de discussão a absorção chega a 50%; Durante a pática, isto é, fazendo, executando, retemos até 75%; e finalmente, a forma em que mais aprendemos, guardamos, absrovemos e retemos a informação se dá enquanto ensinamos aos outros. Durante uma classe de estudo da EBD, temos a oportunidade de ensinar à Igreja a sã doutrina, além de formar grandes homens e mulheres de Deus no conhecimento de Sua Palavra. Não percamos tempo, escolhamos a boa parte e assentemo-nos aos pés de Jesus para ouvir Seus ensinamentos, assim como escolheu Maria (Lc 10.38-42).

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