quinta-feira, 26 de maio de 2011

Ainda existe uma cruz

Mt 16.24-26 - “Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me; pois, quem quiser salvar a sua vida por amor de mim perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á. Pois que aproveita ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida? ou que dará o homem em troca da sua vida?”

Estamos vivendo os últimos dias. Jesus mostrou aos discípulos que este tempo seria marcado por vários sinais. Vemos terremotos, maremotos, guerras, rumores de guerras, pais contra filhos e filhos contra pais e o amor se esfriando sem igual. Além disso, presenciamos a apostasia como nem mesmo os profetas veterotestamentários presenciaram. O dicionário da Bíblia de Almeida define Apostasia como: “Negação e abandono da fé; Revolta final contra Deus”. Mas em meio a tantas celebridades se “convertendo” e entre tantas afirmações de avivamento, como podemos dizer que vivenciamos a apostasia? Basta verificar com mais cautela o que se passa no nosso dia-a-dia.

Já ouviu falar de John Travolta, Tom Cruise, Juliette Lewis, Anne Archer e Lisa-Marie Presley? O que essas pessoas aparentemente possuem em comum, além da fortuna É que todos são adeptos da cientologia, mesma religião que Michael Jackson, falecido cantor super pop, era seguidor.

A cientologia foi fundada em 1954, no Estado da Califórnia (EUA) por Lafayette Ron Hubbard (1911-1986), filho de um comandante da marinha norte-americana. De acordo com a Revista Defesa da Fé1, publicada pelo ICP – Instituto Cristão de Pesquisas, A palavra Cientologia, inventada por Hubbard, vem dos termos latinos scio, que significa conhecer, e logos, razão. Para os cientólogos, a Cientologia é uma religião cujo objetivo é “estudar o espírito, entender a relação de cada um consigo mesmo, com o universo e com outras formas de vida. É uma religião, uma sabedoria e uma ciência”. Na verdade, trata-se de uma corrente de pensamento filosófico-religioso mesclada a técnicas psicoterápicas e doutrina budista. Segundo o próprio Hubbard, a religião criada por ele deve despertar no discípulo a consciência de que ele é imortal. É uma mistura de conceitos tirados do hinduísmo e das tradições cabalísticas. A Cientologia serve de base para uma série de técnicas como a psicanalítica (Dianética), e promete aos seus adeptos melhorar sua capacidade de comunicação e diminuir seus sofrimentos, ensinando-o a “lidar com as pessoas e seu meio”

Embora haja por parte dos cientólogos considerável esforço em conciliar os ensinos de Hubbbard com o cristianismo (como se vê em diversas de suas publicações, como, por exemplo, a brochura intitulada Cientologia e a Bíblia), a verdade é que existe um enorme disparate entre a Palavra de Deus e os ensinos de Hubbard. Vejamos alguns:

Deus - Devido ao seu caráter eclético, a Cientologia tem procurado, nos últimos anos, assim como a Maçonaria, designar Deus simplesmente como “Ser supremo”, “Força de vida”, a fim de facilitar a entrada de pessoas de qualquer segmento religioso. Adotam, ainda, a posição politeísta: “Existem deuses que estão acima de todos os outros deuses, e deuses além dos universos”.6 Em toda a Bíblia encontramos uma afirmação inflexível a favor do monoteísmo e da singularidade do Senhor Deus (Is 43.10,11; 44.6,8; 45.5, 21,22). O apóstolo Paulo é muito claro e enfático ao afirmar que, no que diz respeito ao mundo, “há muitos deuses e muitos senhores, todavia, para nós há um só Deus, o Pai de quem são todas as cousas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo” (1Co 8.5,6).

O lugar de Cristo - Hubbard formou o pensamento da Cientologia sobre Jesus Cristo tomando emprestado o mesmo ensino do Budismo, do Hinduísmo, do Taoismo e do Judaísmo: “teoria moral”, que defende a idéia de que Jesus é apenas um exemplo de fé, de moral e de conduta. “Nem o senhor Buda e nem Jesus Cristo eram ‘espíritos operativos’ (do nível mais elevado), de acordo com as evidências. Eram apenas uma sombra limpa acima”2.

Desprezo pelo corpo - Ao expressar o conceito que tem sobre o corpo, a Cientologia revela a origem de suas crenças. Ela diz que nós não pertencemos a esse corpo físico, pois é mau. Esse ensino, no entanto, é idêntico ao pensamento gnótisco. Os gnósticos pregavam um dualismo entre a matéria e o espírito, advogando que a matéria criada era má. A encarnação, a ressurreição e a ascensão de Cristo são essenciais ao entendimento e à fé cristã, pois mostram que não há lugar para essa torpe dicotomia entre o espiritual e o material. O cristão aceita o fato de que corpo, além de criação de Deus, é habitação do Espírito Santo (1Co 6.19). Somos instados a glorificar a Deus com o nosso corpo (1Co 6.20). Tiago 2.26, diz: “...o corpo sem espírito é morto...”. A formação do homem, desde a criação de Adão, demanda um corpo, bem como um espírito, para que ele fosse uma “alma vivente” (Gn 2.7). Um dos propósitos da futura ressurreição do corpo do cristão é reunir o corpo e o espírito, formando um ser completo.

O caminho da salvação – A Cientologia crê que o homem é “basicamente bom”, “sem pecado”. Portanto, segundo afirmam, “é desprezível e completamente abaixo de todo desprezo falar para um homem que ele tem de se arrepender, que ele é mau”. Na visão da Cientologia, o homem tem apenas cicatrizes (Engramas), e é justamente isso que o impede de descobrir e exercitar “seu poder inerente”. À medida que a pessoa se submete às sessões de “audição”, em tese ela estará purificando sua mente dos ferimentos e das chagas que tenha contraído em suas existências anteriores à atual, a fim de chegar a uma conscientização de sua divindade. Contrastando essa doutrina absurda, Jesus Cristo ensinou que o homem tem um grave problema: o do pecado, e está incapacitado de resolvê-lo por si mesmo. Jesus disse que o homem é mau por natureza (Mt 12.34; 7:11). Falou, ainda, que do interior do homem procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias (Mt 15.18,19). Seu primeiro sermão foi uma exortação ao arrependimento (Mt 4.17). A pregação de João Batista (Mt 3.2), dos Doze (Mc 6.12), de Pedro no Pentecoste (At 2.38) e de Paulo aos gentios (At 17.30; 26.20) continha mensagens com forte apelo ao arrependimento para que houvesse remissão de pecados. A mensagem do arrependimento deveria ser levada por todo o mundo (Lc 24.47).

A Cientologia é apenas mais uma das várias religiões que são aceitas em meio à era da pluralidade religiosa que vivemos. No Brasil enfrentamos um grande modismo por parte de artistas que são anunciados como convertidos. A pessoa mal chega na congregação e já pode mudar a carreira de cantor secular para artista gospel, a fim de ganhar almas para Jesus, como alguns afirmam. Entretanto, parece mais que estão querendo é ganhar espaço no mercado gospel, no qual pessoas sem discernimento alimentam a venda de CD’s, DVD’s e até mesmo livros sem solidez genuína.

Enquanto procurava algum programa na televisão nesta semana, fui surpreendido pela presença da artista Carla Perez, ex-loira do tchan, no programa do Ratinho. Como já tinha ouvido falar que se convertera, interessei-me em ver como seria sua conduta no programa. Já fui pego de surpresa com seus trajes. Não que esteja defendendo que a mulher deve se vestir como uma senhora e com vestidos cumpridos. Mas uma mulher de Deus deve ter em mente que deve se vestir com o mínimo de decência possível, isto é, com roupas que não marcam seu corpo, mostrando toda forma do mesmo e que não tenham decotes, aparecendo os seios, como a artista gospel vestia-se. Ser conhecida no passado pelo sensualismo e por posar nua para revistas masculinas, não a compungiu de forma alguma. Depois de apresentarem uma matéria sobre seu passado ela continuou com seu sorriso artístico, esbanjando carisma. Até que o apresentador pergunto-lhe de que igreja ela era. A artista dizia que era da Igreja de Cristo, um bom discurso evangélico, mas depois da insistência de Carlos Massa, o Ratinho, ela revelou onde congregava: “Comunidade Evangélica Artistas de Cristo” em Salvador, Bahia.

Lembro-me de uma história ilustrativa bastante conhecida no meio evangélico e que analisando este cenário, passa a fazer muito sentido. Um homem carregava sua cruz, mas a achava pesada e pedia sempre a Deus para que cortasse um pedaço. Desta forma, cortou uma parte da cruz. Depois de mais uma caminhada, fez o mesmo, arrancando outro pedaço, a fim de aliviar o peso. Após outros cortes, deparou-se com um precipício onde via pessoas atravessando-o com a cruz que carregavam, utilizando-a como ponte. Muitas denominações estão tentando fazer isso com a cruz de seus fiéis, querem aliviar o peso da caminhada com Cristo e abrem um pouco mais o caminho que é estreito. Porém, quando menos esperam, seguem pelo caminho largo que na verdade conduz à perdição e não à salvação. Ser membro de uma igreja, ser batizado ou simplesmente dizer que acredita em Jesus não é o suficiente para herdar a vida eterna. Gostaria de deixar enfatizado neste momento para você amado leitor: Ainda existe uma cruz. Não negocie sua caminhada, não negocie a Palavra do Deus Altíssimo, negue a si mesmo, tome sua cruz e siga a Jesus!!



_______________


1 TINDALE, Wiglot. Cientologia - A Religião das Estrelas. Edição Especial Defesa da Fé – ICP, CD-Rom, 26/07/10.

2 L. Ron Hubbard, Certainty Magazine 5, no. 10 (s.d.), 73.

Nenhum comentário:

Postar um comentário