segunda-feira, 21 de março de 2011

Princípios para a interpretação da Bíblia

Atos 8:29-31 – “Disse o Espírito a Filipe: Chega-te e ajunta-te a esse carro. E correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías, e disse: Entendes, porventura, o que estás lendo? Ele respondeu: Pois como poderei entender, se alguém não me ensinar?

A Bíblia precisa ter mais valia em meio aos crentes no Senhor Jesus. Não entendo como alguém diz ser cristão e ao mesmo tempo não ter desejo pelo conhecimento das Sagradas Escrituras. Oséias admoestou aos apóstatas de Israel e Judá dizendo “Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor” (Os 6:3a).
Conhecer ao Senhor não se dá apenas na oração, antes, inicia-se pelo exame das Escrituras, afinal, “são elas que dão testemunho de mim (Jesus)” (Jo 5:39). Os Saduceus, uma seita religiosa judaica que floresceu a partir de cerca de 200 a.C. até a queda de Jerusalém em 70 d.C. era um grupo sacerdotal e aristocrático. Dentre suas controvérsias, não acreditavam na ressurreição, na imortalidade da alma, em anjos e demônios. Diante de doutrinas controvertidas, questionaram a Jesus acerca da lei do levirato em combinação com a ressurreição dos mortos. A resposta do Messias foi que, eles estavam errados em suas interpretações “não compreendendo as Escrituras nem o poder de Deus” (Mt 22:29).
Algumas pessoas não lêem a Bíblia porque alegam não entendê-la. De fato, essa não é uma tarefa tão simples assim. Precisamos em primeiro lugar, da ajuda divina. Por isso, é que Jesus nos prometeu, dizendo: “Mas o Ajudador, o Espírito Santo a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito” (Jo 14:26). Uma boa escola teológica também nos ajuda a formar as doutrinas elementares da fé cristã. Uma boa prática para a interpretação bíblica vem das regras de hermenêutica. Hermenêutica vem do Grego hermeneutiké, a arte de interpretar. A arte de interpretar os livros sagrados; interpretação dos textos, dos símbolos; interpretação do sentido das palavras; arte de interpretar as leis. A seguir mostrarei alguns dos princípios dessa arte de interpretação, extraído do livro Lendo a Bíblia com o Coração e a Mente escrito por Tremper Longman III e publicado pela editora Cultura Cristã.
Antes de entrarmos nos princípios, permita-me usar da ilustração do livro sobre como as coisas podem ser mal interpretadas, veja a seguir:
“Numa comédia que assisti há pouco tempo, o personagem principal aproximou-se da garota de seus sonhos e perguntou-lhe: "Mary, na sua opinião, que chances teria um cara como eu de ficar com uma garota como você? "Bem, John, diria que seria uma em um milhão."Ouvindo isso, John deu um enorme sorriso. Com um grande alívio ele exclamou: "Puxa... você está dizendo que existe uma chance!"
Princípio 1: Procure a intenção do significado do autor – Observemos um exemplo de Oséias 11.1: Quando Israel era menino, eu o amei, e do Egito chamei o meu filho. Quem é o autor dessa passagem? De acordo com o primeiro verso de Oséias, é o profeta que tem esse nome. Entretanto, como podemos saber quais foram as intenções de suas palavras nesta passagem? Primeiro, conhecemos aproximadamente a época em que ele viveu. Também há um contexto mais amplo do livro todo, que nos dá uma idéia completa do que Oséias queria dizer neste verso. Quando estudamos este texto no contexto do livro todo, descobrimos que Oséias está se referindo ao êxodo descrito no livro do Êxodo. Mais adiante, podemos ler Mateus 2 e chegar ao verso 15. Lá, o escritor aplica Oséias 11.1 a Jesus como um menino retornando do Egito à Judéia. Essa referência não parece ser a intenção de Oséias. Porém, aqui devemos nos lembrar que o significado do texto reside na intenção de Deus, seu autor último. À medida que lemos essa passagem levando em consideração todo o contexto bíblico, percebemos que Deus fez uma analogia. Profeticamente, ele está relacionando Israel (os filhos de Deus sendo libertos do Egito) com Jesus (o Filho de Deus, que vem do Egito). Este é um modelo que percorre todo evangelho de Mateus. Perceba que este princípio reconhece que existe um significado no texto. Esse é um ponto importante na nossa era de relativismo. Um grande número de intérpretes estudiosos da Bíblia, na sua maioria professores de universidades, sugerem que a Bíblia não estabeleceu nenhum significado e que podemos ler nela o que desejarmos. Pelo contrário, quando interpretamos a Bíblia, buscamos aquilo que o autor quis dizer originalmente, ao invés de impor o nosso significado. Quando a interpretação do leitor entra em conflito com a intenção do autor, a interpretação do leitor é errônea.
Principio 2: Leia a passagem dentro do seu contexto – O contexto inclui mais do que apenas os parágrafos que vêm antes e depois de um texto. Inclui um cenário histórico temático muito mais amplo. Por exemplo: considere Gênesis 50.20, quando José disse: "Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida." Se você observar o contexto imediato, veremos que ele está falando com seus irmãos imediatamente após a morte de seu pai. Para compreender a que ele está se referindo, precisamos ler o contexto todo da história de José em Gênesis 37.1-50. Apenas desta maneira veremos que os irmãos de José o venderam aos mercadores midianitas, que o levaram ao Egito. Também observamos como Deus usou más ações humanas para colocar José numa posição de poder e, finalmente, permitiu que ele salvasse a sua família. Entretanto, há um contexto maior a considerar. Se lermos Gênesis 50.20 à luz de todo o livro de Gênesis, resgatamos a promessa que Deus deu a Abraão — a respeito da terra e dos seus inúmeros descendentes. Sem dúvida alguma, José reflete o passado e suas declarações mostram a sua consciência de que Deus havia dirigido a má intenção de seus irmãos, a fim de preservar a linha familiar e de cumprir as promessas de Deus feitas a Abraão.
Princípio 3: Identifique o gênero da passagem – À medida que lemos de Gênesis a Apocalipse, passamos por histórias, leis, poesias, sabedoria, profecia, evangelhos, epístolas e literatura apocalíptica. E quando conhecemos o estilo — o gênero — da literatura que estamos lendo, podemos entendê-la melhor. Lemos história com uma postura diferente de quando lemos uma poesia. Gêneros diferentes evocam expectativas e estratégias de interpretação diferentes. O gênero é um conceito tão importante para que possamos fazer uma leitura adequada das Escrituras, que devotamos o resto desse livro à exploração dos principais estilos da literatura bíblica. Pela ordem, examinaremos como a história, leis, sabedoria e poesia, profecia e literatura apocalíptica, evangelhos e parábolas, e cartas deveriam ser interpretadas. Cada estilo nos leva, de diversas maneiras, a um encontro com Jesus Cristo.
Princípio 4: Considere o pano-de-fundo histórico e cultural da Bíblia – A Bíblia foi escrita em um tempo e numa cultura muito diferente da nossa. Isto posto, para descobrir o significado do autor, temos que aprender a ler como se fôssemos um dos seus contemporâneos. Como fazer isto? A maioria de nós recorre a comentários e outras ferramentas de ajuda. Esses livros podem nos proporcionar uma visão do pano de fundo cultural e histórico dos escritos bíblicos
Princípio 5: Atente à gramática e à estrutura da passagem – Um estudo sério da gramática e sintaxe (estrutura) devem ser baseados na língua original em que o texto foi escrito. A maioria dos leitores da Bíblia não sabe hebraico, língua em que o Antigo Testamento foi escrito e nem o Grego do Novo Testamento. Por essa razão, ter uma cópia literal de uma tradução é muito útil para que possamos fazer um estudo sério da Bíblia. Novamente, repito que para se ter uma melhor compreensão do texto original devemos usar o método da comparação de um grande número de traduções. Um bom comentário baseado no hebraico ou grego tem um valor inestimável para fazer uma análise relacional entre a gramática e estrutura. Acrescento, ainda, a importância do uso de dicionários bíblicos para as pessoas que têm dificuldades de entendimento e sobretudo, uma leitura pausada e dentro do contexto. Um bom exemplo disso é o texto de 1 Co 14:32: “pois os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas”. Já vi muitos pastores dizendo que o Espírito Santo é sujeito aos profetas, mas o texto é claro: o espírito do profeta é sujeito a ele mesmo, isto é, eu consigo dominar a mim mesmo; Se o Senhor me entregar uma profecia posso decidir entregá-la naquele momento como outro dia, pois meu espírito sujeita-se a mim mesmo. O Espírito Santo, por sua vez, é Soberano, age quando quer, em quem quiser e da forma que bem entender, não precisa nos consultar.
Princípio 6: Interprete a experiência à luz das Escrituras, e não vice-versa – Muito freqüentemente, distorcemos o significado da Bíblia, permitindo que nossas experiências moldem nossa compreensão de uma passagem ao invés do contrário. Muitos leitores tiram a passagem de seu contexto para apoiar as suas teorias doutrinárias, ignoram o restante dos ensinos bíblicos e argumentam que a sua "verdade" é a mesma da Bíblia. Por exemplo, se o compartilhar da minha fé é algo constrangedor, posso inventar uma desculpa para não evangelizar usando uma passagem que fala do amor de Deus. Poderia citar 1 Coríntios 13 e muitas outras passagens para mostrar que Deus e amor são quase sinônimos. E, assim, poderia argumentar: "Se Deus é amor, como ele poderia condenar alguém ao inferno?" Desta maneira, sairia bem dessa difícil situação e não haveria necessidade de dizer às pessoas sobre Jesus, apesar de todo o ensino bíblico ser claro a respeito do pecado, julgamento e inferno. Precisamos combater o empirismo e o pragmatismo.
Princípio 7: Busque sempre o consenso integral das Escrituras – Nunca devemos ler passagens isoladas de todo o contexto das Escrituras. Apesar de muitos autores humanos terem contribuído para escrever a Bíblia, Deus é o seu Autor último. E, ao mesmo tempo em que a Bíblia é uma antologia de muitos livros, ela também é um só livro. A Bíblia contém muitas histórias, mas todas elas contribuem para uma única história. Conseqüentemente, devemos ler uma passagem, ou até mesmo um livro da Bíblia, no contexto do corpo do ensino e doutrina que flui da história completa da revelação progressiva na Palavra de Deus. As principais seitas e heresias têm começado de interpretações errôneas de textos isolados, fora do contexto da Bíblia como um todo.

quinta-feira, 17 de março de 2011

O Príncipe dos Pregadores

João 6:66-68 – Por causa disso muitos dos seus discípulos voltaram para trás e não andaram mais com ele. Perguntou então Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos? Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna.

Charles Haddon Spurgeon, comumente referido como C. H. Spurgeon (Kelvedon, Essex, 19 de junho de 1834Menton, 31 de janeiro de 1892), foi um pregador batista reformado britânico. Converteu-se ao cristianismo em 6 de janeiro de 1850, aos quinze anos de idade. Aos dezesseis, pregou seu primeiro sermão; no ano seguinte tornou-se pastor de uma igreja batista em Waterbeach, Condado de Cambridgeshire (Inglaterra). Em 1854, Spurgeon, então com vinte anos, foi chamado para ser pastor na capela de New Park Street, Londres, que mais tarde viria a chamar-se Tabernáculo Metropolitano, transferindo-se para novo prédio. Desde o início do ministério, seu talento para a exposição dos textos bíblicos foi considerado extraordinário. E sua excelência na pregação nas Escrituras Bíblicas lhe deram o título de “O Príncipe dos Pregadores” e “O Último dos Puritanos”¹.
Foi um dos homens mais conhecidos do seu tempo, tendo sido primeiro "uma curiosidade e posteriormente uma notoriedade", como afirmavam os jornais após a programação realizada durante os dias 18 e 19 de Junho de 1.884, quando ele celebrava seu aniversário de 50 anos. Nesta ocasião, o Tabernáculo Metropolitano estava completamente lotado nas reuniões que tiveram lugar essas duas noites. Na noite de 19 de Junho estiveram presentes 7.000 pessoas. Em uma resposta característica aos elogios que lhe eram feitos, Spurgeon disse que "ele não atravessaria a rua para ir escutar ele mesmo." No evento pregaram homens eminentes tais como D. L. Moody e O. P. Gifford, dos Estados Unidos e Canon Wilberforce, e os doutores Newman Hall e Joseph Parker.
Spurgeon enfrentou muita oposição no fim de seu ministério. Em 1887, ele foi envolvido na que se chamou "A controvérsia da ladeira" ou “A controvérsia do declínio” (Down Grade), quando Spurgeon criticou duramente muitos membros da União das Igrejas Batistas da Inglaterra, do qual ele era afilidado que estavam afrouxando a sua pregação diante do liberalismo teológico e da Alta crítica (movimento que invocava a idéia de ser uma acurada investigação da historicidade da Bíblia, mas que na prática negava a Infabílidade e a Inerrância da Palavra de Deus). Spurgeon foi duramente criticado e tachado de antiquado. Muitos deixaram de contribuir com as obras sociais e missionários do Tabernáculo metropolitano. É certo para muitos que essa controvérsias, que foi travada em sermões, reuniões e editoriais, desgastou ainda mais a debilitada saúde de Spurgeon, que por fim se desligou (ele e o Tabernáculo) da União Batista em 28 de Outubro de 1887. Posteriormente, a congregação batista voltou a se associar a União, mas desde que Peter Master assumiu o pastoreado do Tabernáculo Metropolitano, em 1970, ela rompeu novamente com a União Batista.
John F. McArthur Jr. Diz o seguinte acerca desse rompimento:
“Até hoje, os historiadores eclesiásticos debatem se Spurgeon procedeu corretamente ao se retirar da União Batista. Muitos crêm que ele deveria ter permanecido e lutado a fim de mantê-la na ortodoxia. Ele considerou essa opção, mas concluiu que seria um esforço em vão. Sou inclinado a pensar que Spurgeon estava certo ao se retirar. Mas, concordemos ou não com sua atitude, precisamos reconhecer que a história já demonstrou que eram corretas as advertências de Spurgeon sobre o declínio. No início do século XX a propagação da “falsa doutrina e do mundanismo” – o liberalismo teológico e o modernismo – devastou o cristianismo denominacional em todo o mundo (...) Cem anos se passaram, e estamos vendo a história se repetir. A igreja evangélica se tornou mundana; e não apenas mundana, mas conscientemente mundana. Os ventos que comprometem a doutrina voltam a soprar”².
Enquanto a Inglaterra enfrentava esse liberalismo teológico, o “Príncipe dos Pregadores”, C. H. Spurgeon defendia o seguinte:
“A apatia está por toda a parte. Ninguém se preocupa em verificar se o que está sendo pregado é verdadeiro ou falso. Um sermão é um sermão, não importa o assunto; só que, quanto mais curto melhor”.
“Será que um homem que ama seu Senhor estaria disposto a ver Jesus usando uma coroa de espinhos, enquanto ele mesmo almeja uma coroa de louros? Haveria Jesus de ascender ao Trono por meio da cruz, enquanto nós esperamos ser conduzidos para lá por meio das multidões, em meio a aplausos? Não seria tão fútil em sua imaginação? Avalie o preço; e, se você não estiver disposto a carregar a cruz de Cristo, volte à sua fazenda ou ao seu negócio e tire deles o máximo que você puder, mas permita-me sussurrar em seus ouvidos: que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?”.
Embora o “Príncipe dos Pregadores” realizasse esses discursos, há mais de 1.800 anos o “Príncipe da Paz” já havia alertado seus seguidores sobre o verdadeiro Evangelho. No início do capítulo 6 do Evangelho de João, conta-se que Jesus havia ido para o outro lado do Mar da Galiléia “e seguia-o uma grande multidão, porque via os sinais que operava sobre os enfermos” (Jo 6:2). Aquelas pessoas não queriam o Jesus dos milagres e sim os milagres de Jesus. Aconteceu em seguida, a multiplicação dos 5 pães e 2 peixinhos para cerca de 5.000 pessoas. No dia seguinte, a multidão não encontrando Jesus foram a Cafarnaum, em função do milagre da multiplicação. Jesus, entretanto, denunciou seus intentos dizendo: “em verdade vos digo que me buscais, não porque vistes sinais, mas porque comestes do pão e vos saciastes. Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará” (Jo 6:26,27). Após seu duro discurso, aquela multidão foi se dispersando, pois não queriam ter uma verdadeira comunhão com a carne e o sangue de Jesus. O que mais me chama a atenção, é que o Rei dos reis e Senhor dos senhores não se preocupou em agradar a multidão. Não tornou aquela mensagem moderna, não pregou prosperidade, não pregou confissão positiva, não negociou a verdade para manter uma “igreja” de 5.000 membros. Depois daquela mensagem sobre como ser um cristão genuíno, os membros caíram para 12. Os pragmatistas deveriam concluir que o método de Jesus estava errado, uma vez que essa filosofia avalia a funcionalidade.
O Apóstolo Paulo disse aos romanos: “não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê” (Rm 1:16). Em nossos dias o que tem acontecido é diferente, ao invés de muitos ministros não se envergonharem do Evangelho, estão envergonhando-o. Assim como grandes heróis da fé não negociaram a Palavra de Deus, C. H. Spurgeon também não o fez. Não temeu ser criticado e lutou pela verdade do Evangelho. Conheço muitos ministros que estão com medo de perder suas posições, cargos e ate o salário da denominação ao invés de lutar pela ortodoxia³. Podemos ser tachados de “quadrados”, mas prefiro não amar o mundo, como o Apóstolo João, pois “tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não vem do Pai, mas sim do mundo (...) Mas aquele que faz a vontade de Deus, permanece para sempre” (1 Jo 2:16,17).


¹Charles Spurgeon. 2011. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Spurgeon#Luta_e_oposi.C3.A7.C3.A3o. Acesso em 17 Março 2011.

²McArthur Jr, John F. Com vergonha do Evangelho. São José dos Campos. Editora Fiel. 1997. P 18,19

³Ortodoxia: Doutrina declarada verdadeira. Fiel, exato e inconcusso cumprimento de uma doutrina religiosa; conformidade com essa doutrina.

segunda-feira, 14 de março de 2011

A síndrome de Acabe

2 Cr 18:6,7Disse, porém, Josafá: Não há aqui ainda algum profeta do Senhor a quem possamos consultar? Ao que o rei de Israel respondeu a Josafá: Ainda há um homem por quem podemos consultar ao Senhor; eu, porém, o odeio, porque nunca profetiza o bem a meu respeito, mas sempre o mal; é Micaías, filho de Inlá.

Uma das coisas que a Igreja menos tem se preocupado no tempo em que estamos é com a Apologética. Segundo James Strong¹, Apologética vem do grego apologeomai que significa 1) defender-se, apresentar defesa própria, 2) defender uma pessoa ou uma coisa, 3) prestar relatório completo de, 3a) calcular ou considerar bem, 4) defesa verbal, discurso em defesa ou 5) uma afirmação ou argumento raciocinado
O pastor Antônio Pereira da Costa Júnior², Co-Pastor da 1ª. Igreja Congregacional em St a Cruz do Capibaribe diz o seguinte a respeito do assunto:
Para a maioria das pessoas os termos: seita, heresia, apologética, etc, é de difícil elucidação e trazem, na maioria das vezes, confusões e discrepâncias. Talvez por falta de informação e formação teológica, muitos líderes estão ministrando heresias destruidoras no seio da igreja cristã. Isso é deveras preocupante. Termos como: conversão, arrependimento, regeneração, justificação, propiciação, dentre outros, estão sendo substituídos por: decretar, maldição, reivindicar, apossar-se, tomar posse da bênção etc (...) Mas, afinal, o que significa as palavras seita e heresia? Ambas derivam da palavra grega “háiresis” , que significa escolha, partido tomado, corrente de pensamento, divisão, escola, etc. A palavra heresia é adaptação de “háiresis” . Quando passada para o latim, “háiresis” virou “secta” . Foi do latim que veio a palavra seita. Originalmente, a palavra não tinha sentido pejorativo. Quando o Cristianismo foi chamado de seita (At 24.5), não foi em sentido depreciativo. Os líderes judaicos viam os cristãos como mais um grupo, uma facção dentro do judaísmo. Com o tempo, “háiresis” também assumiu conotação negativa, como em 1Co 11.19; Gl 5.20; 1Pe 1.1-2. Em termos teológicos, podemos dizer que seita refere-se a um grupo de pessoas e que heresia indica as doutrinas antibíblicas defendidas pelo grupo. Baseando-se nessa explicação, podemos dizer que um cristão imaturo pode estar ensinando alguma heresia, sem, contudo, fazer parte de uma seita..
Escutamos muitas pessoas dizerem que não devemos julgar, entretanto, não é bem assim que Jesus ensinou. Quando Ele disse que não devemos julgar para não sermos julgados estava se referindo à hipocrisia de pessoas as quais reparavam no argueiro do olho de outrem sendo que possuíam uma trave no seu (Mt 7:1-5). No mesmo capítulo Ele segue dizendo que precisamos estar atentos, quando ensinou: “Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7:15,16a). Ora, como poderíamos conhecer um falso profeta, senão julgando suas obras e o que prega?
 O Apóstolo Paulo disse aos Tessalonissenses: “Julgai todas as coisas, retende o que é bom"(1 Ts 5:21). O Apóstolo João aconselhou: “Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos vêm de Deus; porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo” (1 Jo 4:1). O gnosticismo havia se levantado e seus adeptos defendiam que a posse de conhecimentos secretos (a combinação da filosofia pagã, alguns elementos da Astrologia e mistérios das religiões gregas com as doutrinas apostólicas do Cristianismo) tornava-os superiores aos cristãos comuns que não tinham o mesmo privilégio. Ademais, diziam que, embora Cristo parecesse ser um homem, nunca assumiu um corpo físico; portanto, não foi sujeito às fraquezas e emoções humanas. Afirmavam veementemente que Jesus não veio em carne. Diante desses falsos ensinamentos, João conclui seu conselho apologético dizendo: “Nisto conheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não é de Deus; mas é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que havia de vir; e agora já está no mundo” (1 Jo 4:2,3).
O autor da carta aos Hebreus mostra a importância de estarmos bem alimentados pela Palavra de Deus, pois muitos crentes não crescem no processo espiritual, ficando sem discernir entre o que é realmente de Deus e o que é heresia: "Ora, todo aquele que se alimenta de leite é inexperiente na palavra da justiça, porque é criança. Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal" (Hb 5:13, 14).
Concordo com a sugestão do Dr. Paulo Romeiro³ em seu livro “Evangélicos em Crise”:
Creio ser muito útil também que as igrejas realizem periodicamente seminários de atualização sobre seitas e movimentos religiosos controvertidos. Os que participam de tais eventos serão vacinados contra as heresias que abundam hoje e o rebanho do Senhor ficará mais protegido doutrinariamente.
Josafá julgou a profecia dos 400 homens consultados por Acabe. Não satisfazendo-se com a profetada em grupo perguntou: “ Não há aqui ainda algum profeta do Senhor a quem possamos consultar? (2 Cr 18:6). Como aqueles falsos profetas, muitos homens hoje têm pregado apenas o que a massa quer ouvir e estão negociando a Palavra do Senhor, declinando em heresias como a “Teologia da prosperidade”, “Confissão Positiva”, “Maldições Hereditárias”, dentre tantas outras.
Precisamos lançar fora a “síndrome de Acabe” e resgatar a prática que rendeu elogios à igreja em Beréia, os quais “eram mais nobres do que os de Tessalônica, porque receberam a palavra com toda avidez, examinando diariamente as Escrituras para ver se estas coisas eram assim” (At 17:11).


¹ STRONG, James. Dicionário Bíblico Strong. Baurueri: SBB, 2002.
² JUNIOR, Antônio Pereira da Costa. Deus e as novas heresias da Igreja Evangélica.
³ ROMEIRO, Paulo. Evangélicos em Crise. São Paulo: Mundo Cristão, 1.999.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Resgatando o valor da Palavra de Deus

Salmos 119:11 - Escondi a tua palavra no meu coração, para não pecar contra ti.

Acabei de ler um livro do Ciro Sanches Zibordi, pastor da Assembléia de Deus em Cordovil, no Rio de Janeiro. Sob o título “Mais erros que os pregadores devem evitar” , publicado pela CPAD, ele faz um diagnóstico de como está a Igreja na atualidade. Não posso dizer que concordo em 100% com suas idéias, mas o tema central é sem sombra de dúvidas pertinente.
A Palavra de Deus perdeu o valor para as pessoas. O número de super-astros do Evangelho aumentou e virou moda chamarmos tudo que algum “crente” faz de “Gospel”. Os modismos estão cada vez mais adentrando nas igrejas e nem precisam mais se disfarçar.
Se um ícone da sociedade moderna escrever algum livro a respeito de finanças, psicologia ou até mesmo religião, as pessoas terão “fome” por esses comentários. Experimente imaginar se o deputado “Tiririca” escreve sua biografia, ou se o Roberto Justus comente algo sobre finanças. Na verdade não precisamos ir longe. A sociedade não é muito de ler mesmo, prefere programas de fofoca ou reality shows repletos de pornografia e sem alguma edificação.
Cartas às 7 igrejas da Ásia
Algo que mexeu bastante comigo nas últimas semanas, foram as cartas enviadas às 7 igrejas da Ásia, registradas nos capítulos 2 e 3 do livro das Revelações, o Apocalipse. O livro em questão, tem sofrido vários pontos de vista de interpretação, tais como o preterista, histórico, futurista, simbólico e eclético. Entretanto, não há como desconsiderar a aplicação contemporânea dessas cartas, escritas por João e ditadas por Jesus (Ap 1:10,11).
Podemos observar que, todas elas embora possuam suas particularidades, possuem também similaridades. a) Todas elas são dirigidas “ao anjo da igreja” (o pastor). b) possuem uma descrição abreviada dAquele que as envia, a saber, o Cristo. c) Jesus afirma a todas “Sei” (2.2,9,13,19; 3.1,8,15). d) possuem ou uma palavra de louvor ou de censura. e) O Messias lembra de Sua vinda e o que há de acontecer conforme a conduta de cada pessoa. f) A cada igreja é repetido “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”. g) Há ainda promessas aos vencedores do bom combate da fé, dizendo “ao que vencer...”.
Essas igrejas da Ásia Menor, atual porção da Turquia, não reportavam diretamente a um Apóstolo, bispo, ancião ou presbítero, como muitos pensam. A prestação de contas não era como em uma empresa, cujo organograma se divide em Coordenadores, Supervisores, Gerentes, Diretores e Presidentes. Os “anjos” assim chamados por Jesus, prestavam contas de suas obras diretamente a Ele. A falta de apreço pela Palavra do Senhor está formando líderes da era comercial evangélica. Muitos falsos obreiros estão interessados apenas em ganhar dinheiro, cobrando uma fortuna para pregar em um congresso, outros em serem famosos e há ainda aqueles que buscam o reconhecimento humano. O pastor Ciro chega a contar em seu livro citado anteriormente, de pregadores que não gostam de interpretar a Bíblia, pois o que querem é pregar.
Segundo podemos observar, os efésios se mostraram fortes em doutrina e fracos em amor. Os irmãos de Esmirna foram materialmente pobres e espiritualmente ricos. A igreja de Pérgamo resistiu às perseguições, mas tolerava a falsa doutrina de Balaão e dos nicolaítas. A de Tiatira era uma igreja muito ativa, mas que não tirou a má influência de uma mulher imoral e idólatra. Entre a igreja quase morta em Sardes e a congregação morna em Laodicéia, encontravam-se os irmãos perseverantes e fiéis em Filadélfia. Usamos várias vezes Ap 3:20 para evangelizar pessoas, mas é triste quando entendemos que na verdade, Jesus não estava de fora do coração do ímpio e sim da igreja em Laodicéia.
Ao invés de acontecerem campanhas e mais campanhas, semana do sopro ungido, da vassoura ungida, por que não fazemos campanhas para maior participação na Escola Bíblica Dominical? Repare que alguns líderes das igrejas da Ásia estavam aceitando doutrinas estranhas à Palavra de Deus, a de Balaão, a dos nicolaítas e a de Jezabel, além da aparição de falsos apóstolos (Ap 2:2) e falsos judeus (Ap 2:9). Precisamos ser como os bereanos que eram "mais nobres do que os de Tessalônica, porque receberam a palavra com toda avidez, examinando diariamente as Escrituras para ver se estas coisas eram assim" (Atos 17:11).
Precisamos resgatar o valor pela Palavra do Senhor. Valor é algo que possui, perdoe-me a redundância, “valor”, mas não possui preço. É inegociável. Jesus disse que onde estiver o nosso tesouro, aí estará o nosso coração (Mt 6:21). Façamos como o salmista que mostrou-nos seu profundo apreço acerca da Bendita Palavra do Senhor que, ao invés de colocar tesouros que o ladrão pode roubar e a traça e a ferrugem podem consumir no coração, optou por esconder as Escrituras, a fim de não pecar contra o Deus da Palavra (Sl 119:11).

terça-feira, 1 de março de 2011

A volta de Cristo

Mateus 24:1-3 – “Ora, Jesus, tendo saído do templo, ia-se retirando, quando se aproximaram dele os seus discípulos, para lhe mostrarem os edifícios do templo. Mas ele lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não se deixará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada. E estando ele sentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Declara-nos quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo”.

Um assunto que sempre permeia a Igreja é acerca da volta de Cristo. Não é novidade ouvirmos pessoas agendando o fim do mundo em meio aos ímpios e tampouco crentes tentando adivinhar quando será a segunda vinda do Messias. Volta e meia escutamos profetadas que certamente assustam o povo evangélico.

A volta de Cristo é certeira, mas não cabe a nós tentar especular datas. Isso na verdade é resultado da geração em que vivemos. Muitos pensam haver um mover de Deus pelo Brasil, mas na verdade não passa de uma era de “negócios da fé”. Vemos ministros e mais ministros sem responsabilidade. Pessoas que ontem eram vendedores no camelô e hoje são pastores. A falta de treinamento e capacitação de líderes tem levado o Evangelho a ser denegrido. Quantos estão barganhando com Deus por aí? Um milagre em troca da oferta gorda, afinal, somos “chamados para ser cabeça e não cauda”, dizem os que aderem à Teologia da prosperidade e/ou Confissão Positiva.

Obreiros sem formação e base teológica estão cada vez mais crescendo pela nação e junto com eles as mais variadas heresias. Em paralelo vemos outros se auto-intitulado apóstolos e o que é mais insensato, a consagração de “apóstolas”. Nossa geração é extremista em dois pontos: no empirismo e no pragmatismo.

1.     Empirismo – É o ato de valorizar mais a experiência do que a Palavra de Deus. Quantas pessoas estão caindo nessa? Até quando o povo de Deus não prezará pela Palavra do Senhor? Nossas experiências com Cristo são importantíssimas. Todo crente precisa ter experiências sobrenaturais, entretanto, toda e qualquer experiência precisa ser refinada pela bendita Palavra do Senhor. É como um relato que ouvi certa vez. Uma mulher afirmara ter sido arrebatada em espírito e durante essa experiência viu a face de Deus. Muitos crentes sem embasamento bíblico, seriam levados ao êxtase num relato como esse, além de glorificar a Deus sem limites.

2.     Pragmatismo – É o ato de defender que algo é correto em função da funcionalidade. As coisas não podem ser provadas apenas porque funcionam. Há alguns dias conversava com um obreiro sobre esse assunto. Perguntei-lhe qual é o resultado da soma de 2 com 2. Parece óbvio o resultado, é 4. Mas questionei-lhe se não é cinco. Ele riu e respondeu que todo mundo sabe que é 4. Mas e se eu defender que é 5 – Perguntei-lhe. Ele disse que era minha opinião. O que eu estava querendo concluir é que, não podemos defender idéias apenas por opinião, precisamos de fundamentos, de base. Se ele me dissesse que o resultado é 5, mostraria que está errado, baseado na matemática. Se me dissesse que Cristóvão Colombo descobriu o Brasil, mostraria o equívoco, pois a história nos relata que fora Pedro Álvares Cabral. Se me dissesse que a água é formada por um aglomerado de Flúor e Carbono, mostraria pela Química que na verdade são duas moléculas de Hidrogênio e uma de Oxigênio. Enfim, para mostrarmos que somente Jesus é o Salvador, o evangelista João relata no capítulo 14 e verso 6 que Jesus é o único caminho, a única verdade e a única vida, somente temos condições de nos achegarmos ao Pai através dEle. Se partirmos desse pressuposto, isto é, da funcionalidade, poderíamos defender o Islamismo, afinal, é a religião que mais cresce atualmente. Tomo as palavras inspiradas de Oséias no capítulo 4 e verso 6: “o meu povo perece porque lhe faltou conhecimento”.

Datas marcadas da volta de Cristo
A escatologia das Testemunhas de Jeová afirma que no ano de 1914 teve início a segunda vinda de Cristo com o início do "tempo do fim" e "da conclusão do sistema de coisas" e dos "últimos dias". As Testemunhas de Jeová usam todos estes termos para se referirem a esse período entre 1914 e o Armageddon. Também crêem que o Milênio começa depois do Armageddon. Além disso, Charles Taze Russel, afirmou que Cristo já voltara ao mundo, de forma invisível, em 1874.
Os adventistas, por sua vez, carregam o estigma de Guilherme Miller, um pregador que ensinava a volta de Cristo para 22 de Outubro de 1844. Uma grande multidão acreditou nas previsões de Miller, chegando ao ponto de venderem tudo o que tinham para aguardar a grande data. Como nada aconteceu, os adventistas passaram a chamar a data de “O Grande Desapontamento”, que interpretam como sendo a vontade de Deus, que queria provar o seu povo. Todos os que predizem uma data para o retorno de Cristo estão marcados para o fracasso inevitável. Aconteceu com a “Apóstola” Valnice Milhomens que, no ano de 1991, numa palestra na televisão, predisse que Jesus retornaria em um Sábado do já finado ano de 2007. Ou então, qualquer outro falso profeta, como a americana Marilyn Agee que afirmou: “O arrebatamento acontecerá em 20 de Junho de 2000”. Além destes, há Harold Camping, que tem ensinado coisas como: o Retorno de Jesus Cristo aconteceria em 1994, tendo, inclusive, publicado um livro chamado “1994?”, que foi muito bem vendido na época; O Retorno de Cristo acontecerá em 21 de Maio de 2011; A Era da Igreja acabou em 1944; O Espírito Santo não está mais atuando na Igreja; Que toda Igreja na face da Terra é apostada e abominável; Que os verdadeiros crentes devem abandonar suas congregações.
O que vem sendo debatido no meio evangélico há pouco tempo é a carta divulgada sobre os acontecimentos que hão de acontecer nos próximos anos, na qual a “Apóstola” Neuza Itioka  afirma que Jesus Cristo poderá vir até o ano de 2018. Ela defende a profecia do Rabino Ben Samuel como um alerta ao cristãos.
O que a Bíblia diz sobre a volta de Cristo
Jesus afirmou em Mt 24:36 que "Daquele dia e hora, porém, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, senão só o Pai". Ora, se o anjos que são maiores do que nós (Sl 8:5) não receberam a revelação. Se o próprio Cristo também afirma não saber o dia e a hora, como podemos nos embasar em um rabino ou em qualquer pessoa? Ainda que seja para acordar os que estão frios na fé, essa não é a melhor pedida. Temos as Sagradas Escrituras e lá temos muitos textos que podem ser utilizados em sermões, pregações, conferências, congressos, enfim, em qualquer lugar. A parábola das 10 virgens é uma das minhas preferidas. Sabemos que apenas 5 foram conhecidas pelo Senhor, pois levavam consigo azeite para acender suas lâmpadas. Essa parábola é contada na seqüência dos sinais dos finais dos tempos narrada em Mateus 24. O objetivo é mostrar que precisamos estar sempre carregando conosco o azeite (a unção e o poder de Deus), pois não sabemos a hora em que Cristo há de voltar. Vejam Mt 24:43, 1 Ts 5:2-4, 2 Pe 3:10 e Ap 3:3;16:15. Todas essas passagens mostram que Jesus virá como um ladrão, isto é, não avisará. Ora, se um ladrão marcasse conosco a que hora nos assaltaria, poderíamos tomar contramedidas preventivas a fim de evitarmos tal assalto. Chamaríamos a polícia federal, o exército, a marinha, a aeronáutica, deixaríamos todo o dinheiro no banco e evitaríamos encontrar com o assaltante. Da mesma forma aquelas 5 virgens insensatas se soubessem o horário em que o noivo passaria, dariam um jeito de ter azeite. Mas foram surpreendidas, assim como muitos serão na volta de Cristo. Ressalto ainda que, mesmo que Cristo não volte nesta geração precisamos estar preparados, pois não sabemos quando morreremos. Tentar adivinhar o dia em que Cristo voltará é errado, é o mesmo que crentes se direcionarem a necromantes, cartomantes e tentarem adivinhar quando morrerão. Amados, atentem para a parábola das virgens. O noivo virá a qualquer momento, não sabemos o dia e nem a hora, mas de uma coisa sabemos: somente aqueles que estiverem com azeite em suas lâmpadas serão reconhecidos.