Sl 111.1-10 – “Louvai ao Senhor. De todo o coração darei graças ao Senhor, no concílio dos retos e na congregação. Grandes são as obras do Senhor, e para serem estudadas por todos os que nelas se comprazem. Glória e majestade há em sua obra; e a sua justiça permanece para sempre. Ele fez memoráveis as suas maravilhas; compassivo e misericordioso é o Senhor. Dá mantimento aos que o temem; lembra-se sempre do seu pacto. Mostrou ao seu povo o poder das suas obras, dando-lhe a herança das nações. As obras das suas mãos são verdade e justiça; fiéis são todos os seus preceitos; firmados estão para todo o sempre; são feitos em verdade e retidão. Enviou ao seu povo a redenção; ordenou para sempre o seu pacto; santo e tremendo é o seu nome. O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; têm bom entendimento todos os que cumprem os seus preceitos; o seu louvor subsiste para sempre.”
Introdução
Para uma melhor interpretação da Bíblia Sagrada, precisamos conhecê-la como um todo. Quando olhamos para as Sagradas Escrituras, faz-se extremamente necessário o conhecimento contextual, a fim de que se possa extrair a interpretação correta e chegar desta forma ao entendimento apropriado da passagem que se está lendo. Apesar da retórica, uma boa forma de se começar a conhecer a Bíblia, é começando do começo, objetivo deste artigo. Nas próximas semanas, adaptarei aqui as lições da EBD que estudamos no quarto trimestre de 2011 em nossa congregação, lições estas que tive o prazer e o privilégio de ser o comentarista. Se você é um assíduo estudante da Palavra de Deus, não perca a série de estudos sobre o livro do Gênesis.
1. A Organização da Bíblia
A palavra Bíblia vem do grego, Biblos, que significa “coleção de livros pequenos”. Esse compêndio é formado por 66 livros, sendo o Antigo Testamento composto por 39 e o Novo por 27. A palavra testamento significa aliança, isto é, o acordo divino proposto pelo Criador. Outras palavras sinônimas para aliança seriam “trato”, “pacto”, “contrato”, “concerto” e “união”. A primeira divisão bíblica, portanto, é em Antiga e Nova Aliança. A primeira é a aliança da Lei e a segunda a nova aliança do Sangue de Cristo. A segunda divisão importante para nosso conhecimento é concernente ao tipo de literatura de cada livro. Basta dar uma passada pelos escritos dos Salmos e das crônicas para notar a diferença entre eles. Desta forma, a Bíblia ficaria dividida assim:
No Antigo Testamento:
1.1 Pentateuco: Também chamado de livros da Lei. É compreendido pelos 5 primeiros livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
1.2 Históricos: Josué, Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias e Ester.
1.3 Poéticos: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares.
1.4 Profetas: São divididos em Profetas maiores e menores.
Maiores: Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel.
Menores: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.
No Novo Testamento:
1.5 Evangelhos: Composto pelos escritos biográficos de Jesus segundo escreveram Mateus, Marcos, Lucas e João.
1.6 Histórico: Atos dos Apóstolos
1.7 Epístolas
Locais: Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses e Hebreus.
Pastorais: 1 e 2 Timóteo, Tito e Filemon
Universais: Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João e Judas.
1.8 Profético: Apocalipse
2. Os Livros Apócrifos
Essa organização ajuda-nos para a compreensão dos livros apócrifos. Entende-se por apócrifo, algo não inspirado, a expressão significa “escondido”, “oculto”, “espúrio”. Os principais livros apócrifos são os que estão inseridos na Bíblia católica, um total de 7: Tobias, Judite, Sabedoria, Baruque, Eclesiástico, 1 e 2 Macabeus. Além desses livros o cânon católico possui um total de 4 acréscimos, também chamados de apêndices: no livro de Ester (Et 10.4; 16.24), o cântico dos três santos filhos (Dn 3.24-90), a história de Suzana (Dn 13) e Bel e o Dragão (Dn 14). O conteúdo apócrifo não possui a devida autoridade como buscam os católicos pelos seguintes motivos:
• Contêm erros históricos e geográficos, tais como a suposição de que Senaqueribe era filho de Salmaneser (Tobias 1 .15) em vez de Sargão II, e que Nínive foi tomado por Nabucodonosor e por Assuero (Tobias 14.15) em vez de Nabopolassar, além de graves heresias teológicas, como o culto e a oração pelos mortos (2 Macabeus 12.43-46);
• Há evidente ausência de profecia, o que não ocorre nos livros canônicos;
• Os apócrifos nada acrescentam ao nosso conhecimento quanto às verdades messiânicas;
• O povo de Deus, a quem os apócrifos teriam sido originaria-mente apresentados, recusou-os terminantemente.
• A comunidade judaica não reconheceu tais livros, quando o cânon foi fechado por Esdras, que era escriba.
3. Curiosidades bíblicas
A Bíblia possui um total de 1.189 capítulos, o que significa que se lermos em média 3 capítulos e meio por dia, conseguiremos finalizar a leitura por completo em 1 ano. Ela tem como tema central, Cristo Jesus e podemos constatar isso desde o livro do Gênesis ao Apocalipse. Os livros veterotestamentários refletem a Preparação para a vinda do Messias; os Evangelhos Sua Manifestação; Atos a Propagação do Evangelho; As epístolas a Explanação de Suas doutrinas e o Apocalipse a Consumação do plano divino. Para a interpretação da Bíblia, seguem alguns conselhos práticos que devem ser levados em conta, a fim de obtermos um melhor entendimento:
3.1 Procure a intenção do significado do autor
3.2 Leia a Passagem dentro do seu contexto
3.3 Identifique o Gênero da passagem
3.4 Considere o pano de fundo histórico e cultural da Bíblia
3.5 Atente à gramática do texto
3.6 Interprete a experiência à luz das Escrituras e não vive-versa
3.7 Busque sempre o consenso integral das Escrituras, ao invés de um versículo isolado.
4. Conhecendo o Gênesis
O nome "Gênesis" foi dado ao primeiro livro da Bíblia pelo tradutor grego, e significa "origem" ou "princípio". Sem qualquer título especial, os hebreus indicavam-no pela frase inicial: "No princípio", a caracterizar perfeitamente o conteúdo do livro, ou seja, o princípio do universo, o princípio do homem, o princípio do pecado, o princípio da salvação, o princípio do povo hebraico, e bem assim o princípio de muitos outros acontecimentos e fenômenos ocorridos na história do mundo. A autoria do livro, bem como os demais do Pentateuco, é atribuída tradicional-mente a Moisés. Das 5 dispensações do A.T. 4 estão inseridas no Gênesis:
4.1 Inocência (Gn 1.28): estado de relacionamento perfeito com o criador. Aliança Edêmica (relativo ao Éden).
4.2 Consciência (Gn 3.7): Expulsão do Éden em função da desobediência e posterior consciência do bem e do mal. Aliança Adâmica (relativo à remissão do homem através da semente da mulher).
4.3 Governo Humano (Gn 8.15): Começa quando Noé e sua família saem da Arca. Aliança Noética (Deus promete não mais destruir a terra com água).
4.4 Patriarcal (Gn 12.1): Vai da chamada de Abraão até a entrega da Lei no Sinai. Aliança Abraâmica.
4.5 Lei (Êx 19.1): Começa com a concessão da Lei e vai até a morte de Cristo no calvário. Aliança Mosaica.
As outras duas dispensações são a da Graça (a qual vivemos atualmente) e milenar, quando então, Cristo estabelecer o Governo Teocrático na terra.
Conclusão
As principais perguntas que o homem já fez possuem suas respostas no livro do Gênesis. Lá encontramos a criação, a primeira família, como entrou o pecado e muitas outras coisas, mas o mais importante: é também lá que encontramos a promessa de um Redentor dentro do plano de amor mais maravilhoso que pode existir. Conhecer o Gênesis, é conhecer um pedaço daquilo que nem olhos viram, nem ouvidos ouviram e que nem penetrou em corações humanos, mas que é o que Deus preparou para aqueles que o amam.
Questionário
1. O que significa Biblos?
2. Quantos capítulos precisamos ler por dia, em média, para finalizar a Bíblia em um ano?
3. O que significa Gênesis?
4. Quem é o autor do livro do Gênesis?
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