sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Abraão, o pai da fé

Texto base: Hb 11.8-10, 12, 13, 15, 17 – “Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, saindo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia. Pela fé peregrinou na terra da promessa, como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa; porque esperava a cidade que tem os fundamentos, da qual o arquiteto e edificador é Deus. Pelo que também de um, e esse já amortecido, descenderam tantos, em multidão, como as estrelas do céu, e como a areia inumerável que está na praia do mar. Todos estes morreram na fé, sem terem alcançado as promessas; mas tendo-as visto e saudado, de longe, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra. E se, na verdade, se lembrassem daquela donde haviam saído, teriam oportunidade de voltar. Pela fé Abraão, sendo provado, ofereceu Isaque; sim, ia oferecendo o seu unigênito, aquele que recebera as promessas.

Introdução
Muitos homens na Bíblia deixaram em seus epitáfios, uma lembrança célebre de seus feitos. Davi, por exemplo, é o homem segundo o coração de Deus. Elias, o profeta do fogo. Isaías, o profeta messiânico. Jeremias, o profeta das lágrimas. E dentre tantos outros, Abraão é o pai da fé. Nesta lição, temos por objetivo, analisar os pontos fortes e os pontos fracos do patriarca e aplicar princípios milenares para obtermos uma vida ainda mais vitoriosa.

1. Aspectos da promessa
As promessas feitas a Abraão (Gn 12.2,3) possuem características importantes e que merecem nossa atenção.
1.1   Farei de ti uma grande nação
Abraão deu origem não somente ao povo israelita, mas também aos povos árabes. Dessas nações é que nasceram as religiões monoteístas e mais fortes do planeta: judaísmo, cristianismo e islamismo.
1.2 Abençoar-te-ei
Embora seja óbvio, Deus jamais nos chama para uma mudança com o intuito de nos amaldiçoar. Ele disse através do profeta Jeremias: “Pois eu bem sei os planos que estou projetando para vós, diz o Senhor; planos de paz, e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança” (Jr 29.11).
1.3 Engrandecerei o seu nome
Muitos estão em busca de terem seus nomes no hall da fama, mas engana-se quem pensa que a promessa divina a Abraão era a esse respeito. O nome do pai da fé foi engrandecido a tal ponto que várias gerações o admiraram e ainda hoje o fazem (cf Mc 14.3-9).
1.4 Tu serás uma bênção
Numa época de inversão de valores desregrada, urge entender que a prioridade de Deus não era dar bênçãos a Abraão, mas sim que ele fosse uma bênção por onde quer que passasse.
1.5 Abençoarei os que te abençoarem
O contrário também é verdade. Jesus disse: “Quem vos recebe, a mim me recebe; e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou. Quem recebe um profeta na qualidade de profeta, receberá a recompensa de profeta; e quem recebe um justo na qualidade de justo, receberá a recompensa de justo. E aquele que der até mesmo um copo de água fresca a um destes pequeninos, na qualidade de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá a sua recompensa” (Mt 10.40-42).
1.6 Todas as famílias da terra
O último e não menos importante aspecto da promessa feita a Abraão diz respeito não apenas às dispensações veterotestamentárias, mas inclusive à da Graça. Pedro confirma essa promessa em At 3.25.

2. Aspectos da fé de Abraão
Dos 40 versículos listados no capítulo 11 da carta aos hebreus, 12 são dedicados a Abraão. Em Gênesis 15, o Senhor chama-o para fora de sua tenda e mostra as estrelas, revelando que assim seria a descendência abraâmica, incontável. Diz a Bíblia que Abraão creu e isto lhe foi imputado por justiça (Gn 15.6). A fé foi comparada a um grão de mostrada por Cristo (Mt 17.20). Essas sementes têm cerca de 2 mm de diâmetro e cores que vão do branco amarelado ao preto. O grão de mostarda que Jesus tinha em mente na sua parábola (Mateus 13:31-32) era provavelmente a mostarda preta, uma árvore que cresce até uma altura de aproximadamente 5 metros. Entre os rabinos, um grão de mostarda era uma expressão comum para qualquer coisa muito pequena. Sendo assim, podemos destacar pelo menos 4 aspectos da fé de Abraão:
2.1.1 Fé para renúncia
O Senhor chamou a Abraão e estabeleceu que para cumprir as promessas em sua vida era necessário que ele saísse de sua parentela, isto é, da casa de seu pai.
2.1.2 Fé para o desconhecido
Abraão foi chamado por Deus para se dirigir a uma terra desconhecida. Ele não tinha a menor idéia para onde iria, nenhuma segurança, senão a própria palavra divina.
2.1.3 Fé diante do impossível
Quando Deus prometeu a Abraão que ele seria pai de uma grande nação, o patriarca tinha 75 anos (Gn 12.4). Depois de esperar 10 anos, Sara quis dar uma mãozinha para o cumprimento da promessa e entregou-lhe Agar, sua serva. Um ano depois nascia Ismael (Gn 16.3,16). Mas o ápice da fé diante de circunstâncias impossíveis, deu-se quando ele estava com 99 anos e sua esposa com 90. Ele, em idade já avançada e Sara estéril. Abraão chega a rir e o mesmo acontece com Sara (Gn 17.17;18.12), por isso o filho da promessa se chama Isaque (risada).
2.1.4 Fé para entrega total
Depois do nascimento de Isaque, a Bíblia omite se Abraão manteve sua relação com Deus ou não e suben-tende-se que ele esqueceu-se um pouco do Senhor. Muitas pessoas buscam assiduamente a Deus quando precisam de algo e depois de receberem acabam relaxando sua espiritualidade. Assim sendo, Deus pede Isaque a Abraão. Podemos entender que não era uma entrega fácil, pelas próprias palavras ditas pelo Senhor:
Toma agora teu filho; o teu único filho, Isaque, a quem tu amas” (Gn 22.2a). Porém, mesmo apegado com o filho da promessa, Abraão tomou-o e não apenas teria fé para devolver ao Senhor o que havia recebido, como também teve fé que Deus é Jeová-Jiré, o Deus da provisão (Gn 22.8,14).

3. Outros pontos fortes
Além da fé gigantesca do patriarca, outros pontos são dignos de serem observados.
3.1 Ele não contendeu com Ló
Depois de sair da terra de Harã juntamente com seu sobrinho Ló e Chegarem a uma terra entre Betel e Ai, houve contenda entre os pastores do tio e do sobrinho. A fim de evitar mais problemas, Abraão deixou que Ló decidisse para onde queria ir. Este, movido de ganância escolheu a planície do Jordão, que era uma terra bem regada e próxima das grandes cidades Sodoma e Gomorra.
3.2 Foi corajoso no resgate de Ló
Com apenas 318 homens Abraão foi em resgate de seu sobrinho pelejando contra 4 reinos (Gn 14.12-17).
3.3 Era um senhor íntegro
Abraão enviou seu servo Eliézer à terra de seus parentes com o intuito de encontrar uma esposa para seu filho Isaque. Seu servo saiu com 10 camelos, jóias de ouro e de prata, vestidos e outras coisas preciosas. Se Abraão fosse um homem mau, seu servo não perderia a oportunidade de ir embora e levar consigo todos os bens que estavam em seu poder.

4. Pontos fracos
Vejamos alguns pontos-fracos de Abraão e o que podemos tirar de lição com eles.
4.1 O pai da fé teve dúvida
Talvez o fato de terem se passado 24 anos aguardando a promessa de Deus tenha deixado Abraão confuso. Ele achou que o herdeiro poderia ser Eliézer (Gn 15.2), mas Deus disse que este seria fruto de suas próprias entranhas. Ismael já atendia a este quesito e quando Deus lhe revela que a promessa seria cumprida em Sara, uma mulher de 90 anos e estéril, o patriarca ri (Gn 17.17)
4.2 Aceitou o pedido de Sara
Sara lhe fez uma proposta indecente: Já que o filho da promessa é fruto de sua entranha, durma com minha serva Agar e a promessa se cumprirá. Ele não hesitou.
4.3 Contou meias verdades
Por duas vezes, Abraão temendo o mal contou a meia verdade de que Sara era sua irmã: a primeira vez para um faraó egípcio e a outra para Abimeleque, rei de Gerar. Se não fosse a intervenção divina...

Conclusão
Abraão deixou-nos vários bons exemplos e mesmo em suas falhas podemos aprender a vigiar e não cometer os mesmos delitos. Assim como ele foi o pai da fé, que nós possamos ser o pai na fé de várias pessoas, levando-as ao conhecimento de Cristo Jesus, o nosso Salvador.

Questionário
1.       Qual aspecto da fé de Abraão mais lhe chama a atenção?
2.       O que você aprendeu com a semente de mostarda?
3.       Quantos anos Abraão esperou pelo nascimento de Isaque?
4.       Qual era o nome do servo de Abraão?

domingo, 13 de maio de 2012

A Torre de Babel

Gênesis 11.1-8 – “Ora, toda a terra tinha uma só língua e um só idioma. E deslocando-se os homens para o oriente, acharam um vale na terra de Sinar; e ali habitaram. Disseram uns aos outros: Eia pois, façamos tijolos, e queimemo-los bem. Os tijolos lhes serviram de pedras e o betume de argamassa. Disseram mais: Eia, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo cume toque no céu, e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra. Então desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam; e disse: Eis que o povo é um e todos têm uma só língua; e isto é o que começam a fazer; agora não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer. Eia, desçamos, e confundamos ali a sua linguagem, para que não entenda um a língua do outro. Assim o Senhor os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade.

Introdução
Babel foi uma cidade edificada na planície de Sinear e fundada por Ninrode. Esperava-se que Babel fosse o centro do império mundial. Alguns sugerem que, em função do dilúvio, eles pensassem em prevenir-se contra outra calamidade semelhante, edificando uma torre altíssima. Além dessas coisas, Babel foi a cidade que deu origem ao império babilônico, o mesmo que levou cativo o povo de Israel por 70 anos. Nesta lição, vamos aprender como Babel influenciou e influencia até hoje o contexto espiritual e religioso da humanidade.

1. Conhecendo Ninrode
Ninrode era filho de Cuxe, que era filho de Cam, o filho de Noé. Ele é descrito como “poderoso caçador diante do Senhor” (Gn 10.9). Ele estabeleceu um império em Sinar (Babilônia), sendo as suas principais cidades Babel, Ereque, Acade, e Calné, estendendo-se depois este império na direção do norte, ao longo do curso do Tigre sobre a Assíria, onde ele fundou um segundo grupo de capitais, Nínive, Reobote, Calá e Resen. A tradição de Ninrode é ainda forte entre os árabes modernos, que lhe atribuem todas as grandes obras públicas da antigüidade.
1.1 Um tipo de anticristo
Da mesma forma que algumas pessoas no A.T. aparecem como uma tipificação do Cristo (Melquisedeque, Isaque, Moisés, Josué), Ninrode acabou tornando-se, em função de suas obras malignas, uma tipificação do anticristo. Demonstrando sua profunda rebeldia contra Deus, ele chefiou a construção de "uma cidade e uma torre cujo topo chegue até aos céus..." O sentido literal destas palavras, revela que era uma torre para a adoração dos astros, da lua, do sol e das estrelas. O anticristo é mencionado principalmente nos livros de Daniel, 2 Tessalonicenses e Apocalipse. Ele possui algumas características: gênio intelectual (Dn 7:20), gênio de oratória (Dn 7:20), gênio da política (Dn 11:21), gênio militar (Dn 8:24), gênio em administração (Ap 13:1-2), gênio religioso (2 Ts 2:4).
1.2 Gênio intelectual
Entende-se por intelectual, alguém que possui grande domínio da inteligência. Pode-se observar tal característica em Ninrode em sua vasta governança e edificação de cidades e obras públicas.
1.3 Gênio de oratória
Lemos em Gn 11.4: “Eia, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo cume toque no céu, e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra”. Partindo do pressuposto de que Ninrode chefiava os que disseram isso, podemos ver sua grande habilidade persuasiva.
1.4 Gênio da política
Ninrode não edificou apenas Babel, mas outras cidades, tais como Ereque, Acade, Calné, Nínive, Reobote, Calá e Resen.
1.6 Gênio militar
Ninrode foi chamado de “poderoso caçador diante do Senhor” (Gn 10.9). Embora o termo não se refira diretamente a um General, podemos entender seu domínio com armas primitivas em uma época em que ainda não havia guerras.
1.7 Gênio em administração
Chefiar e administrar 8 cidades não é para qualquer pessoa nem mesmo nos dias de hoje. Ninrode demonstra grande habilidade administrativa quando realiza tal façanha (Gn 10.10,11)
1.8 Gênio religioso
A torre de babel não era simplesmente uma grandiosa obra arquitetônica, mas uma torre-templo. Os caldeus, babilônios primitivos, cultuavam vários deuses, dentre eles as forças dos astros e da natureza. De acordo com estudiosos teológicos Ninrode foi casado com Semíramis e conta-nos a tradição ela esperava um filho quando Ninrode morreu. Assim que a criança nasceu, ela declarou que o menino – que se chamava Tamuz – era a reencarnação de Ninrode. Aí estava fundada a base do espiritismo. Semíramis e Tamuz passaram a ser adorados e podemos ver essa idolatria na própria história bíblica (Ez 8.12-14; Jr 7.18;44.16-19).

2. Babel x Pentecostes
2.1 Reconciliação com Deus
Na construção da Torre-templo de Babel, o objetivo dos homens era de oposição a Deus, mas no dia de Pentecostes o objetivo de Deus era a reconciliação dos homens com o criador.
2.2 Mover de cima para baixo
Em Babel, o mover era de baixo para cima, era a força dos homens querendo afrontar o Altíssimo. Mas em Pentecostes o mover veio de cima para baixo, veio do Altíssimo para os homens, para a Igreja.
2.3 Sai do céu para alcançar a terra
Em babel, os homens saem da terra para empreitar a tentativa de Alcançar o céu, ao passo que em Pentecostes o próprio Deus alcança os homens desde os céus.
2.4 Unidade desfragmentada
Em Babel, houve divisão e dispersão do povo após a confusão das línguas, quebrando a unidade maligna que se empreendia, mas em Pentecostes a unidade é marcada através da descida do Espírito Santo sobre os homens do cenáculo.
2.5 Vários idiomas para unidade
Em Babel, variedade de línguas demarcava a separação do povo e em Pentecostes, a variedade de línguas demarcava o início do cumprimento da promessa descrita em Jl 2.28,29.

3. A importância da unidade
Eis que o povo é um e todos têm uma só língua; e isto é o que começam a fazer; agora não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer” (Gn 11.6). Três aspectos saltam aos nossos olhos nesse versículo:
3.1 Eis que o povo é um
O próprio Deus comenta que aquelas pessoas estavam com um único propósito. Embora o que almejavam fazer não fosse algo que glorificasse ao Senhor e sim aos homens, podemos destacar a importância da Igreja em agir em um só propósito. Na ocasião de babel, havia ali homens com características diferenciadas entre si, mas isso não foi empecilho para que avançassem no tal projeto arquitetônico. Fica para nós o aprendizado quanto à diferença entre unidade x uniformidade. Na Obra de Deus, temos pessoas com dons, talentos, personalidades, temperamentos, culturas, histórias, gostos, manias, trejeitos, características físicas, situações financeiras e tantas outras coisas diferentes, mas o que nos une é maior do que todas essas particularidades. Há diversidade de dons, de operações e de ministérios, mas é o mesmo Espírito que opera tudo em todos (1 Co 12.4-6).
3.2 Todos têm uma só língua
Muitas vezes a chave para a vitória nem é a oração e sim a comunicação. Conta-se de um casal de idosos comemorava suas Bodas de Ouro. Enquanto tomavam juntos o café da manhã a esposa pensou “por cinqüenta anos tenho sempre sido atenciosa para com meu esposo e sempre lhe dei a parte crocante de cima do pão. Hoje desejo, finalmente, degustar eu mesma essa gostosura”. Ela espalhou manteiga na parte de cima do pão e deu ao marido a outra metade. Ao contrário do que ela esperava, ele ficou muito satisfeito, beijou sua mão e disse “minha querida, tu acabas de me dar a maior alegria do dia. Por mais de cinquenta anos eu não comi a parte de baixo do pão, que é minha preferida. Sempre pensei que eras tu que deverias tê-la, já que tanto a aprecias”.
3.3 Agora não haverá restrição
A frase completa é que não haveria restrição para o que eles intentassem fazer. Isso é fácil de se entender, pois quanto mais pessoas se unem em prol de um projeto, maior é a força, conforme o versículo a seguir: “Cinco de vós perseguirão a um cento deles, e cem de vós perseguirão a dez mil; e os vossos inimigos cairão à espada diante de vos” (Lv 26.8).

Conclusão
Dentre tudo o que aprendemos aqui hoje, o mais importante de ser afi-xado em nossos corações é sobre a unidade. Foi essa a petição que Jesus fez na oração sacerdotal e quem responderá a essa súplica não é o Pai e sim a Igreja (Jo 17.20,21).

Questionário
1.       Cite 2 características de ninrode
2.       Cite 1 diferença entre Babel x Pentecostes
3.       Por que a unidade é impor-tante?
Qual a diferença entre unidade e uniformidade?

terça-feira, 20 de março de 2012

Os dias de Noé

Gênesis 6.5-9,11-14“Viu o Senhor que era grande a maldade do homem na terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente. Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração. E disse o Senhor: Destruirei da face da terra o homem que criei, tanto o homem como o animal, os répteis e as aves do céu; porque me arrependo de os haver feito. Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor. (Noé) Era homem justo e perfeito em suas gerações, e andava com Deus. A terra, porém, estava corrompida diante de Deus, e cheia de violência. Viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra. Então disse Deus a Noé: O fim de toda carne é chegado perante mim; porque a terra está cheia da violência dos homens; eis que os destruirei juntamente com a terra. Faze para ti uma arca de madeira de gôfer.”

Introdução
Os dias de Noé eram bastante semelhantes aos que vivemos atualmente. Não no sentido cultural ou tecnológico, mas de impiedade, ao ponto do autor do livro do Gênesis registrar que Deus havia se arrependido de ter criado o homem. Mas em meio àquele caos, um homem junto de sua família desperta a misericórdia divina e inicia-se ali a dispensação do Governo Humano, de aliança noética.

1. Aspectos da Fé de Noé
1.1 A primeira chuva
É de comum acordo entre a maioria dos teólogos que antes do dilúvio não chovia na terra. Lemos em Gn 2.5,6: “Não havia ainda nenhuma planta do campo na terra, pois nenhuma erva do campo tinha ainda brotado; porque o Senhor Deus não tinha feito chover sobre a terra, nem havia homem para lavrar a terra. Um vapor, porém, subia da terra, e regava toda a face da terra”.

1.2 O julgamento dos homens
Imaginemos então, como ficaria a cabeça de um homem que nunca havia visto gotas de chuva em toda sua vida, atender à ordem divina para construir uma arca sob o motivo da destruição da terra através de um dilúvio. Imaginemos, ainda, como ficaria a cabeça das demais pessoas e os vários julgamentos feitos para com Noé. Imaginemos as pessoas chamando-o de louco e rindo de sua família. Imaginemos a tristeza de Noé ao ver sua família passar por humilhações. Imaginemos sua família apoiando sua decisão e participando da construção da Arca. Sem dúvida, esta fé faz jus ao comentário do autor da epístola aos hebreus que insere o nome de Noé na galeria dos heróis da fé.

1.3 As dimensões da Arca
Em uma época em que a tecnologia não era avançada, as dimensões da Arca eram um grande desafio para Noé. As medidas eram respectivamente 300 côvados (aproximadamente 150m) de comprimento, 50 de largura (25m) e 30 de altura (15m). A arca era ainda, embetumada por dentro e por fora, isto é, impermeabilizada com uma espécie de asfalto e possuía três compartimentos. Para se ter dimensão de como a Arca superou a engenharia por muitos séculos, o Titanic tinha 269m de comprimento, 28m de largura e 72m de altura. Antes do Titanic, o maior navio era o Lusitania , lançado em 1906, o qual tinha 240m de comprimento. Ambos os navios naufragaram, causando grande desastre. Ao contrário, uma Arca de madeira e que não contava com tanta tecnologia permaneceu intacta enquanto foi necessária, mantendo a mesma forma até nos dias de hoje no local em que atracou, o monte Ararat, na Turquia.

1.4 A empreitada de Noé
Noé tinha aproximadamente 500 anos quando o Senhor o chamou (Gn 5.32), 600 anos quando o dilúvio veio sobre a terra (Gn 7.6) e viveu 950 anos (Gn 9.29). cerca de 10% de sua vida foram gastos na empreitada as construção da Arca. Será que estamos dispostos a investir pelo menos 10% de nossas vidas em algum projeto da parte de Deus pacientemente e sem reclamar?

2. Semelhanças com os dias de hoje
Jesus declarou que os dias que precederiam Sua volta seriam semelhantes aos de Noé (Mt 24.37). Comparemos, pois, alguns dos aspectos que assemelham-se bastante aos dias hodiernos e tiremos lições de preparação para a vinda do Senhor.

2.1 Grande impiedade
O motivo que levou o Senhor a destruir o mundo pré-diluviano foi a frieza e impiedade que aquelas pessoas estavam vivendo. Lemos em Gn 6.5 que a maldade dos homens era grande e que seus pensamentos eram terríveis. Por motivo semelhante, Sodoma e Gomorra foram destruídas e da mesma forma. Um dos sinais da volta de Cristo é a multiplicação da iniqüidade que esfriará o amor da humanidade. Essa frieza e apatia já estão contagiando muitas pessoas e alertando-nos para o arrebatamento da Igreja.

2.2 Viviam normalmente
Jesus declarou ainda que, assim como nos dias de Noé, as pessoas viviam suas vidas normalmente, como se nada fosse acontecer, comendo, bebendo, casando e dando em casamento (Mt 24.38). O mesmo acontecerá nos dias anteriores à Sua vinda. A humanidade não estará preocupada em se preparar para se encontrar com Cristo e por isso, muitos serão pegos desprevenidos. Da mesma forma que os contemporâneos de Noé cuidavam de suas necessidades naturais sem se preocupar com o juízo de Deus e foram surpreendidos pelo dilúvio, assim a humanidade pré-arrebatamento estará focada em multiplicar dinheiro, em aumentar posses, em suas necessidades terrenas quando subitamente Jesus aparecerá sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória e então estando dois homens no campo, um será levado e o outro deixado. Estando duas mulheres no moinho, uma será levada e a outra ficará. Precisamos estar alertas para a volta do Senhor.

2.3 A Arca e a Igreja
Ao contrário da crença popular, Noé não levou apenas um casal de cada espécie. Eram sete casais de animais puros e um casal dos animais impuros.  Há discussões sobre o padrão do que era puro e impuro ser o mesmo critério de Lv 11 e o mais provável é que os animais puros fossem os que poderiam ser sacrificados. Alguns sugerem que poderiam ser os comestíveis, mas há divergências em função de Gn 9.3. Enfim, o importante nessa situação é como a Arca simboliza a Igreja. Da mesma forma como havia diversidade de animais, a Igreja é uma diversidade de membros. Da mesma forma como na Arca havia o odor dos animais, na Igreja há seres humanos em processo de santificação e até mesmo joio no meio do trigo. Da mesma forma como aqueles animais foram poupados da destruição, aqueles que fizerem parte da Igreja Mística de Cristo serão poupados da grande tribulação.

3. As falhas de Noé
Apesar da grande fé de Noé, ele era homem como você e eu, o que pressupõe limitação e possibilidade de falhar. Mas como em todas as falhas registradas na Bíblia Sagrada, podemos aprender lições muito importantes para o nosso viver. Analisemos os principais descuidos desse herói da fé e apliquemos a vigilância necessária em nosso dia-a-dia.

3.1 O descuido com a bebida
Há alguns grupos evangélicos da atualidade que defendem não haver problema em beber bebida alcoólica. Segundo eles, o que não é lícito ao homem fazer é se embebedar e usam como base, dentre outras, a história de Noé e as obras da carne descritas em Gálatas 5.19-21. O texto de Gálatas condena a glutonaria e não o comer. Partindo deste pressuposto, interpretam eles que o que é condenado é a embriaguez. Todavia, a opinião de Deus sobre a bebida alcoólica é que a mesma é profana e impura (Lv 10.10). Teria Deus mudado de opinião? Outro argumento comum é a do casamento em Caná. Jesus fora convidado para tal casamento e realizou ali o milagre da transubstanciação da água em vinho. Segundo esses grupos, Jesus bebeu vinho alcoólico naquela ocasião, mas é simples de refutar tal argumento ao observar a quantidade de vinho que o Mestre transformou. Foram 6 talhas que cabiam cerca de 2 ou 3 metretas. Cada metreta tinha entre 30 a 40 Litros. Portanto, no mínimo, Jesus transformou 360 Litros de água em vinho. Devemos observar, ainda, que antes do referido milagre, as pessoas já haviam bebido bastante vinho, ao ponto da quantidade preparada pelos organizadores da festa se esgotar. Com toda essa quantidade de vinho João não deixaria escapar caso as pessoas tivessem saído de lá embriagadas, possíveis brigas e escândalos, mas ao invés disso ficou marcado o elogio do vinho de Cristo (Jo 2.1-11).

3.2 O descuido com as palavras
Outro descuido de Noé foi a repreensão a seu filho Cam. Não observando suas palavras, Noé amaldiçoou seu neto, Canaã, e a sua descendência. Como cristãos, precisamos tomar muito cuidado com o que falamos e por várias vezes a Bíblia nos alerta sobre esse assunto (Pv 18.21; Mt 15.11,18,19; Tg 3.1-12; Cl 3.8). Vale abrir aqui uma observação sobre uma falsa doutrina de quebra de maldições e maldições hereditárias. Embora a descendência de Cam tenha formado os principais inimigos de Israel, isso não foi resultado de uma maldição lançada por Noé, ou uma palavra com poder profético negativo como pensam alguns, perpetuando nas gerações posteriores. Obviamente, todos sabemos que nossas palavras podem sim motivar ou desmotivar as pessoas que estão ao nosso redor. A correta interpretação de Pv 18.21 não é que nossas palavras possuem poder para uma confissão positiva ou negativa, e sim que o que falamos pode ferir, magoar, decepcionar e desmotivar as pessoas. O contrário também é verdade: o que falamos pode ajudar alguém a tomar uma decisão importante, motivar ou encorajar nosso ouvinte. O que o sábio aconselha na referida passagem é que, tenhamos mais cuidado ao falar. Devemos ser cautelosos com as palavras que saem da nossa boca, pois elas não voltam mais depois de proferidas. Dependendo do estrago, a reversão se torna quase impossível. Assim, antes de falarmos algo, saibamos que, essas palavras poderão abençoar ou amaldiçoar, bendizer ou falar mal, elogiar ou criticar, auxiliar ou desmotivar, criar amizades ou inimizades, ferir ou curar. Depende de nossa escolha. Para mais informações sobre maldições hereditárias, acesse o artigo “Maldições Hereditárias e Cura Interior” postada aqui no blog em Maio de 2011.

Conclusão
Grandes são os aprendizados que tiramos nos dias de Noé. Talvez uma boa forma de aplicar esse estudo para os nossos dias seria: precisamos ser servos de Deus piedosos em meio a essa sociedade corrompida pelo pecado. Não podemos descuidar em nenhum momento sequer, mas vigiando e perseverando até o fim aguardamos a volta de Cristo para sermos poupados da grande tribulação.

Questionário
1.      Por que a fé de Noé pode ser considerada grande?
2.      Cite algumas semelhanças de hoje com os dias de Noé:
3.      Pode um cristão beber socialmente?
 4.        Como deve ser nossa boca?

terça-feira, 13 de março de 2012

Quem são os filhos de Deus em Gn 6?

Gn 6.1-4 – “Sucedeu que, quando os homens começaram a multiplicar-se sobre a terra, e lhes nasceram filhas, viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. Então disse o Senhor: O meu Espírito não permanecerá para sempre no homem, porquanto ele é carne, mas os seus dias serão cento e vinte anos. Naqueles dias estavam os nefilins na terra, e também depois, quando os filhos de Deus conheceram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos. Esses nefilins eram os valentes, os homens de renome, que houve na antigüidade.”

Introdução
 Robert Pershing Wadlow nasceu em Alton, Illinois, nos EUA, em 22 de fevereiro de 1918 e faleceu em 15 de julho de 1940. Ele é considerado a pessoa mais alta já medida no planeta, ratificado pelo livro de recordes, o Guinness World Records. Na última vez que seu corpo havia sido medido, Robert media 2,74 m de altura, pesava 200 quilos e calçava 70. A Bíblia relata sobre gigantes que popularam a terra e até mesmo a arqueologia comprova a existência deles, mas muitos ensinos mistificados a esse respeito têm sido propagados, por isso faz-se necessária uma abordagem sistemática do assunto, a fim de agregar conhecimento e preparação contra as controvérsias que permeiam o arraial evangélico.

1. Quem eram os gigantes?
A primeira pergunta que vem à nossa mente é justamente quem eram esses gigantes que a Bíblia conta. Em algumas traduções vamos ver a expressão nefilins, que é uma palavra do hebraico e que significa gigantes. A própria Bíblia já nos responde a pergunta em questão. No final do versículo 4 do capítulo 6 de Gênesis, está escrito que “Esses nefilins eram os valentes, os homens de renome, que houve na antigüidade”. Além disso, eles eram também fruto do relacionamento dos filhos de Deus com as filhas dos homens, isto é, uma união de jugo desigual. Não há relato bíblico de algum gigante hebreu ou de outro que servisse ao Deus Todo-Poderoso. A primeira aparição deles se dá na era pré-diluviana, mas não se limita aí. Em outras épocas eles também aparecem, conforme veremos mais a frente. Segundo a tradição, esses gigantes eram perversos e destruidores. Lemos em Gn 6.5 que “viu o Senhor que era grande a maldade do homem na terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente”, o que alude a tal pensamento.

2. Os filhos de Deus
Muito debate já foi feito em torno desse assunto. Um grupo defende que os filhos de Deus eram os demônios semelhantemente ao que está escrito em Jó 1.6. Já outro grupo defende que eram estes os descendentes de Sete. Vejamos as duas posições e analisemos juntos:

2.1 Os Anjos caídos
Certo comentarista que apóia esta posição, disse o seguinte: “...os demônios estavam tentando poluir a linha sanguínea humana para prevenir que o Messias viesse (Gênesis 3:15), O qual iria ferir a cabeça da serpente – Satanás. Então, os demônios estavam provavelmente tentando atrapalhar que isso acontecesse por poluir a linha sanguínea humana, tornando impossível que um Messias sem pecado nascesse. Nova-mente, essa não é uma resposta bíblica específica, mas é plausível e não contradiz nada do que a Bíblia ensina.”¹
Refutação: O problema dessa argumentação é que Jesus disse que os anjos não foram criados com capa-cidade reprodutora (Mt 22.23-30), portanto, contradiz sim a Bíblia Sagrada. Outro problema, é que ainda hoje existem demônios, como explicar então a existência das pessoas que têm problemas hormonais e sofrem de gigantismo? Seriam eles filhos de demônios? Para explicarem essa questão seus defensores dizem que esses demônios foram presos depois de cometerem tal ato, citando Judas versículo 6, que diz: “E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia.” Embora o texto de Judas esteja no hall dos versículos mais difíceis de serem interpretados, ele não dá base explícita para tal entendimento. Pois se assim fosse, teríamos que reconhecer seres meio-homens e meio-anjos. Outra observação importante se á a respeito da expressão “tomaram para si mulheres”, a qual é usada no A.T. somente como referência ao casamento legítimo, nunca às relações sexuais ilícitas. Além disso, não somente os anjos, mas também os seres humanos são mencionados no A.T. como filhos de Deus (cf. Is 43.6; Dt 14.1). Outro ponto que merece nossa atenção é na aparição de outros gigantes após a era pré-diluviana. Se restaram apenas Noé e sua família, como continuariam aparecendo novos gigantes na terra? Partindo desse pressuposto, não podemos admitir que os filhos de Deus em Gn 6 sejam os demônios.

2.2 Os descendentes de Sete
O mais aceito para interpretar a passagem de Gn 6 seria que os filhos de Deus fossem os descendentes de Sete, filho de Adão e irmão de Caim. Conforme já aprendemos, Caim desprezou a Deus e matou seu próprio irmão Abel. O quinto depois de Caim, isto é, de sua descendência, é o primeiro na história bíblica a manter um casamento bígamo (Lameque). Foi também ele que assassinou um homem que o feriu e um mancebo que o pisou (Gn 4.23,24). Já ao olharmos para Sete, a Bíblia nos mostra que através de sua descendência viriam pessoas que adorariam a Deus: “Foi nesse tempo, que os homens começaram a invocar o nome do Senhor” (Gn 4.26b).

3. Outros Gigantes
Os gigantes não viveram apenas no período pré-diluviano. Vejamos:
Refains – eram chamados de zanzumins pelos amonitas (Dt 2.20).
Emins – Foram os primeiros habitantes de Moabe (Dt 2.11) e também foram derrotados por Quedorlaomer.
Zuzins – Aparecem em Gn 14.5 na batalha de Quedorlaomer que os vence e depois também luta contra mais 5 reis (Sodoma, Gomorra, Admá, Zeboim e Belá), derrota-os, toma seus despojos e prende a Ló, sobrinho de Abrão.
Anaquins - Povo que nos tempos antigos morava na região montanhosa de Judá (Js 11.21).
1 Cr 20.4-8 em paralelo com 2 Sm 21.16-22 temos referências de mais quatro gigantes, dessa vez isolados em meio aos filisteus:
1) Isbi-Benobe, cuja lança tinha o peso de trezentos siclos de bronze (3,5 Kg), o qual intentou matar Davi e foi morto por Abisai, filho de Zeruia;
2) Safe ou Sipai, que foi morto por Sibecai, o husatita;
 3) Lami (irmão de Golias, o giteu, de cuja lança a haste era como órgão de tecelão) que foi morto por El-Hanã, filho de Jair (alguns tentam trazer contradição entre o descrito em 1 Cr 20 e o que está em 2 Sm 21, mas trata-se de um erro de copista no livro de Samuel e em Crônicas a versão é a correta, além de mostrar que era Golias quem carregava a lança como órgão de tecelão e não Lami – cf 1 Sm 17.7).
4) um homem que tinha 6 dedos em cada mão e em cada pé e que foi morto pelo sobrinho de Davi, Jônatas, filho de Simei.
Além deles temos Golias que foi derrotado por Davi, o qual tinha 6 côvados e 1 palmo de altura (cerca de 3 m). Golias usava um capacete de bronze, e vestia uma couraça escameada, cujo peso era de cinco mil siclos de bronze (60 Kg). Também trazia grevas de bronze nas pernas, e um dardo de bronze entre os ombros. A haste da sua lança era como o órgão de um tear, e a ponta da sua lança pesava seiscentos siclos de ferro (8,5 Kg – 1 Sm 17.5-7). Ele era chamado de campeão.

4. Aprendendo com Israel
Infelizmente, mesmo depois do povo de Israel ter experimentado grandes milagres e livramentos, apenas dois homens foram considerados dignos de adentrar à terra que já havia sido prometida a Abraão: Josué e Calebe. Moisés levantou 12 homens, um de cada tribo para espiar a terra de Canaã. Depois de quarenta dias eles trouxeram um relatório um tanto desanimador. A terra realmente manava leite e mel, mas era habitada por gigantes, os anaquins, que os fizeram sentir-se como gafanhotos se comparados pela estatura. Saindo um pouco do tema central desta lição (de que os filhos de Deus eram ou não os anjos caídos), aprendamos com Israel. Se Deus prometeu, Ele cumpre. Não precisamos temer os gigantes que tentam nos assolar, pois “Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele dito, não o fará? Ou, havendo falado, não o cumprirá?” (Nm 23.19).

Conclusão
Os filhos de Deus eram os da geração piedosa de Sete. Na dispensação da Graça o único meio para ser um filho legítimo se dá mediante a obra vicária de Cristo, não abrindo margem para outra interpretação. Somos filhos de Deus pela fé: “Mas, a todos quantos o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus” (Jo 1.12,13).

Questionário
1.      O que significa nefilim?
2.      De quem eles eram filhos?
3.      Quem eram os filhos de Deus?
4.      O que aprendemos com Israel?


__________________________
Notas
¹ Trecho do livro “Os Três Planetas Terra de Deus” de autoria de J. Torres citado em http://www.gotquestions.org/portugues/gigantes-Nefilins.html

terça-feira, 6 de março de 2012

Caim e Abel

Gn 4.1-7“Conheceu Adão a Eva, sua mulher; ela concebeu e, tendo dado à luz a Caim, disse: Alcancei do Senhor um varão. Tornou a dar à luz a um filho, chamado Abel, irmão de Caim. Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra. Ao cabo de dias trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura. Ora, atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta, mas para Caim e para a sua oferta não atentou. Pelo que irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o semblante. Então o Senhor perguntou a Caim: Por que te iraste? e por que está descaído o teu semblante? Porventura se procederes bem, não se há de levantar o teu semblante? e se não procederes bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo; mas sobre ele tu deves dominar.”

Introdução
Cada pessoa na Bíblia nos traz ensinamentos em seus pontos fortes e em seus pontos fracos e isso não é diferente com os irmãos Caim e Abel. Nesta lição abordaremos esses personagens da Bíblia Sagrada e avaliaremos o que fizeram que agradou e o que não agradou a Deus, a fim de aplicarmos em nossas vidas.

1. Aprendendo com Abel
Abel tinha como ocupação a atividade de pastorear ovelhas ao passo que seu irmão Caim era lavrador. Alguns pontos chamam nossa atenção em sua vida:

1.1 A oferta de Abel
Qual foi o diferencial da oferta de Abel? Por que Deus não atentou para a oferta de Caim? Essas perguntas já foram palco de inúmeros debates e teorias. Alguns dizem que a oferta de Abel era melhor que a de Caim porque este havia ofertado frutos estragados. Outros dizem que sua oferta foi rejeitada porque havia entregue do fruto da terra e já que esta fora amaldiçoada, Deus não aceitaria (Gn 3.17). Outros defendem ainda que o correto seria uma oferta que derramasse sangue, pois sem derramamento de sangue não há remissão (Hb 9.22b).  Embora as duas últimas teorias possuam grande lógica, a Bíblia não deixa isso explícito. Podemos ler em Hb 11.4 que foi pela fé que “Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício que Caim” (Hb 11.4). O mesmo autor da carta aos hebreus declara que “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11.6), motivo pelo qual Caim não conseguiu.

1.2 A fé de Abel
Abel agradou mais a Deus através de sua fé. Se ofertarmos algo a Deus (nosso tempo, nossos talentos, nossos recursos ou a nossa própria vida) sem fé, não há possibilidade de agradarmos ao Senhor. Não adianta ofertarmos em grande quantidade sem que haja fé. Fica claro para nós que é por ela que damos qualidade ao que fazemos. Precisamos entender que Deus faz diferenciação entre a quantidade e a qualidade. Esta é mais importante para agradarmos ao Senhor.

1.3 Abel, o primeiro mártir
É também no Gênesis que vemos o primeiro martírio. Depois de não se conformar com a rejeição divina, Caim enciumou-se de seu irmão e matou-o friamente. É mister abordar que, nem sempre o que agrada a Deus agrada aos homens, mas ainda assim precisamos priorizar o Senhor e não temer os que podem apenas matar o corpo (Lc 12.4,5).

2. Aprendendo com Caim
A Bíblia não omite as falhas dos grandes heróis da fé. Homens como Abraão, Moisés, Josué, os juízes, Davi, Elias, dentre outros, foram muito importantes para a história israelita. Seus feitos heróicos e suas características positivas os fizeram sobressair perante Deus, mas ainda assim o Senhor não escondeu suas transgressões, antes, registrou-as na Bíblia com o intuito de que aprendamos com essas falhas e evitemos assim de repeti-las.  Vejamos o que podemos aprender com Caim.

2.1 A oferta de Caim
Apesar das teorias citadas anteriormente, o que o Texto Sagrado deixa claro para nós é que Caim não pôde agradar a Deus porque não ofereceu ao Senhor com fé. Um dos males enfrentados pela Igreja é o chamado ativismo religioso. Muitas pessoas estão em constante atividade em seus ministérios, trabalham bastante, mas não ofertam este tempo com a qualidade devida. Não é o fato de estar presente nos cultos que agrada a Deus e sim um sacrifício vivo, santo e agradável (Rm 12.1).

2.2 A ira de Caim
Está escrito em 1 Jo 3.12 – “não sendo como Caim, que era do Maligno, e matou a seu irmão. E por que o matou? Porque as suas obras eram más e as de seu irmão justas”. Por que Caim era do maligno? Jesus disse em Jo 8.44 que o diabo é homicida desde o princípio, mas quem o inimigo matou? O que Jesus queria dizer ali era que desde o primeiro assassinato, o diabo já estava agindo por detrás da situação. O ato de Caim dividiu a humanidade, dando origem a uma descendência que invocava ao Senhor e outra que seguia os próprios preceitos, isto é, os filhos de Deus e os filhos dos homens de Gn 6.O Ao contrário de Caim, devemos ter cuidado com nossas emoções. A psicologia chama esse controle de inteligência emocional. Quando não conseguimos nos dominar, corremos o risco de dar lugar ao diabo (Ef 4.26,27).

2.3 O escape de Deus
Outro aprendizado importante é sobre o escape de Deus para nossas vidas. Caim estava prestes a come-ter o assassinato e Deus o avisou para tomar cuidado, dizendo: “Por que está descaído o teu semblante? Porventura se procederes bem, não se há de levantar o teu semblante? e se não procederes bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo; mas sobre ele tu deves dominar” (Gn 4.6,7 – grifos meus). Paulo escreve aos coríntios que embora Deus permita que sejamos tentados, a tentação não é acima do limite que podemos suportar e que mesmo permitindo a tentação, Ele envia escapes, saídas, para que possamos vencê-la (1 Co 10.13). Precisamos estar atentos à voz de Deus e assim evitar as quedas sempre desnecessárias.

2.4 O desprezo para com Deus
Além de desprezar o aviso divino e matar o próprio irmão, Caim respondeu a Deus de forma mal-educada e com arrogância: “Perguntou, pois, o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? Respondeu ele: Não sei; sou eu o guarda do meu irmão?” (Gn 4.9). A forma como ele se dirigiu ao Senhor revela seu caráter e a maneira como seriam ensinadas as gerações posteriores.

2.5 O incômodo pelo castigo
O que incomodou Caim não foi o pecado que cometera e sim o castigo, isto é, a punição que lhe fora imputada. Ele reclama com Deus dizendo: “É maior a minha punição do que a que eu possa suportar” (Gn 4.13). A atitude que ele deveria ter tido após tal ato era de arrependimento, mas não se preocupou em momento algum com o que havia feito.

3. As punições de Caim
Conforme dito anteriormente, o que incomodou a Caim não foi o pecado e nem mesmo o mal que fizera em sua própria família. O que deixou Caim incomodado foram suas punições. Vejamos abaixo quais seriam as conseqüências de seus atos:

3.1 Seu trabalho seria vão
Todo pecado traz conseqüências para seu praticante e uma delas seria a ineficácia do trabalho de Caim.  A versão da Nova Tradução da Linguagem de Hoje (NTLH), diz o seguinte: “Quando você preparar a terra para plantar, ela não produzirá nada” (Gn 4.12).

3.2 Seria como um nômade
Um dos motivos que o fariam ser fugitivo e errante sobre a terra era o medo da vingança de seus outros irmãos pela morte de Abel.

3.3 A distância de Deus
Caim entendeu sua sentença e disse a Deus que além de viver fugitivo e errante, isto é, correndo o risco da morte de seu irmão ser vingada, ele se esconderia de Deus (v. 14), ou seja, não o buscaria. Depois do nascimento de seu filho Enoque, que não deve ser confundido com o de Gn 5, Caim levantou uma cidade, a primeira da terra, e a chamou pelo nome de seu filho. A partir da descendência de Caim, surgiram grandes civilizações. Entre elas havia criadores de gado, músicos, artistas e escultores. Porém, os descendentes de Caim, seguindo seu exemplo, permaneceram distantes de Deus, vivendo na maldade. Vemos o primeiro caso de poligamia e os dois primeiros assassinatos logo nas primeiras gerações. Alguns textos rabínicos defendem que Caim foi fruto da relação entre Eva e satanás, através do texto de Gn 3.15: “Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência...”. Atualmente a igreja Tabernáculo da Fé, fundada por Willian Branham, propaga essa doutrina. Tal ensino, entretanto, não possui nenhum apoio bíblico.

3.4 O sinal de Caim
A Bíblia não revela como era esse sinal. Dentre as principais especulações, os mórmons e alguns rabinos defendem que o sinal era a coloração da pele. Já os comentaristas do Talmude mostram que não devemos nos preocupar com isso, uma vez que o sinal não era punitivo e sim para proteção. Essa teoria fica sem fundamento quando chegamos aos dias de Noé, que era descendente de Sete. Assim sendo, acabariam os negros por ocasião do dilúvio. É mais sensato concordar com os comentaristas do Talmude e não especularmos o que seria o sinal, pois o mesmo não foi revelado.

Conclusão
Muitos são os aprendizados que tomamos nas vidas dos irmãos Caim e Abel. Este foi reconhecido e tem seu nome gravado na galeria dos heróis da fé de Hebreus 11 e mesmo sendo martirizado, Deus levantou uma nova geração através de Sete, homens que passaram a invocar o Nome do Senhor.

Questionário
1.      Qual era a ocupação de Caim e Abel?
2.      Qual foi o diferencial da oferta de Abel?
3.      Por que João diz que Caim era do maligno?
4.      Como Deus nos ajuda na tentação?

sexta-feira, 2 de março de 2012

A natureza de satanás

Ez 28.13-17“Estiveste no Éden, jardim de Deus; cobrias-te de toda pedra preciosa: a cornalina, o topázio, o ônix, a crisólita, o berilo, o jaspe, a safira, a granada, a esmeralda e o ouro. Em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados. Eu te coloquei com o querubim da guarda; estiveste sobre o monte santo de Deus; andaste no meio das pedras afogueadas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que em ti se achou iniqüidade. Pela abundância do teu comércio o teu coração se encheu de violência, e pecaste; pelo que te lancei, profanado, fora do monte de Deus, e o querubim da guarda te expulsou do meio das pedras afogueadas. Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei; diante dos reis te pus, para que te contemplem.”

Introdução
Conforme já abordado nas lições anteriores, no livro das origens conseguimos enxergar o início da criação, do pecado, da salvação e outras coisas. Além dessas, é também no Gênesis que vemos satanás pela primeira vez agindo contrariamente aos planos de Deus. Embora tenhamos na atual conjuntura evangélica grupos dualistas, de abordagens extremistas relacionadas ao nosso adversário, nosso intuito nesta aula é mostrar biblicamente a ação do inimigo de nossas almas e desfazer falsos ensinos sobre a natureza de satanás.

1. A existência de satanás
Muitas denominações negam a existência do diabo e acabam desprezando sua atuação pelo meio em que vivemos. Embora no Antigo Testamento tenhamos poucas referências dele se comparadas ao Novo, a Bíblia não omitiu sua existência e nem mesmo sua atuação.

1.1 Ele já esteve no céu
Algumas pessoas questionam como poderia um Deus benévolo e perfeito ter criado satanás. Porém, o que Deus criou não foi este ser de natureza má, mas um anjo de luz, detentor assim como o homem de livre arbítrio. Após desejar mo lugar de Deus, ele criou uma rebelião que culminou na sua expulsão bem como a terça parte dos anjos (Ap 12.4).

1.2 Ele estava no Jardim do Éden
Ezequiel confirma que satanás esteve no éden, local onde Adão e Eva pecaram e transgrediram a ordenança divina após cederem à tentação do diabo.

1.3 Ele rodeia a terra
No livro que nos conta a história de Jó, Deus pergunta ao próprio satanás de onde ele vinha e recebeu a seguinte resposta: “de rodear a terra e de passear por ela” (Jó 1.7).

1.4 Ele será lançado no lago de fogo
Após a queda do homem, Deus traçou o plano da redenção para a humanidade e prometeu que da semente da mulher, viria alguém que esmagaria a cabeça da serpente (Gn 3.15). Essa promessa será em breve cumprida quando o Deus de Paz esmagará a Satanás debaixo dos nossos pés (Rm 16.20). Além disso, o futuro final do diabo é ser lançado no lago de fogo e de enxofre (Ap 20.10).

2. A limitação do diabo
Ao mesmo tempo em que algumas correntes filosóficas e até mesmo teológicas negam a existência do diabo, outras supervalorizam seus atributos. Antes de mais nada, precisamos compreender que o nosso adversário é um querubim, uma classe poderosa na hierarquia angelical e que embora tenha poder, o possui de forma limitada, conforme veremos a seguir.
2.1 Ele não é Onipotente
Deus possui atributos que dividiu com o homem. Não somos capazes em nossa natureza caída de aplicá-las perfeitamente como o faz nosso Deus, mas ainda assim amamos, somos justos, temos sabedoria, santidade e outros. A esses atributos chamamos de comunicáveis, ou seja compartilhados. Entretanto, há outros atributos que chamamos de incomunicáveis, ou seja, exclusivos de Deus. O primeiro que abordaremos aqui é a onipotência. Fica claro para nós que o diabo não é detentor de “todo o poder”. Ele reproduziu o sinal das varas transformando-se em serpentes, as duas primeiras pragas (águas em sangue e rãs), mas não teve capacidade de imitar da terceira em diante, tendo até mesmo os feiticeiros egípcios reconhecido que era o dedo de Deus. Da mesma forma ele não teve autorização de Deus para tocar na vida de Jó. Ele possui poder, contudo, limitado. Infelizmente muitos crentes vêem demônios em tudo e acabam vivendo neurotizados em função de uma má interpretação das Escrituras, atribuindo ao nosso adversário um poder do qual ele não é detentor.

2.2 Ele não é Onisciente
Embora muitas pessoas queiram especular o diabo como capaz de ler os nossos pensamentos a Bíblia não lhe atribui tal capacidade. Pelo fato de ser antigo, conhece muitas coisas sobre o comportamento humano e dos escritos Sagrados, além de usar desses conhecimentos para tentar-nos. Uma amostra da ineficiência demoníaca em deter todo o conhecimento, está na incapacidade deles em conhecer o futuro, exceto aquilo que Deus já revelou na Bíblia Sagrada. O suposto espírito que apareceu a Saul disse que todos seus filhos morreriam, mas isso não aconteceu de fato, pois Is-Bosete reinou por dois anos após a morte do pai em Israel (2 Sm 2.8-10). Na vida de Jó aconteceu o mesmo. Deus conhecia o interior desse homem, mas satanás quis acusá-lo injustamente, dizendo que Jó servia a Deus porque tinha riquezas. Não bastasse errar uma vez, errou a segunda: ele achou que se Jó perdesse a saúde blasfemaria contra Deus, mas foi derrotado. Se ele soubesse das conseqüências que sofreria ao tentar usurpar o Trono divino, certamente hesitaria.

2.1 Ele não é Onipotente
Deus possui atributos que dividiu com o homem. Não somos capazes em nossa natureza caída de aplicá-las perfeitamente como o faz nosso Deus, mas ainda assim amamos, somos justos, temos sabedoria, santidade e outros. A esses atributos chamamos de comunicáveis, ou seja compartilhados. Entretanto, há outros atributos que chamamos de incomunicáveis, ou seja, exclusivos de Deus. O primeiro que abordaremos aqui é a onipotência. Fica claro para nós que o diabo não é detentor de “todo o poder”. Ele reproduziu o sinal das varas transformando-se em serpentes, as duas primeiras pragas (águas em sangue e rãs), mas não teve capacidade de imitar da terceira em diante, tendo até mesmo os feiticeiros egípcios reconhecido que era o dedo de Deus. Da mesma forma ele não teve autorização de Deus para tocar na vida de Jó. Ele possui poder, contudo, limitado. Infelizmente muitos crentes vêem demônios em tudo e acabam vivendo neurotizados em função de uma má interpretação das Escrituras, atribuindo ao nosso adversário um poder do qual ele não é detentor.

3. Sua astúcia
O Apóstolo Paulo disse aos efésios que satanás é um ser astuto, isto é, inteligente, esperto (Ef 6.11). De fato, suas artimanhas são bem elaboradas e desconsiderar sua ação pode ser perigoso para a vida do crente. Não queremos com isso, viver como que neuróticos, procurando como, com quem, em quê ou onde ele está agindo, mas como disse Paulo aos coríntios não desprezar seus ardis, a fim de não permitir que ele leve vantagem sobre nós (2 Co 2.10,11). Vejamos algumas amostras de sua esperteza:

3.1 A conversa com Eva
Repare a astúcia do diabo ao se dirigir a Eva. A ordem de Deus era que podiam comer de todas as árvores do jardim, exceto da do conhecimento do bem e do mal, mas a maneira que ele abordou-a foi: “É assim que Deus disse: não comereis de toda árvore do jardim?” (Gn 3.1).


3.2 A proposta tentadora
Em seguida, ele propõe que Eva experimentasse do fruto, pois poderia se tornar como o próprio Deus. Muitas pessoas são seduzidas nesta área. Quantos desejam poder? Quantos não desejam ser um semi-deus? Já houve até mesmo no meio do arraial evangélico, ensinos como esse de que somos deuses. Precisamos tomar cuidado com o que é ensinado. Devemos analisar cada frase, palavra e vírgula. Como faziam os bereanos, devemos confirmar com as Escrituras para ver se é realmente assim. Muitos falsos mestres têm saído pelo mundo a fora e enganado as pessoas.

3.3 A amostra do prazer
Eva olhou para a árvore e sentiu o desejo de comer do fruto, pois “aquela árvore era boa para se comer e agradável aos olhos” (Gn 3.6). Semelhantemente, Davi olhou para Bate-seba e mesmo após o escape divino deixou a carne falar mais alto. O diabo sabe que a conseqüência do pecado é desastrosa para o homem, mas seu ardil se concentra em mostrar o prazer momentâneo. Repare que Eva se prendeu em alguns minutos de prazer e acabou perdendo sua intimidade com Deus.

3.4 A tentação de Jesus
Satanás não deixou de tentar nem sequer a Cristo e em pelo menos três áreas distintas: 1) Necessidades fisiológicas, 2) Poder e 3) Ostentação. Vale lembrar que usou até mesmo da própria Bíblia para argumentar sua proposta, por isso, o cristão deve se familiarizar com a Palavra de Deus. Não podemos achar que apenas porque alguém cita versículos bíblicos está pregando o verdadeiro Evangelho. Devemos analisar criteriosamente se este ensino está em harmonia com o contexto e com toda a Bíblia, pois esta não desmente a si mesma. Textos isolados são perigosos.


3.5 Transfigurações
Paulo disse que satanás pode se transfigurar em anjo de luz (2 Co 11.14). Assim, muitas pessoas têm sido enganadas pelo espiritismo e outras seitas. Há livros de autores evangélicos em que pessoas defendem a possibilidade de seres humanos se transformarem em lobisomens, mas não há apoio bíblico para tal comentário. O máximo que se pode aceitar é uma manifestação materializada de algum demônio, chamada popularmente de “assombração”. Lembro-me quando li o livro “Ele veio para libertar os cativos” da Dra. Rebecca Brown. Muitos ensinos controvertidos há ali naquele material e muitas pessoas o têm como um manual de libertação. Lobisomens e vampiros, era só o que faltava! Daqui a pouco aparecerão mula sem cabeça, saci-pererê, sereias, etc....


4. Ele não é invencível
Precisa ficar claro que, da mesma forma que o diabo anda em derredor, rugindo como um leão e buscando alguém que possa tragar, Deus nos deu conselhos para vencê-lo. O inimigo de nossas almas não é invencível. Nossa mente deve estar voltada para a obra de Deus e assim evitaremos de dar oportunidade ao inimigo de enchê-la com suas mentiras (Ef 617; Cl 3.1,2).  A fé é uma arma de defesa. É através dela que aniquilaremos as tentativas do diabo de impedir nossa confiança em Deus (Ef 6.16). Além disso, temos uma arma de ataque, que é a Palavra de Deus. Tomando como exemplo a maneira como Cristo venceu-o no deserto, nós também teremos êxito em nossas batalhas. É ainda pela Palavra que resistimos ao diabo e assim temos a certeza de que ele fugirá de nós (Ef 6.17; Tg 4.7)

Conclusão
Paulo deixou claro que nossa luta não é contra seres humanos e sim contra principados e potestades, contra as hostes espirituais da maldade nas regiões celestes. Embora haja essa guerra espiritual, há também armas espirituais, poderosas em Deus. O cristão que anda bem munido da Palavra de Deus não será confundido pelo inimigo.


Questionário
1. O diabo é onipotente?
2. Nosso adversário é astuto?
3. Como podemos vencê-lo?
4. Qual será o fim dele?